Recentemente, uma proposta de reformulação na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) gerou debates sobre mudanças no sistema de habilitação para motoristas de carros automáticos. O Projeto de Lei 7.746/17, apresentado em 2017 pela deputada Mariana Carvalho (PSDB/RO), sugere dividir a categoria B em duas subcategorias: B1, voltada exclusivamente para veículos automáticos, e B2, destinada a motoristas que conduzem tanto automáticos quanto manuais.
Pontos Principais:
Caso aprovado, o projeto criaria subcategorias na CNH que se aplicariam apenas a novas emissões, sem obrigar os motoristas atuais a realizar mudanças em seus documentos. Atualmente, a categoria B permite a condução de veículos de passeio com peso bruto de até 3.500 kg e capacidade para até oito passageiros.
No entanto, o PL ainda enfrenta um longo caminho legislativo. De acordo com a Câmara dos Deputados, o texto está pronto para pauta na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), mas não há previsão para votação. O projeto também sofreu emendas, incluindo a proposta de uma habilitação específica para veículos com câmbio automático.
Paralelamente, tramita no Senado o Projeto de Lei 3.688/2024, que propõe a inclusão de veículos automáticos e elétricos no ensino prático de direção em autoescolas. Atualmente, a regulamentação não permite o uso desses veículos para fins de aprendizagem. O texto destaca a crescente relevância dos automáticos, que já representam mais de 70% da produção nacional.
O Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP) informou que acompanha a tramitação do PL 7.746/17, mas ressaltou que ainda é cedo para definir posicionamentos sobre a mudança na CNH. O órgão afirmou que possíveis adaptações só serão avaliadas após a aprovação do projeto e maior clareza sobre suas diretrizes.
As discussões refletem a transformação do mercado automotivo brasileiro, que tem observado um aumento significativo na adoção de veículos automáticos. A divisão das subcategorias busca alinhar as habilitações às demandas tecnológicas e operacionais dos motoristas.
Ainda que as propostas avancem lentamente, o debate evidencia a necessidade de atualização nas regras de habilitação no Brasil. Tanto a criação de subcategorias quanto a inclusão de automáticos no ensino podem gerar impacto no sistema de formação e fiscalização de motoristas.
Fonte: AutoEsporte.