A incrível história do piloto Jim Clark

Jim Clark (1936 – 1968) foi um dos maiores pilotos na década de 60 e de toda história da F1. De um total de 72 corridas, o piloto escocês teve 25 vitórias e 33 poles position, bem como 2 títulos mundiais. Além disso, foi o único piloto a vencer no mesmo ano o campeonato mundial de F1 e as 500 milhas de Indianápolis.
Publicado em História dia 10/06/2019 por Alan Corrêa

Jim Clark (1936 – 1968) foi um dos maiores pilotos na década de 60 e de toda história da Fórmula 1. De um total de 72 corridas, o piloto escocês teve 25 vitórias e 33 poles position, bem como 2 títulos mundiais. Além disso, foi o único piloto a vencer no mesmo ano o campeonato mundial de F1 e as 500 milhas de Indianápolis.

Carreira precoce

Jim Clark já era um prodígio na condução desde menino, onde aprendeu a dirigir sozinho observando seu pai. Aos 8 anos, o menino escocês já conduzia o carro pelas terras da família.

Com 15 anos a paixão pelas corridas despertou no jovem e aos 17 anos já estava competindo em eventos amadores de rali.

Em 1956, aos 20 anos, Clark iniciou sua carreira professional, contrariamente aos anseios de sua família. Sua primeira prova no Stobs Camp Sprint já foi vitoriosa pilotando um Sunbeam Mk3.

1960-1961

Clark estreou na F1 em 1960, com um Lotus 18 equipado com motor Climax. Aliás, a Lotus foi sua equipe única e contou com uma parceria de sucesso com o engenheiro Colin Chapman.

Em 1961, o piloto se envolveu em um dos acontecimentos mais trágicos da F1. Estando disputando o título mundial com o alemão Wolfgang von Trips, os dois pilotos se tocaram na pista e o carro do alemão acabou sendo lançado na plateia, matando 14 espectadores e o próprio von Trips.

1962-1963

O título mundial de 1962 já poderia ter sido seu, se a equipa Lotus não tivesse falhado ao deixar frouxo um parafuso do motor Climax do seu modelo 25. A vitória de Graham Hill na última prova na África do Sul acabou lhe dando o campeonato.

Já em 1963, nada conseguiu lhe impedir de sagrar-se campeão mundial de F1 por primeira vez, com resultados em uma temporada que falam por si mesmos.

Foram sete vitórias de um total de dez provas, com sete poles, seis voltas mais rápidas e nove pódios consecutivos.

1964-1965

Mais uma vez problemas técnicos da equipe lhe tiraram o título mundial em 1964. Mesmo tendo vencido três das cinco primeiras corridas do ano e ter mantido a liderança na última prova que lhe daria o campeonato, seu carro quebrou e Jon Surtees tornou-se o primeiro e único piloto a ganhar a F1 e o motovelocidade.

Em 1965, Clark garantiu seu segundo título mundial por antecipação vencendo seis das sete primeiras provas, com um total de 73 pontos absolutos e 54 válidos. Deixando de lado o GP de Mônaco, o escocês conseguiu a façanha de vencer ainda as 500 Milhas de Indianápolis.

Para coroar ainda mais o ano, Clark teve uma vitória célebre ao vencer debaixo de chuva o GP de Spa-Francorchamps. Aliás, nesta mesma pista o escocês teve um total de quatro vitórias.

Tanto sucesso lhe valeu também o feito inédito de ser o único piloto estrangeiro em figurar na capa da famosa revista Time.

1966-1967

Por uma estratégia errada da equipe em 1966, Clark alcançou apenas uma vitória no ano nos Estados Unidos. Aliás, foi o único piloto a vencer este GP com o ineficiente motor BRM de 3 litros e 16 cilindros em H.

A união da Lotus com a Ford quase lhe valeu o campeonato de 1967, com o modelo 49 que lhe deu quatro vitórias no ano. Mas o título mundial acabou ficando com Denny Hulme devido sua regularidade de pontos e apenas duas vitórias.

Trágico ano de 1968

Clark era o favorito para o título em 1968, tendo vencido a primeira prova do ano. Mas na década de 60 os pilotos tinham de disputar corridas em outras categorias para compensar seus faturamentos financeiros.

Foi assim que há 51 anos, no dia 7 de abril de 1968, Clark competiu por última vez. Disputando uma prova na Fórmula 2 em Hockenheim, seu carro perdeu o controle e se chocou com as árvores. O escocês não resistiu às fraturas e a F1 perdeu um dos maiores pilotos.

Legado

O seu legado para F1 é tão impressionante que muitos dos seus recordes só foram ultrapassados na década de 80, por ícones do automobilismo que corriam em outras condições.

Alain Prost, por exemplo, superou o número de pontos do piloto escocês de 73 para 76 em 1985, em um campeonato que teve 16 corridas na temporada contra 10 corridas de 1963.

Ainda é preciso levar em conta que Clark teve sua carreira interrompida e sua introdução na F1 foi muito precoce, nem de longe teve a preparação dos pilotos modernos guiando karts, simuladores e competindo largamente na F3.