Nos anos 70, o mundo automobilístico testemunhou o surgimento de um ícone que não apenas marcou uma era, mas também dominou o cenário das corridas de carros de turismo: o BMW 3.0 CSL. Com seu poderoso motor, design icônico e uma série de vitórias nas pistas, este carro se tornou um dos modelos mais emblemáticos da BMW e da história do automobilismo.
Este é mais do que apenas um carro esportivo. É uma obra de arte sobre rodas que deixou sua marca nas pistas e no mundo da arte. Sua evolução, desempenho e legado o tornam um ícone inesquecível na história da BMW e do automobilismo como um todo. Este “Batmóvel” continuará a inspirar entusiastas de carros e amantes da arte, mantendo-se como um exemplo eterno da busca pela perfeição na engenharia automotiva.
Nesta matéria, mergulharemos na história deste carro lendário, explorando sua evolução, sucesso nas corridas e contribuição para a coleção de BMW Art Cars.
A história do BMW 3.0 CSL começa em um momento em que a BMW estava ansiosa para fazer uma marca no mundo das corridas de carros de turismo. Em 1972, a BMW Motorsport GmbH foi fundada com um objetivo claro: conquistar o sucesso rapidamente. Sob a liderança de Jochen Neerpasch, um grupo de pilotos de corrida talentosos foi reunido para dar vida a esse ambicioso plano.
Mas a jornada do 3.0 CSL começou com seu antecessor, o BMW 2800 CS, que já havia se destacado como um ícone de design em 1968. Com um motor de carburador de 2,8 litros e 170 cv, o 2800 CS oferecia um equilíbrio entre esportividade e conforto, mas não era a escolha ideal para o automobilismo.
Foi aí que a Alpina entrou em cena em 1969, apresentando o primeiro BMW 2800 CS com melhorias substanciais no motor. A Alpina e a Schnitzer otimizaram a suspensão e o trem de força, transformando o confortável cupê em um carro de turismo de corrida. No entanto, a desvantagem de peso em comparação com a concorrência mais leve prejudicou seu desempenho.
Para superar a desvantagem de peso, a Alpina desenvolveu uma versão leve do BMW 3.0 CS, que deu origem ao lendário BMW 3.0 CSL. A primeira versão leve desse cupê de seis cilindros surgiu em 1971, mantendo a tecnologia do 3.0 CS com carburador, mas com um peso reduzido de 215 kg. Isso resultou em uma capacidade de manuseio dinâmica superior.
No entanto, o ponto de virada real veio com a mudança na diretoria da BMW. Bob Lutz assumiu o controle das vendas em 1972 e trouxe Jochen Neerpasch, da Ford, para liderar a equipe de automobilismo da BMW. Sob o comando de Neerpasch, o BMW 3.0 CSL passou por uma transformação significativa, recebendo um motor de injeção de seis cilindros e alcançando 200 cv. O “Batmóvel” estava pronto para voar nas pistas.
O apelido “Batmóvel” não foi dado à toa. O BMW 3.0 CSL de 1973 se destacava visualmente com um pacote aerodinâmico impressionante. Trilhos de ar nas asas dianteiras garantiam estabilidade em curvas rápidas, enquanto os arcos das rodas mais largos acomodavam rodas de liga leve de 7″ de largura. Um spoiler dianteiro aumentou a força descendente no eixo dianteiro, e uma asa traseira gigante proporcionou tração nas rodas traseiras. Essa asa, no entanto, não era legal para uso nas ruas e era entregue desmontada.
A sigla “CSL” significava “coupé sport lightweight” (cupê esportivo leve), e a letra “L” foi levada a sério pelos desenvolvedores. Cada componente foi analisado para reduzir peso, com portas, tampa do porta-malas e capô feitos de alumínio, enquanto outras partes eram feitas de chapas finas de metal. Janelas traseiras e laterais eram de perspex. O resultado foi um peso médio de apenas 1.270 kg, resultando em uma relação peso-potência notável de 6,1 kg/cv.
Com a fundação da BMW Motorsport GmbH em 1972, a BMW estava pronta para dominar as corridas de carros de turismo. O BMW 3.0 CSL, desenvolvido pouco tempo depois, superou todas as expectativas. As cores vermelha, roxa e azul se tornaram sinônimo de sucesso nas pistas, especialmente no chassi do CSL Coupé, que conquistou vitórias memoráveis. Em 1973, na lendária corrida das 6 Horas de Nürburgring, Hans-Joachim Stuck e Chris Amon levaram o BMW 3.0 CSL à vitória, deixando a concorrência muito atrás.
Além de seu sucesso nas pistas, o BMW 3.0 CSL também deixou sua marca no mundo da arte. Em 1975, o escultor Alexander Calder criou o primeiro BMW Art Car, lançando as bases para a BMW Art Car Collection. Foi uma iniciativa do piloto de corrida francês Hervé Poulain, que mais tarde também competiu com a obra de arte. Calder usou cores fortes e superfícies curvas, aplicando-as generosamente nos spoilers, capô e capota.
A coleção de BMW Art Cars cresceu ao longo dos anos, apresentando obras de artistas renomados como Roy Lichtenstein, Andy Warhol, A. R. Penck, David Hockney, Jenny Holzer, Jeff Koons, John Baldessari e Cao Fei, entre outros. Esses carros refletem a evolução cultural da arte, design e tecnologia.
O BMW 3.0 CSL é agora um carro clássico altamente cobiçado, com um valor de raridade incomparável. Apenas 167 unidades foram produzidas entre 1973 e 1975, tornando-o uma visão rara nas estradas de hoje, mas também um tesouro na história da fabricação de automóveis.