Quando pensamos em um carro esportivo com linhas extremamente agressivas, motorização potente e com um estilo inovador, instantaneamente nos vem a cabeça montadoras como Ferrari, Porsche, Lamborghini e alguns veículos da Mercedes-Benz.
Neste mesmo segmento de veículos, muitas vezes o Honda (ou Acura) NSX acaba sendo preterido pelos concorrentes mesmo que, em sua segunda geração, o carro conte com um design completamente agressivo e futurista juntamente a uma motorização, híbrida.
Tanto faz chamar o NSX de Honda ou Acura, afinal esta segunda marca é tida como a divisão de luxo do grupo Honda e em certos países o modelo esportivo recebeu o nome de Honda, como aqui no Brasil, e outros de Acura, como nos EUA.
Mas o modelo foi fabricado especialmente visando atingir o mercado norte americano. Para isso, decidiram utilizar o nome da Acura para atrair maior prestígio ao veículo. O veículo tinha sua carroceria constituída completamente de alumínio e seu interior baseado no caça F-16, além dos faróis escamotáveis que se tornaram símbolo deste veículo.
O NSX contou com uma ajuda pra lá de especial em seu desenvolvimento. Na época em que ainda estava em desenvolvimento, a Honda possuía um acordo para fornecer os motores da McLaren na Fórmula 1que, por sua vez, tinha Ayrton Senna como seu principal piloto, fazendo assim com que a Honda convidasse Senna para realizar testes no veículo no Circuito de Suzuka. E aparentemente o icônico piloto brasileiro parece ter realmente gostado do veículo, tanto que o mesmo adquiriu um modelo na cor preta que até hoje está nas mãos da família de Senna.
Foi então que, em 1990, o NSX foi lançado para o público americano. Mais chamativo do que seu visual era sua motorização que contava com uma força absurda, rendendo 283 cv de potência de um motor 3.0. A partir do ano de 1997, um motor 3.2 que rendia cerca de 298 cv acoplado a um câmbio manual também foi oferecido ao público. Porém, a Honda passou a adotar a fibra de alumínio-carbono nos cilindros, fazendo assim com que o motor ficasse ainda mais potente e rendesse mesmo com um câmbio automático 321 cv e um 0-100 de 5,4 segundos.
Mas o tempo infelizmente passou, as vendas do modelo já não eram mais tão boas e, em 2005, a Honda decidiu descontinuar o NSX, que ficou marcado na memória de muitos entusiastas como um dos melhores esportivos japoneses já produzidos, sendo comparado até mesmo com modelos icônicos como o Nissan Skyline R34 e o Toyota Supra.
Em 2012, a Honda anunciou que estava voltando a trabalhar em uma segunda geração do NSX, fazendo com que todos os fãs ficassem ansiosos para ver o novo modelo. Em 2015, o novo NSX foi apresentado no Salão de Detroit, fazendo com que o mundo automobilístico ficasse em estase com a nova geração completamente renovada e futurista.
Foi então que, em maio de 2016, o Acura (sim, desta vez nada de Honda, apenas Acura) NSX foi lançado ao público com grande expectativa da Honda com que o veículo fosse um sucesso entre os esportivos, ainda mais com seu incrível leque de tecnologias e seu design esportivo e refinado.
Assim como na geração anterior, a diversão do Acura NSX vai além do visual extremamente agressivo e atinge principalmente a potência que o mesmo proporciona. Por sinal, uma das novidades do NSX é ser completamente elétrico, contando com três motores (dois na parte dianteira e um central 3.5 V6 biturbo) que quando trabalhando em conjunto conseguem render cerca de 573 cavalos de potência e ainda assim fazer 9,35 km/l de autonomia, algo realmente impressionante!
Na versão do ano de 2019, o NSX ganhou mudanças leves no visual (ganhou apenas uma cor laranja que lembra muito a do Civic Si) e mudanças significativas na estrutura e chassi, ambas sendo realizadas para diminuir a emissão de CO2 e melhorar o conforto e desempenho do carro.
Juntamente a novos pneus desenvolvidos exclusivamente para o NSX e as barras estabilizadoras 26% mais resistente na dianteira e 19% na traseira, um ajuste no turbocompressor também implicou no resultado final do motor, que continua com a mesma configuração, porém agora com 580 cv e 65,8 kgfm além do 0-100 em 2,9 s e da velocidade máxima de 305 km/h.
Embora estejamos falando de um supercarro tão exclusivo, com tecnologias inovadoras para um veículo esportivo que consegue atrelar a não-agressão ao meio ambiente à potência, o Acura NSX é considerado um fracasso de vendas no mercado americano. Mas por que isso?
Para quem busca um carro neste estilo, é de se esperar que o proprietário pague pelou menos 100 mil dólares, logo o preço não seria um problema tão grande para a propagação do veículo, se não fosse pelo fato de que uma marca generalista como a Acura, mesmo sendo a divisão de luxo da Honda, cobra cerca de 205 mil dólares em seu veículo esportivo, enquanto rivais como o McLaren 570S (190 mil dólares), Audi R8 (160 mil dólares) e o Mercedes AMG GT (110 mil dólares) custam menos que o modelo produzido pela Honda e pertencem a marcas exclusivas que justificam o preço cobrado por seus veículos.
Portanto, pela razão de possuir um preço muito elevado quando comparado com seus rivais diretos, o Acura NSX segue estagnado nas vendas mesmo que seja um carro completamente cativante, mas não conseguindo repetir o mesmo sucesso da versão anterior.