Como um estudo convenceu a Hyundai a voltar a usar botões nos painéis de seus carros

Um estudo da Hyundai revelou que a substituição de botões físicos por telas sensíveis ao toque gerou insatisfação, especialmente entre consumidores norte-americanos, que consideram os botões mais práticos e seguros. A montadora identificou que, em estradas irregulares, as telas exigem mais atenção e podem causar frustração. A Hyundai agora avalia o retorno dos botões, ainda que acredite que a aceitação das telas aumente com a evolução da direção autônoma.
Publicado por Alan Corrêa em Notícias dia 13/11/2024

A Hyundai, montadora sul-coreana, declarou que substituir os botões físicos por telas sensíveis ao toque nos carros foi um erro, especialmente para o mercado norte-americano, onde consumidores enfrentam dificuldades com a nova interface. Essa percepção levou a empresa a reavaliar a experiência do usuário, enquanto ainda acredita que as telas podem ser melhor aceitas no futuro, com a evolução das tecnologias de direção autônoma.

As mudanças no design priorizaram cabines mais limpas e organizadas, onde telas touchscreen substituíram botões convencionais. Essa decisão, no entanto, mostrou-se um desafio, já que motoristas precisam desviar a atenção da estrada para controlar o painel. Durante testes com grupos de foco, a Hyundai observou que a adaptação ao novo design causava estresse e frustração.

Pontos Principais:

  • A Hyundai reconheceu que a substituição de botões físicos por telas sensíveis ao toque gerou insatisfação em consumidores norte-americanos.
  • Os motoristas relataram dificuldades para usar as telas ao dirigir, especialmente em estradas irregulares, onde não há feedback tátil.
  • A montadora sul-coreana espera que o uso de touchscreen seja mais aceito no futuro com a direção 100% autônoma.
  • O design atual das telas permite cabines mais limpas e organizadas, mas sacrifica a praticidade de uso durante a condução.

A decisão de substituir os botões foi adotada na última década, e o design com telas tem dominado o interior dos carros da Hyundai, como os modelos Sonata. A escolha das telas buscava atender ao apelo por maior modernidade e possibilidades de configuração, com menos elementos físicos. Contudo, a experiência ao volante evidenciou uma dificuldade: em movimento, o motorista precisa dedicar mais tempo para ajustar os controles, já que não há feedback tátil, um aspecto presente nos botões tradicionais.

A Hyundai, após estudo sobre a experiência do usuário, identificou que a troca de botões físicos por telas gerou insatisfação, especialmente entre motoristas norte-americanos, que buscam mais praticidade.
A Hyundai, após estudo sobre a experiência do usuário, identificou que a troca de botões físicos por telas gerou insatisfação, especialmente entre motoristas norte-americanos, que buscam mais praticidade.

Outro ponto relatado pela empresa é a resposta dos consumidores ao controle das funções. Durante os testes, foi observado que a adaptação aos comandos digitais gerava uma experiência considerada irritante para muitos. Como resultado, as simples alterações de funções que antes eram instantâneas passaram a demandar mais atenção e tempo, o que contribui para a insegurança e insatisfação dos motoristas.

A mudança, embora impopular em mercados como o norte-americano, foi bem recebida em outros, onde a aceitação das telas é maior. No entanto, a Hyundai destaca que o nível de aceitação pode crescer no futuro à medida que tecnologias de direção autônoma, que permitem que o motorista tenha menos responsabilidade sobre a direção, sejam implementadas.

Apesar do aumento da aceitação esperada para o futuro, o cenário atual mostrou-se um desafio, com a própria Hyundai admitindo que a mudança para telas ainda depende de uma série de adaptações e de melhorias na experiência do usuário. Mesmo com as facilidades oferecidas pelo design mais limpo, os consumidores apontaram a preferência pelos controles físicos quando a segurança e a praticidade são considerados.

A questão da preferência entre botões físicos e telas se torna ainda mais relevante em ambientes de estradas irregulares, onde a falta de um botão palpável resulta em distração e perda de controle. Segundo a Hyundai, consumidores mais exigentes em termos de segurança relataram que, com a tela, o uso é mais complicado e demanda mais atenção.

A fabricante ressalta, porém, que a tendência global favorece a adoção de interfaces digitais e que as telas devem evoluir junto com a direção assistida e autônoma, criando uma experiência mais fluida e intuitiva. No entanto, para atender às expectativas do mercado norte-americano, um possível retorno dos botões está em estudo.

A discussão sobre a interface do painel reflete a busca da indústria por tecnologias que equilibrem modernidade com funcionalidade e segurança. A Hyundai mantém a posição de que os avanços tecnológicos, incluindo o uso de interfaces touchscreen, podem oferecer novos recursos e conveniências, mas considera importante atender à demanda do consumidor por mais praticidade.

Embora os avanços tecnológicos estejam cada vez mais presentes no interior dos veículos, a montadora mostra-se cautelosa ao implementar mudanças que afetam a experiência ao volante. Segundo especialistas, a aceitação do público para as telas sensíveis ao toque poderá ser gradual e exige que a indústria automobilística avalie o impacto na segurança e no conforto do motorista.

Fonte: UOL, JornalDoCarro e NoticiasAutomotivas.