Paulo Soares, o Amigão, morre em São Paulo aos 63 anos após longa internação

Paulo Soares, o Amigão, morre aos 63 anos em São Paulo após meses internado. Nome marcante do SportsCenter da ESPN, teve carreira iniciada no rádio e passagem por grandes emissoras.
Publicado em Cotidiano dia 29/09/2025 por Alan Corrêa

Paulo Soares, conhecido pelo público como Amigão, morreu nesta segunda-feira em São Paulo, aos 63 anos, após meses de internação no Hospital Sírio-Libanês. A notícia interrompe uma rotina de expectativas reservadas, já que a família não havia divulgado detalhes sobre seu estado clínico nem a causa da morte.

Pontos Principais:

  • Paulo Soares, o Amigão, morre aos 63 anos em São Paulo após longa internação.
  • Foi referência na ESPN, sobretudo no SportsCenter ao lado de Antero Greco.
  • Construiu carreira sólida no rádio antes de migrar para a televisão.
  • Velório ocorre nesta segunda-feira no Funeral Home, em São Paulo.

A trajetória de Amigão sintetiza uma era da televisão esportiva brasileira. Sua voz grave e cadência tranquila eram reconhecidas de imediato, especialmente no SportsCenter, da ESPN, que apresentou ao lado de Antero Greco. O programa, lançado em 2000 durante a cobertura das Olimpíadas de Sydney, transformou a maneira como o noticiário esportivo era transmitido, priorizando o diálogo leve, mas sem perder a profundidade da análise.

Paulo Soares morre aos 63 anos em São Paulo após meses internado. Sua morte encerra uma trajetória que se tornou referência no jornalismo esportivo brasileiro.

O vínculo com Antero Greco foi um dos marcos de sua carreira. A dupla cultivou uma química rara diante das câmeras, misturando humor, informação e uma parceria que ultrapassava o estúdio. A morte de Greco, em maio de 2024, já havia marcado profundamente o apresentador, que seguia com dificuldades de saúde em decorrência de problemas na coluna vertebral. Foram diversas cirurgias nos últimos anos, tentativas de restaurar a mobilidade e reduzir dores crônicas.

Antes da televisão, Paulo Soares construiu reputação sólida no rádio. Passou por emissoras como Record, Globo e Bandeirantes, em uma época em que a cobertura esportiva radiofônica ainda moldava o imaginário dos torcedores. Essa vivência ajudou a lapidar seu estilo direto e próximo do público, algo que levou para a televisão. Na TV, atuou na Gazeta, Record e Cultura, consolidando-se nos anos 1990 na ESPN Brasil.

O apelido Amigão nasceu de forma espontânea e refletia a maneira calorosa como se relacionava com colegas e audiência. Tornou-se quase uma marca registrada, a ponto de seu nome de batismo se diluir diante da identidade que construiu ao longo da carreira. A familiaridade que transmitia na tela aproximava-o dos espectadores, reforçando a confiança no jornalismo esportivo que praticava.

O velório, marcado para esta segunda-feira, das 13h às 17h, no Funeral Home, na Bela Vista, em São Paulo, deve reunir colegas, fãs e familiares. É mais uma despedida a um capítulo importante da memória televisiva esportiva, pouco mais de um ano após a partida de seu parceiro histórico.

Paulo Soares deixa um legado de profissionalismo, resiliência e afeto pelo esporte e pelo ofício de narrar e analisar acontecimentos esportivos. Sua ausência reabre a reflexão sobre uma geração de comunicadores que transformou a cobertura esportiva em uma experiência mais próxima do público, consolidando padrões ainda hoje adotados por emissoras e programas.

Fonte: Terra e Oglobo.