A fabricante chinesa BYD renovou o contrato de comodato de veículos elétricos com a Presidência da República, estendendo o acordo até janeiro de 2026. O contrato inicial havia sido firmado em janeiro de 2024, garantindo a utilização de modelos da montadora pela equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sem custos diretos ao governo.
Pontos Principais:
Além da renovação do comodato para a Presidência, a BYD firmou um novo acordo que disponibiliza 22 veículos para órgãos públicos, incluindo o Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Câmara dos Deputados. O novo contrato tem vigência até novembro de 2029 e inclui a cessão gratuita dos veículos, além de carregadores para abastecimento da frota elétrica.
Os contratos de comodato garantem às instituições o uso dos veículos sem necessidade de compra ou aluguel, sendo considerados parte de uma estratégia de exposição da montadora no mercado nacional. O governo federal justifica o uso dos veículos como parte das ações voltadas à transição energética e ao estudo da viabilidade da eletrificação da frota oficial.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva continuará utilizando um SUV BYD Tan, modelo elétrico com preço sugerido de R$ 449.990. Além disso, um BYD Dolphin Plus, avaliado em R$ 179.800, estará disponível para a equipe da Presidência. Ambos os veículos foram cedidos sem custos de aquisição ou locação.
A Presidência da República argumenta que a utilização dos veículos elétricos contribui para a economia de recursos públicos, reduzindo os gastos com combustíveis fósseis. Além disso, o governo alega que a experiência servirá para avaliar a viabilidade de uma frota eletrificada na logística presidencial.
O contrato de comodato mantém as mesmas condições do acordo firmado anteriormente, garantindo a utilização dos veículos por mais um ano. Durante esse período, os carros permanecerão sob responsabilidade da Presidência para uso em deslocamentos oficiais.
O Superior Tribunal de Justiça recebeu 20 unidades do BYD Seal, um sedã elétrico de 531 cv, cujo valor de mercado é de R$ 299.800. O tribunal justificou a atualização da frota alegando dificuldades na manutenção dos veículos anteriormente utilizados, compostos por dez unidades do Hyundai Azera e 24 do Ford Fusion.
Os modelos anteriores estavam em uso desde 2015 e 2018, respectivamente, e já não contavam com garantia de fábrica. Segundo o STJ, houve dificuldades na obtenção de peças de reposição para esses veículos, além da necessidade de reparos constantes. Desde 2018, os Fusion passaram por 17 trocas de motores e três substituições de câmbio.
O tribunal estimou que a substituição dos veículos por meio de aluguel custaria R$ 20,4 milhões em um período de cinco anos, enquanto a compra de novos sedãs representaria um gasto mínimo de R$ 12,9 milhões. A opção pelo comodato da BYD elimina esses custos diretos, sendo que a única despesa do STJ será o pagamento do seguro da frota, estimado em R$ 300 mil anuais, além dos custos com recarga elétrica.
A Câmara dos Deputados recebeu uma unidade do BYD Tan sem custos. Já o Tribunal de Contas da União (TCU) recebeu dois exemplares do sedã elétrico Seal, totalizando 22 veículos distribuídos entre os órgãos públicos.
Além da entrega dos carros, a BYD forneceu 20 carregadores do tipo wallbox com potência de 7 kW e um carregador rápido de 60 kW. Os dispositivos foram instalados para garantir a infraestrutura de recarga da nova frota elétrica.
A renovação do comodato e a cessão dos novos veículos fazem parte de uma estratégia da montadora para aumentar sua visibilidade no Brasil. A BYD tem expandido sua participação no mercado automotivo nacional, tanto no setor público quanto no privado, ampliando a oferta de modelos elétricos e híbridos.
O STJ abriu um edital para selecionar montadoras interessadas em fornecer veículos elétricos por meio de comodato. Os requisitos incluíam potência mínima de 500 cv, comprimento superior a 4,8 metros e ser 100% elétrico.
A exigência técnica restringiu a concorrência a quatro modelos disponíveis no mercado brasileiro: BMW i7, BMW i5, BYD Seal e BYD Han. Os preços dos modelos variam de R$ 299.800 a R$ 1,3 milhão.
A BYD foi a única montadora a atender aos requisitos do edital e a aceitar a oferta de cessão gratuita dos veículos. A empresa justifica sua participação como uma estratégia de marketing para aumentar sua presença no segmento de frotas governamentais.
A cessão dos veículos elétricos gerou debates sobre possíveis conflitos de interesse e transparência nas relações entre empresas privadas e o setor público. Algumas manifestações questionaram a legalidade e a moralidade do acordo, apesar de não haver comprovação de irregularidades.
A BYD destaca que o modelo de comodato é uma prática comum no setor automotivo e que a ação visa divulgar sua linha de veículos elétricos para o mercado brasileiro. A empresa tem ampliado sua presença no país, incluindo a instalação de fábricas e expansão da rede de concessionárias.
A renovação do contrato e a cessão dos novos veículos reforçam a presença da BYD no Brasil, ampliando sua atuação junto ao setor público e consolidando sua estratégia de mercado baseada na eletrificação da frota governamental.
Fonte: Agenciagov, Uol e AutoEsporte.