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Mitsubishi encerrará produção de motores em Catalão e picape Triton 2025 deve usar motor importado

O grupo HPE Automotores anunciou o fechamento da fábrica de motores em Catalão, Goiás, até 31 de dezembro de 2024. A decisão está vinculada às novas exigências de emissões do Proconve L8, que inviabilizam a continuidade do motor 2.4 Diesel anteriormente produzido localmente.
Publicado em Negócios dia 5/12/2024 por Alan Corrêa

Com o encerramento da unidade fabril, a Mitsubishi deixará de produzir o motor 2.4 Diesel (4N15), usado na linha L200. A fabricação local será substituída pela importação do motor 4N16, utilizado na nova Triton 2025. Este modelo atende às novas exigências ambientais e será fabricado em Catalão com motor importado.

Pontos Principais:

  • Fábrica de motores de Catalão será encerrada em 31 de dezembro de 2024.
  • Nova picape Triton 2025 terá motor 4N16 importado.
  • Produção da L200 atual será descontinuada ao fim do ano.
  • Trabalhadores da fábrica serão realocados para outras áreas.

O fim da produção local de motores está diretamente relacionado às normas ambientais do Proconve L8. Os modelos antigos da L200, que utilizam o motor 2.4 Diesel atual, não se adequam às novas regras e também deixarão de ser fabricados em dezembro. A Mitsubishi continuará vendendo as unidades já produzidas até que os estoques sejam esgotados em 2025.

A HPE Automotores informou que todos os funcionários afetados pelo encerramento da linha de motores serão redistribuídos para outros setores. Segundo nota oficial, a decisão garantirá a manutenção dos postos de trabalho, algo também confirmado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão (SIMECAT). Inicialmente, o sindicato previa uma paralisação temporária da fábrica, mas o encerramento definitivo foi confirmado.

A fábrica de motores, inaugurada em 2013, foi um marco da nacionalização de produtos Mitsubishi no Brasil, iniciando com a produção do ASX. Desde então, fabricou o motor 2.4 Diesel (4N15), que será substituído pelo 4N16 importado, mais eficiente e compatível com normas ambientais.

Mesmo com o fechamento da fábrica de motores, a planta de Catalão continuará produzindo a nova Triton 2025. O modelo foi apresentado como uma evolução, trazendo o motor 4N16 biturbo, que atende às novas exigências ambientais e promete maior eficiência energética.

A HPE Automotores segue apostando no mercado nacional com produtos como a Triton 2025, mas optou por ajustar sua operação local para atender às demandas do Proconve. A transição reflete as mudanças no setor automotivo, cada vez mais impactado por normas ambientais e avanços tecnológicos.

O que é a HPE Automotores?

A HPE Automotores representa oficialmente as marcas Mitsubishi Motors e Suzuki Veículos no Brasil. Sua fábrica, localizada em Catalão, Goiás, possui 247 mil metros quadrados de área construída, emprega mais de 2.500 pessoas, direta e indiretamente, e tem capacidade para produzir até 120 mil veículos por ano.

O mercado automotivo brasileiro está em transformação, e a HPE busca adaptar-se ao cenário de transição energética. A empresa pretende lançar dois modelos inéditos a partir de 2025, equipados com sistemas híbridos e tecnologia flex. O objetivo é atender às novas demandas por redução de emissões, alinhando a produção às diretrizes ambientais globais e às regulamentações locais em evolução.

Parte da estratégia da HPE envolve a diversificação de produtos e o fortalecimento do relacionamento com seus consumidores. Além da produção de veículos, a empresa organiza eventos como o Mitsubishi Motorsports, voltado para o segmento de veículos off-road. Esse tipo de iniciativa busca reforçar a ligação entre a marca e os consumidores que utilizam os carros para lazer ou atividades específicas.

Os desafios incluem a adaptação tecnológica necessária para o desenvolvimento de veículos híbridos e a concorrência no setor automotivo. Outras montadoras também têm investido em soluções sustentáveis, o que exige avanços na cadeia de produção e o aprimoramento dos processos logísticos e industriais da HPE. O mercado interno, ainda dependente de combustíveis fósseis, apresenta limitações para a expansão das tecnologias híbridas no curto prazo.

Fonte: Motor1, Wikipedia, RevistaCarro, HPEAutos e AutosSegredos.