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Pesquisa afirma que mais de um quinto dos motociclistas brasileiros começou a pilotar antes dos 18 anos

Um estudo realizado pela Fundación MAPFRE aponta que 21,6% dos motociclistas brasileiros começaram a pilotar antes de atingir a idade mínima legal. O levantamento, divulgado durante o 3º Seminário Internacional de Segurança no Trânsito, analisa o comportamento e os desafios enfrentados pelos motociclistas no país.
Publicado em Notícias dia 10/12/2024 por Alan Corrêa

A pesquisa utilizou uma amostra de mais de 1,2 mil motociclistas e foi desenvolvida com apoio técnico do Instituto de Segurança no Trânsito (IST). Entre as análises realizadas, destacou-se o aumento expressivo da frota de motocicletas no Brasil, que passou de 4 milhões em 2000 para mais de 30 milhões em 2021.

Pontos Principais:

  • 21,6% dos motociclistas começaram a pilotar antes dos 18 anos.
  • 26,5% iniciaram a pilotagem aos 18 anos.
  • 27,5% começaram entre 19 e 24 anos.
  • 6,8% passaram a pilotar após os 35 anos.

O levantamento revelou que, além dos 21,6% que começaram a pilotar antes dos 18 anos, 26,5% iniciaram a prática no limite legal da idade mínima, enquanto 27,5% começaram a conduzir entre 19 e 24 anos. Após os 25 anos, a proporção de novos motociclistas cai para 17,5%. Apenas 6,8% começaram após os 35 anos, sendo que essa faixa etária representa aqueles que frequentemente buscam o aprendizado por motivos profissionais ou mudança de estilo de vida.

Outro ponto abordado no estudo foram as dificuldades enfrentadas para a obtenção da CNH-A, documento necessário para pilotar motocicletas. Segundo os dados, 72,4% dos entrevistados mencionaram o custo elevado como o principal obstáculo, seguido pela complexidade dos exames práticos e teóricos, apontada por 40,2%.

O estudo também trouxe reflexões sobre a mortalidade de motociclistas no Brasil. Apesar da redução da taxa de óbitos por 10.000 motocicletas, que caiu de 6,18 em 2000 para 4,13 em 2021, o índice brasileiro ainda é maior do que o registrado em países como a Espanha. Isso demonstra a necessidade de políticas públicas voltadas à educação no trânsito e à formação de condutores.

Os entrevistados contribuíram com sugestões de ações para melhorar a segurança viária. Entre as medidas mais mencionadas estão a realização de cursos de direção defensiva (68,8%), sessões de simulação de situações de risco (58,3%), campanhas educativas (58,1%) e treinamentos práticos em autoescolas (57,9%).

De acordo com Fátima Lima, representante da Fundación MAPFRE no Brasil, os dados apresentados oferecem uma base importante para o desenvolvimento de iniciativas que promovam a cultura de segurança no trânsito. A identificação de comportamentos de risco ajuda a orientar a formulação de políticas públicas e ações educativas voltadas para os motociclistas.

Com um crescimento significativo na quantidade de motocicletas nas últimas décadas, o Brasil enfrenta desafios relacionados à segurança no trânsito. Além de questões estruturais, é fundamental investir em conscientização e formação adequada para reduzir os índices de acidentes e mortalidade entre motociclistas.

Fonte: Fundacionmapfre.