Uma recente carta enviada à Comissão Federal de Comércio (FTC) por dois senadores dos EUA trouxe à tona acusações contra grandes montadoras. Os senadores Ron Wyden, do Oregon, e Edward J. Markey, de Massachusetts, alegam que empresas como General Motors (GM), Hyundai e Honda têm vendido dados dos motoristas para seguradoras a preços irrisórios.
Os dados em questão incluiriam informações detalhadas sobre a condução dos veículos, como velocidade, intensidade de frenagem e frequência de ultrapassagem dos limites de velocidade. De acordo com a carta, uma empresa de análise de dados, teria pago à Honda US$ 25,92 mil ao longo de quatro anos por informações de 97 mil carros, o que representa apenas US$ 0,26 por carro. A Hyundai teria recebido um total de pouco mais de US$ 1 milhão em seis anos, ou US$ 0,61 por carro.
A maneira como essas informações foram coletadas e utilizadas também gerou críticas. A Hyundai, por exemplo, teria coletado dados de qualquer veículo com conexão à internet. A GM e a Honda ofereceram aos motoristas a opção de adesão, mas o senador Wyden argumenta que essa opção não foi claramente comunicada, levando a um possível engano dos clientes.
Em resposta às acusações, a GM afirmou ter parado de coletar dados desde que as denúncias vieram à tona. No entanto, a montadora ainda compartilha dados de localização, exigindo que os clientes desativem a conexão de internet para interromper o compartilhamento. Por outro lado, a Honda e a Hyundai defendem suas práticas. A Honda afirmou que a Verisk forneceu apenas pontuação de condução e que nenhuma informação identificável foi compartilhada sem o consentimento dos clientes. A Hyundai explicou que seus termos de serviço informavam sobre o compartilhamento de dados e que este ocorria somente com autorização dos motoristas.
Os senadores pediram uma investigação mais aprofundada para verificar a legalidade e a transparência das práticas de coleta e venda de dados pelos fabricantes de automóveis. Enquanto isso, as empresas envolvidas continuam a defender suas políticas e práticas, afirmando que agiram de acordo com os consentimentos fornecidos pelos clientes.
Fonte: iG, Band e OlharDigital.