Como o calor extremo prejudica carros e motos e o que fazer para evitar danos

O calor extremo não afeta apenas as pessoas, mas também carros e motos. Motores superaquecem, pneus desgastam mais rápido, baterias perdem eficiência e fluidos degradam. Com manutenção preventiva e cuidados simples, é possível evitar falhas mecânicas e garantir a segurança, mesmo sob temperaturas elevadas.
Publicado por Alan Corrêa em Dicas dia 12/02/2025

As altas temperaturas registradas nos últimos dias têm impacto direto nos veículos, sejam carros ou motos. O calor afeta diversos componentes mecânicos, elétricos e estruturais, reduzindo a eficiência e aumentando o risco de falhas. Sensações térmicas acima de 60°C em áreas urbanas elevam ainda mais os desafios para motoristas e motociclistas.

Pontos Principais:

  • Superaquecimento do motor devido a falhas no sistema de arrefecimento.
  • Desgaste acelerado de pneus por aumento da pressão interna.
  • Redução da eficiência da bateria causada pela evaporação de fluidos.
  • Degradação de fluidos essenciais, como óleo do motor e fluido de freio.

A exposição prolongada ao sol e ao calor intenso pode causar superaquecimento do motor, desgaste acelerado de pneus e danos a fluidos essenciais para o funcionamento dos veículos. A combinação de temperatura elevada e umidade pode gerar problemas no sistema de refrigeração, na bateria e até na pintura dos automóveis e motocicletas.

O calor extremo afeta o desempenho de carros e motos, comprometendo a eficiência de motores, baterias e pneus. O superaquecimento pode causar falhas mecânicas, exigindo manutenção preventiva.
O calor extremo afeta o desempenho de carros e motos, comprometendo a eficiência de motores, baterias e pneus. O superaquecimento pode causar falhas mecânicas, exigindo manutenção preventiva.

Para evitar transtornos e prejuízos, é essencial conhecer os principais problemas causados pelo calor nos veículos e adotar medidas preventivas. Além disso, saber como agir diante de falhas inesperadas pode fazer a diferença na segurança e na durabilidade do automóvel ou da moto.

Impactos do calor em carros

As temperaturas elevadas afetam diretamente o motor, a bateria e o sistema de arrefecimento dos carros. O superaquecimento do motor é um dos problemas mais comuns, principalmente em congestionamentos ou viagens longas sob sol intenso. O aumento da temperatura do motor pode ser causado por baixo nível de líquido de arrefecimento, mau funcionamento da ventoinha ou falhas na bomba d’água.

A bateria também sofre impactos com o calor excessivo. As altas temperaturas aceleram a evaporação do eletrólito dentro da bateria, reduzindo sua vida útil e comprometendo o desempenho elétrico do veículo. Falhas elétricas, dificuldade na partida e panes inesperadas são sinais de que a bateria pode estar sobrecarregada pelo calor.

Os pneus são outro componente afetado pelo calor extremo. O asfalto quente pode aumentar a pressão interna dos pneus, elevando o risco de estouros. O desgaste irregular e a perda de aderência também são agravados pelo calor, especialmente em pneus já desgastados ou com calibragem incorreta.

Impactos do calor em motos

As motocicletas também são altamente sensíveis às altas temperaturas. O motor, que muitas vezes depende apenas da refrigeração a ar, pode sofrer superaquecimento, especialmente em trânsito lento ou congestionado. O óleo do motor perde viscosidade mais rapidamente, reduzindo a lubrificação e aumentando o atrito interno.

A corrente de transmissão é outro ponto vulnerável ao calor. O aquecimento excessivo do conjunto pode provocar dilatação da corrente, aumentando o desgaste e exigindo ajustes frequentes. A lubrificação também se torna menos eficiente, impactando o desempenho da moto.

Os freios são afetados pelo calor devido ao aumento da temperatura das pastilhas e discos. O superaquecimento pode causar perda de eficiência na frenagem, conhecido como “fading”, tornando a resposta do sistema de freios menos precisa e aumentando a distância necessária para parar a moto.

Problemas comuns causados pelo calor

Diversos componentes dos veículos podem ser prejudicados pelo calor intenso. Entre os problemas mais comuns estão:

  • Superaquecimento do motor
  • Evaporação e degradação de fluidos (óleo, líquido de arrefecimento e fluido de freio)
  • Redução da eficiência da bateria
  • Desgaste acelerado dos pneus
  • Danos ao sistema de freios
  • Ressecamento e rachaduras em mangueiras e correias
  • Problemas no ar-condicionado e sistema de ventilação
  • Descoloração e rachaduras na pintura e estofamento

Como prevenir problemas causados pelo calor

A manutenção preventiva é essencial para evitar falhas mecânicas e elétricas durante períodos de calor intenso. Algumas medidas ajudam a reduzir os impactos das altas temperaturas nos veículos:

