O Miura é uma das grandes lendas do setor automobilístico brasileiro, tendo alcançado uma grande fama durante sua existência, 1976 a 1992, quando fechou as portas por não suportar a concorrência com o mercado estrangeiro.
Contudo, o modelo promete retornar em breve.
Entre as décadas de 1970 e 1990 ter um carro esportivo era item de luxo, e com a proibição de importação de veículos no Brasil, e por causa disso o Miura fez bastante sucesso, pois era um dos únicos modelos que atendia essas expectativas. Ele custava o equivalente a 200 mil reais hoje em dia, dá pra entender que não era pra todos.
Aldo Besson e Itelmar Gobbi são os dois criadores do modelo, quando decidiram expandir os negócios de sua loja de bancos e acessórios. A ideia deles era produzir um modelo nacional que tivesse luxo e sofisticação, com design marcante e acabamento refinado.
O Miura esbanjava tecnologia e refinamento, especialmente para os padrões de então, mas até para os de hoje. Ele contava com faróis escamoteáveis, limpadores escondidos entre o capô e o para-brisa, revestimento de náilon, até em detalhes no painel, laterais e teto. Um luxo que acompanhava o modelo até nos mínimos detalhes.
No seu interior, os assentos com formato anatômico e acabamento em náilon. O painel de instrumentos era completado por um painel “adicional” ao lado que continhas as informações de amperímetro, marcador do nível de combustível, termômetro e marcador de pressão de óleo.
O desempenho dessa primeira versão, contudo, deixava um pouco a desejar. Ela contava com o motor 1.6 AR de 65 cv, com velocidade máxima de apenas 135 Km/h e aceleração de 0 a 100Km em 23s. O câmbio era manual de 4 velocidades.
A evolução se tardou em aparecer. Em 1981 o Miura já passava a contar com o motor 1.6 refrigerado a água (do então Passat TS), com 88 cv de potência e torque máximo de 13,3 kgf.m, permitindo que ele atingisse a velocidade de 180 km/h, e alcançasse de 0 a 100 km/h em apenas 13 segundos.
Além da melhoria da motorização, a nova versão contava também com regulagem elétrica da altura do volante, pedais também ajustáveis por meio de extensões, o que permitia ao motorista adequar a posição mais confortável para condução. E como opcional ainda podia contar com: rádio com toca-fitas, vidros elétricos e ar-condicionado.
Uma das versões mais famosas do modelo foi a chamada Saga, a qual esbanjava estilo e luxo. Ela trazia de série teto solar, bancos de couro, ar-condicionado, trio elétrico, abertura da portas por controle remoto, sistema de aviso por voz sobre necessidade de abastecimento, uso do cinto de segurança, sensor crepuscular, sistema de mídia com TV de 5 polegadas e uma mini geladeira instalada na lateral do banco traseiro. Inimaginável para aqueles tempos.
Abaixo seguem outras versões do modelo e seus respectivos anos de fabricação:
O fim do Miura se deu quando o Brasil reabriu as portas para a importação de veículos, o que aconteceu no início da década de 1990. Com isso, a concorrência ficou muito grande e o preço do Miura já não era mais praticável pelos consumidores.
Apesar de ter fechado suas portas em 1992, continuou recebendo pedidos até 1995, quando parou de vender a picape BG Truck. E assim terminou a história de uma grande lenda brasileira.
No ano de 2007 a empresa Rangel & Lima Indústria de Veículos Ltda adquiriu da massa falida da Besson, Gobbi S/A a marca Miura, a partir de quando começou a desenvolver um trabalho em dois novos projetos, o Miura M1 e o Miura M2.
A empresa, nova detentora dos direitos da marca, apresentou o projeto do seu primeiro modelo, o Miura M1, em dezembro de 2007, por ocasião da comemoração dos 30 anos da marca. Num projeto conjunto com a Autosfibra, de Santa Catariana, o projeto vem sendo desenvolvido e as expectativas de seu lançamento eram para o ano de 2018.
O segundo modelo, o Miura M2, também teve seu projeto apresentado, mas mais recentemente, em junho de 2014. A mesma Autosfibra trabalha junto com a nova detentora dos direitos nesse projeto. Essa versão estará equipada com motor V8 e a previsão de lançamento é incerta.
*Com informações do Wikipedia.