No primeiro semestre de 2024, o mercado automobilístico chinês registrou a venda de 14,047 milhões de unidades, de acordo com a Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis (CAAM). Esse número representa um aumento de 6,1% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Em contraste, o mercado brasileiro vendeu 1.077.003 veículos durante os primeiros seis meses de 2024.
A BYD foi a líder de vendas na China, com 1.607.000 veículos vendidos, superando o total de vendas de todo o mercado brasileiro. Em segundo lugar, a Volkswagen vendeu 1.266.000 unidades, seguida pela Chery, que registrou 1.057.000 veículos emplacados.
A grande diferença nas vendas de veículos entre a China e o Brasil pode ser explicada pela diferença populacional e econômica entre os dois países. Com aproximadamente 1,4 bilhão de habitantes, a China possui um ambiente econômico mais favorável para a compra de veículos novos. No Brasil, com cerca de 213 milhões de habitantes, a compra de veículos seminovos ou usados é mais comum devido às condições econômicas.
Para ilustrar, o veículo mais barato no Brasil atualmente é o Fiat Mobi, com um preço de R$ 72.990. Na China, o elétrico Wuling Hong Guang MINI EV é vendido por cerca de R$ 19.500. Um trabalhador em Xangai que ganhe o salário mínimo de 2.690 RMB por mês precisaria de aproximadamente 9 meses e 20 dias de salário para comprar um Hong Guang MINI. No Brasil, um trabalhador que ganhe o salário mínimo de R$ 1.412 por mês precisaria juntar salários por cerca de 4 anos e 3 meses para adquirir um Fiat Mobi.
No mercado de veículos seminovos e usados no Brasil, foram vendidos cerca de 1,3 milhões de unidades no primeiro semestre de 2024, um aumento de 10% em comparação ao mesmo período de 2023, conforme dados da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto).
Além disso, a diferença de preços para o mesmo modelo vendido nos dois países também é notável. O BYD Dolphin Mini, conhecido como Seagull na China, é comercializado por aproximadamente R$ 52 mil na versão mais barata. Já no Brasil, o mesmo modelo elétrico custa R$ 115.800.
Esses dados mostram a disparidade nas vendas de veículos entre os dois países e refletem as condições econômicas e de mercado distintas. Enquanto o mercado chinês continua a crescer e liderar as vendas globais, o mercado brasileiro enfrenta desafios econômicos que influenciam as escolhas dos consumidores.
Fonte: iG.