Chevrolet Monza ainda é adorado

É muito difícil de se imaginar veículos caros entre os mais vendidos do país nos dias atuais, imagine então em tempos passados. Para conseguir isso, o veículo deve aliar modernidade, desempenho e confiabilidade tanto do mesmo quanto da montadora, e ambas estas características a Chevrolet conseguiu atribuir ao Monza.
Publicado em História dia 21/05/2019 por Alan Corrêa

É muito difícil de se imaginar veículos caros entre os mais vendidos do país nos dias atuais, imagine então em tempos passados. Para conseguir isso, o veículo deve aliar modernidade, desempenho e confiabilidade tanto do mesmo quanto da montadora, e ambas estas características a Chevrolet conseguiu atribuir ao Monza.

Para se ter uma ideia, o impacto que o Monza teve no mercado automobilístico da época seria similar a caso o Cruze, mesmo custando praticamente o dobro do preço, ultrapassasse o Onix em vendas. Os 14 anos de produção do Monza foram marcantes para a Chevrolet, tanto que existem até os dias atuais apaixonados neste sedan médio que marcou uma geração.

História do Monza

O Monza começou a ser produzido em Abril de 1982 após se tornar um projeto global da Chevrolet. Com a autonomia dos veículos começando a ser considerada pelas montadoras, a ideia era poder oferecer um veículo que fosse luxuoso, potente e que tivesse um consumo de combustível melhor do que os outros modelos.

A ideia inicial era do veículo se chamar Ascona, seguindo o mesmo nome do modelo da Opel, mas o nome não foi bem aceito pelos clientes e decidiram mudar o nome do veículo para Monza, que remete a esportividade e ao circuito de automobilismo localizado na Itália.

O modelo estreou em duas versões: uma básica e a mais luxuosa SL/E, ambos equipados com um motor 1.6 e câmbio manual de 4 velocidades. Ocorreu que o veículo foi duramente criticado pelo seu motor 1.6 fraco, fazendo a Chevrolet lançar ao final do mesmo ano uma motorização 1.8 que rendia 86 cv, o suficiente para melhorar seu status.

Em 1983, ganhou a versão sedan de 2 e 4 portas, sendo a versão que não contava com as portas traseiras a mais vendida de toda a linha. A motorização continuava a mesma e, com a opção de sedan, o Monza veio a receber o prêmio de veículo do ano pela Revista Autoesporte.

Mas os tempos de ouro do Monza vieram a partir de 1984, com o modelo já consolidado no mercado. Tiveram também as séries especiais Clodovil (feita pelo estilista Clodovil Hernandes em 1984) e o modelo conversível, que durou de 1984 até 1986, justamente o período em que o Monza dominou o mercado brasileiro e desbancou seu “irmão” Chevette e o Ford Escort para se tornar o carro mais vendido do Brasil por três anos seguidos.

Em 1987, foi lançada a versão Classic, que introduzia um motor 1.8 de 95 cv e um novíssimo 2.0 de 99 cv, além do motor de dois litros movido apenas a álcool que rendis cerca de 110 cv. Durante os anos de 1987 e 1988, o Monza perdeu o posto de carro mais vendido do país, mas sempre figurava entre os primeiros da lista, além de vencer novamente o prêmio de Carro do Ano nos respectivos anos.

O ano de 1989 foi marcante para o automobilismo brasileiro justamente pela conquista das 500 milhas de Indianápolis por Emerson Fittipaldi. Com essa conquista, a Chevrolet lançou uma nova versão do Monza chamada 500 EF, homenageando o piloto. Mas não apenas esta homenagem foi marcante, mas também pelo motor 2.0 com injeção eletrônica de 116 cv que inaugurou a era desta tecnologia no cenário brasileiro.

Em 1991, o Monza passou por uma reestilização que não agradou muito os fãs do carro, fazendo com que o mesmo ganhasse linhas parecidas com as do Omega. Seus motores também foram atualizados para 1.8 de 98 cv e os 2.0 de 110 cv e 116 cv, posteriormente chegando outro motor de dois litros com 121 cv em 1992.

Quando o então presidente do Brasil Fernando Collor de Mello decidiu abrir as importações, chegaram outros veículos como o próprio Omega e o Vectra, veículo que sucedeu ao Ascona na Europa. Tanto o Monza quanto o Vectra conviveram pacificamente de 1993 até 1996, ano em que o Monza já tinha perdido todo seu glamour e as vendas já não eram mais iguais antigamente, fazendo assim o fim do icônico veículo que conseguiu ser o mais vendido do país com um preço elevado.

Por que ainda é tão amado?

Um veículo que vendeu mais de 850 mil unidades em 14 anos, foi eleito Carro do Ano três vezes e liderou por três anos seguidos o ranking de vendas do mercado brasileiro não merece cair no ostracismo apenas pela chegada dos modelos importados, e realmente não caiu!

Uma legião de fãs do Monza se formou pelo Brasil, fãs estes que adoram as linhas do veículo, seu conforto, potência e sofisticação que fazem do veículo um excelente custo-benefício nos dias atuais.

Além disso, as diversas séries especiais como a Barcelona, Conversível e o luxuoso Clodovil fizeram do Monza ainda mais desejado por conta destes modelos exclusivos, que fazem os colecionadores batalharem pelos mesmos até os dias atuais com frequência.

O Monza sem dúvidas é um veículo que marcou uma época no Brasil. Por mais que tenha sido morto nas linhas de produção pelos modelos importados da Chevrolet, ele permanece cada dia mais vivo no cotidiano dos fãs que este veículo conquistou e continua conquistando dia após dia.

Curiosidades

Versões

Um lote de 226 veículos Monza foram importados da Venezuela em 1989, somente nas séries SL, Classic SE e S/R, todos com motorização 2.0, porém dos 226, apenas 26 era equipados com injeção eletrônica multi-ponto Bosch. Dos restantes, apenas 20 eram com câmbio manual, todo o lote possuíam ar-condicionado de série, e boa parte com revestimento em couro, denominados alguns como “Exclusive”.