O transporte por mototáxi em São Paulo tem sido um tema de debate entre motociclistas, empresas de aplicativos, autoridades e a população em geral. Após um breve período de funcionamento, a modalidade foi suspensa por decisão judicial, mas pesquisas indicam que a maioria dos motociclistas e paulistanos apoia a regulamentação do serviço. A possibilidade de ganhos financeiros maiores e a rapidez no deslocamento são alguns dos fatores que impulsionam a discussão sobre sua viabilidade.
Pontos Principais:
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva revelou que 78% dos motociclistas da cidade estariam dispostos a atuar no transporte de passageiros por aplicativo. Além disso, 18% disseram que talvez fariam esse tipo de serviço, enquanto apenas 4% rejeitaram a ideia. O estudo aponta que a motivação financeira é um dos principais fatores para essa decisão, especialmente se as corridas tiverem valores mais altos do que os serviços de entrega.
Apesar da decisão judicial que suspendeu o mototáxi em São Paulo, as empresas 99 e Uber já manifestaram a intenção de recorrer para tentar restabelecer a modalidade. O serviço é visto como uma alternativa de mobilidade para os usuários e uma possibilidade de renda para motociclistas. No entanto, questões regulatórias e de segurança ainda são desafios a serem superados.
O levantamento do Instituto Locomotiva aponta que 91% dos motociclistas considerariam trabalhar com transporte de passageiros caso o valor das corridas fosse superior ao das entregas. Além disso, 85% acreditam que a renda poderia aumentar significativamente caso a modalidade fosse permitida e regulamentada na cidade.
A segurança também é um fator analisado na pesquisa. Para 91% dos motociclistas, a tecnologia dos aplicativos torna as viagens mais seguras, tanto para condutores quanto para passageiros. O compartilhamento de trajeto, o suporte das plataformas e o controle de velocidade são fatores citados pelos entrevistados como diferenciais que podem contribuir para a redução de riscos.
O transporte de passageiros por moto já acontece informalmente em algumas regiões de São Paulo. Em muitos casos, motociclistas oferecem o serviço por conta própria, sem a intermediação de aplicativos. Especialistas apontam que a regulamentação poderia trazer mais segurança e previsibilidade para o setor, além de garantir direitos aos trabalhadores envolvidos.
Uma segunda pesquisa, também realizada pelo Instituto Locomotiva, indica que 7 em cada 10 paulistanos apoiam a oferta do transporte de passageiros em moto. O estudo ouviu 2048 pessoas na cidade e foi encomendado pela 99.
Além do apoio geral, 80% dos entrevistados afirmam que a moto é uma alternativa mais rápida para se deslocar na cidade. Já 74% veem o transporte sobre duas rodas como uma opção segura para trajetos curtos, reduzindo a exposição a riscos. Outro dado relevante aponta que 80% consideram o mototáxi uma solução viável para áreas de difícil acesso ao transporte público.
As opiniões contrárias ao serviço também aparecem. Alguns entrevistados mencionam o aumento do risco de acidentes e o impacto no trânsito como preocupações. Há também um debate sobre o papel do Estado na regulamentação e fiscalização da modalidade.
Embora ambos os serviços envolvam o transporte de passageiros em motocicletas, há diferenças entre mototáxi e transporte via aplicativo.
A regulamentação do mototáxi prevê que os condutores possam operar em pontos fixos para embarque de passageiros, como acontece com táxis tradicionais. No transporte por aplicativo, as corridas são solicitadas diretamente pelo celular, sem necessidade de um local físico específico para embarque.
A distinção entre os modelos pode impactar o futuro da modalidade em São Paulo. Enquanto algumas cidades adotam o mototáxi regulamentado, outras permitem o funcionamento de aplicativos sem exigências municipais específicas. Esse cenário pode influenciar o debate sobre a viabilidade do serviço na capital paulista.
As empresas de transporte por aplicativo enfrentam uma disputa jurídica para viabilizar o serviço de transporte de passageiros em motocicletas. No dia 28 de janeiro, a 99 e a Uber suspenderam a oferta do mototáxi após uma decisão da Justiça de São Paulo.
Mesmo com a suspensão, as empresas afirmam que seguirão buscando alternativas para operar na cidade. A 99, que encomendou a pesquisa ao Instituto Locomotiva, argumenta que a demanda pelo serviço justifica sua regulamentação. Já a Uber também defende a liberação do serviço e estuda formas de recorrer da decisão judicial.
Enquanto isso, o debate sobre segurança, mobilidade e regulamentação continua. O futuro do transporte por motocicletas na cidade depende de negociações entre empresas, governo e órgãos reguladores. A aceitação por parte da população e dos motociclistas pode ser um fator decisivo para a retomada ou proibição definitiva do serviço em São Paulo.
Fonte: Agenciabrasil, Bbc e Uol.