Demanda por gasolina deve cair na China com avanço dos carros elétricos

A crescente produção de veículos elétricos na China, líder global na fabricação desse tipo de automóvel, deve gerar uma queda significativa na demanda por gasolina no país. Projeções indicam mudanças no mercado energético chinês até 2030.
Publicado por Alan Corrêa em Notícias dia 30/11/2024

Nos últimos anos, a China consolidou sua posição como líder mundial na produção de veículos elétricos, um movimento respaldado por políticas públicas voltadas para a sustentabilidade. Subsídios implementados há mais de uma década permitiram que as montadoras reduzissem custos e aumentassem a escala de produção. Apenas em 2024, mais de 10 milhões de novos veículos elétricos foram fabricados no país.

Pontos Principais:

  • Demanda por gasolina na China deve cair entre 4% e 5% ao ano até 2030.
  • Veículos elétricos já representam 10% da frota automotiva chinesa.
  • Projeções indicam crescimento dessa participação para 20% até 2027 e quase 100% até 2040.
  • O mercado global de petróleo será diretamente afetado por essas mudanças.

O setor de transporte, responsável por cerca de 25% da demanda de petróleo na China, está no centro dessa transformação. A Agência Internacional de Energia (IEA) prevê que o consumo de gasolina no país atinja seu pico em 2024 e comece a declinar a partir de 2025. Caminhões movidos a eletricidade e gás natural liquefeito (GNL) também contribuem para a redução no consumo de diesel, que já atingiu seu ponto máximo em 2019 e vem caindo desde então.

A China lidera a transição para veículos elétricos, impulsionada por políticas de subsídios. Essa transformação pode reduzir o consumo de gasolina no país em até 5% ao ano até 2030.
A China lidera a transição para veículos elétricos, impulsionada por políticas de subsídios. Essa transformação pode reduzir o consumo de gasolina no país em até 5% ao ano até 2030.

Atualmente, veículos elétricos e híbridos plug-in representam 10% da frota automotiva chinesa. Esse número deve dobrar até 2027, com projeções indicando que quase 100% da frota será eletrificada por volta de 2040. A popularização desses veículos sinaliza um esforço coordenado do governo para reduzir a dependência de combustíveis fósseis.

Essas mudanças têm implicações globais. A China responde por aproximadamente 20% da demanda mundial de petróleo, o que significa que qualquer alteração significativa em seu consumo pode impactar os preços e a oferta no mercado global. Nos Estados Unidos, o consumo de gasolina caiu 12% desde 2004, enquanto na Europa a redução foi de apenas 6% desde 2007, destacando o ritmo acelerado de mudança no mercado chinês.

Essa transição é uma resposta às pressões por sustentabilidade e ao avanço tecnológico. Embora desafios ainda existam, como a infraestrutura de recarga e o custo das baterias, a trajetória parece clara: a China está moldando o futuro do transporte e, por consequência, do mercado energético mundial.

Fonte: IAE, ArgusMedia e iG.