A questão dos airbags defeituosos da Takata se transformou no maior recall da história automotiva, afetando veículos de diversas marcas e modelos em todo o mundo. O problema está no gerador de gases dos airbags, que pode romper e lançar fragmentos metálicos em direção aos ocupantes do carro a uma velocidade de até 300 km/h. Globalmente, mais de 100 milhões de veículos foram afetados, e no Brasil, o número chega a 4,4 milhões. No entanto, cerca de 2,5 milhões de veículos brasileiros ainda não passaram pelo recall, colocando seus motoristas e passageiros em risco.
O defeito começou a ser investigado após um acidente em 2002, nos Estados Unidos, envolvendo um Honda Accord. No Brasil, foram registrados pelo menos três casos fatais até 2021, todos relacionados ao problema dos airbags. Em Sergipe, por exemplo, a morte de um motorista de Chevrolet Celta em 2014 foi causada por fragmentos do airbag projetados em alta velocidade. Após investigações, a Chevrolet convocou mais de 235 mil unidades de Celta e Classic para recall.
Apesar da gravidade do problema, a adesão ao recall no Brasil ainda é baixa. O processo de substituição dos airbags é gratuito, e fabricantes como a Chevrolet chegaram a oferecer incentivos financeiros para estimular a participação. Mesmo assim, uma parcela significativa dos veículos continua rodando sem o reparo necessário. Estima-se que cerca de 2,5 milhões de carros no país ainda circulam com os airbags defeituosos da Takata.
Uma nova lei de trânsito, em vigor desde abril de 2021, trouxe mudanças importantes para tentar aumentar a adesão aos recalls. Agora, os veículos com recall pendente não poderão ser licenciados, forçando os proprietários a fazerem o reparo para regularizar a situação do veículo. Isso garante que, em algum momento, todos os carros convocados passarão pelo processo de substituição dos airbags. Após o conserto, a fabricante tem um prazo de 15 dias para informar ao governo sobre a conclusão do recall, garantindo que o licenciamento possa ser feito.
A falência da Takata, em meio ao escândalo dos airbags, levou a empresa americana KSS a assumir a produção e distribuição dos componentes de segurança. No entanto, o legado dos airbags defeituosos ainda persiste, exigindo que as montadoras continuem fazendo convocações e buscando novas formas de comunicar os proprietários afetados. A Honda, por exemplo, usa caminhões de entrega para divulgar suas campanhas de recall, enquanto outras marcas utilizam cruzamentos de dados com o Senatran para enviar notificações diretamente aos proprietários.
Para saber se seu carro está envolvido em um recall, especialmente relacionado aos airbags defeituosos da Takata, você pode consultar o site da Secretaria Nacional de Trânsito – Senatran (neste link). Lá, é possível verificar rapidamente se o veículo precisa de reparo, inserindo o número do chassi ou da placa no sistema.
O recall é uma medida preventiva e obrigatória que busca garantir a segurança dos motoristas e passageiros. Caso seu veículo seja afetado, o reparo deve ser realizado gratuitamente em uma concessionária autorizada pela montadora.
Ignorar um recall pode colocar sua segurança em risco. Mesmo que o carro funcione normalmente, o defeito no airbag pode ser ativado em uma colisão, com consequências graves.
O recall dos airbags da Takata é um lembrete de como falhas de segurança podem ter consequências graves e duradouras. É crucial que os proprietários de veículos convocados façam a substituição dos componentes defeituosos, garantindo a segurança de todos que utilizam o automóvel.
Fonte: G1, QuatroRodas, AutoPapo e Estadao.