Brasileiras mudam hábitos de locomoção para fugir do trânsito

Pesquisa revela que 76% das brasileiras alteraram sua rotina de mobilidade para lidar com os desafios impostos pelo trânsito, adotando bicicletas e outras alternativas.
Publicado por Alan Corrêa em Mobilidade dia 5/12/2024

Estudo realizado pela empresa de compartilhamento de bicicletas Tembici mostra que o trânsito impacta diretamente a rotina de deslocamento de mulheres em todo o Brasil. A pesquisa, que entrevistou 900 usuárias do sistema de bikes compartilhadas durante o mês de outubro, revela que 76% das participantes alteraram seus hábitos de locomoção devido aos congestionamentos. Os resultados destacam uma tendência de busca por alternativas mais práticas e sustentáveis.

Pontos Principais:

  • 76% das mulheres mudaram hábitos de locomoção para escapar do trânsito.
  • 68% utilizam bicicletas como alternativa aos congestionamentos.
  • 53% economizam mais de 1 hora no trânsito ao pedalar.
  • Estresse e ansiedade são consequências do trânsito para mais de 50% das mulheres.

O levantamento apontou que 75% das participantes identificam o trânsito como um problema recorrente, enquanto 83% consideram o tempo perdido nos congestionamentos um fator que impacta diretamente a organização de suas atividades cotidianas. Para 68% das mulheres, as bicicletas representam uma solução prática para evitar o trânsito, destacando o papel crescente da ciclomobilidade nas grandes cidades.

Pesquisa mostra que 76% das mulheres alteraram sua mobilidade por causa do trânsito. Bikes e transporte público são algumas das soluções adotadas para melhorar a rotina diária - Imagem gerada por IA.
Pesquisa mostra que 76% das mulheres alteraram sua mobilidade por causa do trânsito. Bikes e transporte público são algumas das soluções adotadas para melhorar a rotina diária – Imagem gerada por IA.

Entre as mudanças de hábito registradas, 47% das entrevistadas passaram a evitar horários de pico, e 35% optaram por meios de transporte não motorizados. Além disso, 32% afirmaram que se mudaram para mais perto de seus destinos diários, enquanto 28% passaram a utilizar o transporte público como alternativa viável.

O estudo também revelou que, além de economizar tempo, o uso da bicicleta contribui para a saúde mental das usuárias. Enquanto 53% economizam mais de uma hora no trânsito, 51% relataram que o estresse causado pelos congestionamentos impacta sua qualidade de vida. Outros 39% relataram ansiedade ao pensar no trânsito, e 29% afirmaram que os engarrafamentos afetam sua capacidade de concentração.

De acordo com Sthefany Simioni, gerente de Relações Governamentais da Tembici, pesquisas como essa são fundamentais para compreender as necessidades e os desafios enfrentados pelas usuárias. Segundo ela, o levantamento ajuda a embasar políticas públicas voltadas para o incentivo ao uso da bicicleta como alternativa de transporte.

Os dados ressaltam que, apesar de o trânsito ser um problema recorrente nas grandes metrópoles brasileiras, as mulheres têm buscado soluções práticas para minimizar o impacto dessa situação em seu dia a dia. A pesquisa aponta também que, para muitas usuárias, o uso de bicicletas compartilhadas deixou de ser apenas uma opção de lazer, consolidando-se como uma estratégia de locomoção cotidiana.

Além disso, iniciativas como ciclovias e bicicletários ainda carecem de maior atenção para atender à demanda crescente. Em São Paulo, por exemplo, apenas 30% da demanda por vagas em bicicletários é atendida, de acordo com dados recentes.

A pesquisa reforça a importância de políticas públicas e projetos de infraestrutura que estimulem o uso de bicicletas como uma alternativa de transporte sustentável e eficiente nas grandes cidades brasileiras. Segundo a empresa, o foco em mobilidade ativa pode contribuir para a redução do trânsito, além de melhorar a qualidade de vida da população.

Fonte: Camara-SP, Estadão e AutoData.