Notícias

Alada: Senado aprova criação de estatal espacial para potencializar lançamentos no Brasil

O Brasil avança no setor espacial com a criação da estatal Alada, aprovada pelo Senado. A empresa poderá negociar lançamentos por até R$ 7,5 milhões, explorando a localização estratégica de Alcântara. A iniciativa busca atrair investimentos e impulsionar o mercado global de missões espaciais.
Publicado em Notícias dia 3/01/2025 por Alan Corrêa

O Senado Federal aprovou a criação da Empresa de Projetos Aeroespaciais do Brasil (Alada), uma nova estatal que visa impulsionar o setor espacial do país, permitindo negociações diretas com empresas privadas para a realização de lançamentos de foguetes e satélites.

Pontos Principais:

  • Criação da Alada permitirá negociações com empresas privadas por até R$ 7,5 milhões por missão.
  • Brasil possui localização privilegiada no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão.
  • Nova estatal pode cobrar preços de mercado, reinvestindo receitas no programa espacial.
  • Concorrência no setor inclui empresas dos EUA e da China, como SpaceX e SpaceSail.

A Alada foi idealizada para explorar o potencial estratégico do Centro de Lançamento de Alcântara, localizado próximo ao Equador, uma posição geográfica vantajosa para lançamentos em órbitas equatoriais. A nova estatal poderá captar receitas significativas, permitindo a reinvestimento no desenvolvimento da infraestrutura espacial brasileira.

Sob a gestão da Alada, lançamentos poderão ser negociados a preços de mercado, algo que não era permitido em contratos governamentais. Atualmente, o modelo em vigor limita as receitas a valores fixos, como os R$ 250 mil cobrados da empresa sul-coreana Innospace em 2023. A expectativa é que os novos contratos alcancem até R$ 7,5 milhões por missão, gerando maior retorno financeiro para o programa espacial do país.

O Centro de Lançamento de Alcântara já foi utilizado em parcerias anteriores, incluindo acordos firmados com empresas como a Virgin Orbit, que posteriormente entrou em falência. Desde sua inauguração, apenas uma missão privada foi realizada no Brasil, o que reforça o potencial inexplorado do setor.

A legislação aprovada no Senado também busca posicionar o Brasil como um competidor global no mercado espacial. Enquanto a SpaceX, de Elon Musk, não demonstrou interesse em lançar foguetes a partir do Brasil, empresas chinesas como a SpaceSail já sinalizaram intenção de expandir sua atuação no país.

A Alada também terá um papel crucial em atrair novos investimentos internacionais, com contratos que possibilitam maior flexibilidade e condições mais atrativas para empresas privadas. A expectativa é que isso fortaleça a competitividade do Brasil frente a outros centros de lançamento globais, como Cabo Canaveral, nos EUA.

Os próximos passos incluem a sanção presidencial do projeto de lei, que depende do retorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após sua recuperação de uma cirurgia recente. Com a nova legislação, o Brasil busca consolidar sua posição no mercado espacial global.

Fonte: Camara e Senado.