Está cada vez mais difícil encontrar espaço para armazenar os veículos apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em São Paulo. De acordo com um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), os pátios que guardam esses automóveis já estão superlotados, acumulando mais de 8 mil unidades.
Pontos Principais:
A principal recomendação do relatório da CGU é o aumento da quantidade de leilões para reduzir esse estoque. A entidade aponta que essa seria a solução mais eficaz para liberar espaço e evitar problemas na fiscalização das rodovias federais. A PRF tem até o dia 31 de março para responder às orientações e indicar quais medidas serão adotadas.
O relatório também destaca que a superintendência da PRF em São Paulo tem a maior quantidade de veículos apreendidos do Brasil. Entre os principais motivos das remoções estão a falta de licenciamento, responsável por 30% dos casos, além de problemas como estado de conservação inadequado, ausência de habilitação do motorista, acidentes, falta de equipamentos obrigatórios, abandono e restrições judiciais.
A quantidade de veículos apreendidos nos pátios da PRF em São Paulo ultrapassa a capacidade de armazenamento. Atualmente, os carros estão distribuídos entre 31 locais, incluindo pátios próprios, terceirizados e conveniados.
Segundo o levantamento da CGU, 19 desses pátios pertencentes à PRF já atingiram o limite, armazenando 2.426 veículos. Além disso, os pátios do Departamento de Estradas de Rodagem de São Paulo (DER-SP), que guardam quase mil automóveis, não estão recebendo novas unidades, pois o convênio entre os órgãos expirou.
Os pátios terceirizados, operados por empresas contratadas pela PRF, concentram a maior parte dos veículos apreendidos, com um total de 4.648 unidades. O relatório aponta que a falta de espaço para novos veículos pode comprometer o trabalho da PRF nas rodovias federais do estado.
Um dos fatores que contribuíram para a superlotação foi a suspensão de um leilão previsto para 2023, que envolveria aproximadamente 6 mil veículos. O evento não ocorreu devido à falta de organização dos dados, além de erros no edital e no site oficial do leilão.
A CGU identificou falhas no gerenciamento das informações, o que comprometeu o andamento do processo. A ausência de leilões regulares faz com que os veículos permaneçam nos pátios por longos períodos, agravando o problema da superlotação.
Além disso, o relatório aponta que o cancelamento de contratos com empresas responsáveis pela remoção e guarda dos veículos também impactou a situação. A descontinuidade desses serviços pode afetar a fiscalização das rodovias e contribuir para o aumento dos acidentes e mortes no trânsito.
O relatório da CGU alerta que a superlotação dos pátios pode prejudicar a fiscalização das rodovias federais, já que a falta de espaço dificulta a remoção de novos veículos irregulares.
A PRF depende da disponibilidade de pátios para armazenar os automóveis apreendidos. Sem espaço suficiente, há riscos de que veículos em situação irregular permaneçam nas rodovias, comprometendo a segurança do trânsito.
Outro impacto negativo apontado no relatório é a sobrecarga administrativa causada pela grande quantidade de veículos nos pátios. O gerenciamento dessas unidades exige recursos e tempo da PRF, que poderiam ser direcionados para outras atividades de fiscalização.
Para solucionar o problema, a CGU apresentou oito recomendações, sendo a principal delas o aumento da realização de leilões. O órgão sugere que a PRF adote medidas para organizar os eventos de forma eficiente e evitar novas suspensões.
Além disso, o relatório destaca a necessidade de revisar e corrigir os contratos com empresas responsáveis pela remoção e guarda dos veículos, garantindo que o serviço seja prestado de maneira contínua.
Outras medidas incluem a melhoria na gestão de informações sobre os veículos apreendidos, a revisão de processos administrativos e a busca por novas parcerias para a utilização de pátios conveniados.
A PRF tem até o fim do mês para apresentar sua resposta à CGU e indicar quais medidas serão adotadas. Enquanto isso, a superlotação dos pátios segue como um desafio para a gestão da fiscalização nas rodovias federais de São Paulo.
Fonte: G1.