  • Verificar regularmente o nível e a qualidade do líquido de arrefecimento
  • Inspecionar a bateria e, se necessário, substituir antes do fim da vida útil
  • Manter os pneus calibrados e checar sinais de desgaste irregular
  • Lubrificar a corrente da moto com maior frequência em dias muito quentes
  • Evitar exposição prolongada ao sol, utilizando capas protetoras ou estacionamentos cobertos
  • Checar a pressão dos freios e substituir fluido quando necessário
  • Manter o óleo do motor dentro da validade e no nível recomendado

O que fazer em caso de superaquecimento

Mesmo com cuidados preventivos, falhas podem ocorrer devido a temperaturas extremas. Quando um veículo começa a apresentar sinais de superaquecimento, é importante tomar algumas medidas para evitar danos mais graves:

  • Desligar o ar-condicionado para reduzir a carga térmica sobre o motor
  • Parar em local seguro e aguardar o motor esfriar antes de abrir o capô
  • Verificar o nível do líquido de arrefecimento e, se necessário, completar com água
  • Nunca abrir o reservatório de expansão do radiador com o motor quente
  • Evitar continuar rodando com temperatura do motor elevada

No caso de motocicletas, é recomendado evitar congestionamentos e buscar rotas alternativas com melhor ventilação. Se o motor aquecer demais, desligá-lo por alguns minutos pode ajudar a reduzir a temperatura antes de seguir viagem.

Dicas para proteger seu carro nos dias de calor

  • Estacione sempre na sombra para evitar superaquecimento do interior do carro.
  • Use um para-sol no para-brisa para reduzir a temperatura interna.
  • Proteja o painel com capas refletivas para evitar rachaduras.
  • Deixe frestas nos vidros para permitir a circulação de ar.
  • Utilize películas nos vidros para bloquear os raios solares.
  • Evite deixar objetos sensíveis ao calor dentro do carro.
  • Cheque o nível de líquido de arrefecimento regularmente.
  • Não ignore sinais de superaquecimento no painel do veículo.
  • Mantenha o sistema de ar-condicionado revisado e limpo.
  • Verifique a pressão dos pneus, pois o calor pode afetá-los.
  • Use cera protetora na pintura para evitar danos causados pelo sol.
  • Evite lavar o carro sob o sol para prevenir manchas na pintura.
  • Utilize capas automotivas para proteger o veículo quando estacionado ao ar livre.
  • Evite combustíveis de baixa qualidade que podem ser prejudiciais no calor.
  • Não deixe crianças ou animais dentro do carro mesmo por pouco tempo.
  • Revise o óleo do motor, pois altas temperaturas podem afetar sua viscosidade.
  • Lubrifique as borrachas das portas para evitar ressecamento.
  • Evite sobrecarregar o veículo, pois isso pode elevar a temperatura do motor.
  • Estacione em locais ventilados sempre que possível.
  • Use tapetes térmicos para reduzir o calor no interior do carro.

É verdade que a sensação térmica pode chegar a 70 graus?

Com a onda de calor intensa atingindo o Brasil, surgiram especulações de que a sensação térmica poderia chegar a 70°C em algumas regiões. Embora essa possibilidade exista na teoria, especialistas afirmam que é improvável que isso aconteça nos próximos dias. A sensação térmica é influenciada principalmente pela temperatura e umidade do ar, e para atingir tal nível, seriam necessárias condições atmosféricas extremas.

De acordo com uma tabela desenvolvida pelo Núcleo de Climatologia Aplicada da USP, para que a sensação térmica alcance 70°C, seria necessário que a temperatura estivesse acima de 41°C e a umidade relativa do ar chegasse a 80%. No entanto, na prática, essa combinação é rara, pois o calor excessivo tende a reduzir a umidade do ar, dificultando que tais índices sejam alcançados simultaneamente.

A sensação térmica não é a mesma coisa que a temperatura registrada pelos termômetros. Esse índice é calculado com base em fatores como temperatura do ar, umidade, vento e radiação solar. Em locais com alta umidade, o corpo humano sente mais calor porque o suor não evapora com facilidade, dificultando a regulação da temperatura corporal. Já em ambientes secos e quentes, a sensação térmica pode ser até menor do que a temperatura real.

Outro ponto importante é que a percepção do calor varia de pessoa para pessoa, dependendo de fatores como idade, metabolismo e adaptação ao clima. O cálculo da sensação térmica é feito com base em parâmetros médios da população, mas não reflete exatamente o que cada indivíduo sente. Por isso, mesmo que um índice elevado seja registrado, a experiência pode ser diferente para cada um.

Apesar das previsões de calor extremo para os próximos dias, especialistas descartam que a sensação térmica chegue a 70°C no Brasil. O fenômeno da onda de calor é causado por um bloqueio atmosférico que impede a formação de nuvens e favorece a elevação da temperatura. Ainda assim, as condições previstas indicam baixa umidade, o que torna inviável a sensação térmica atingir níveis tão elevados.

Fonte: G1, Theguardian, AutoEsporte, Mobiauto e Terra.