Consumo de etanol cresce no Brasil, enquanto gasolina registra queda, aponta ANP

Em 2024, os brasileiros mudaram seus hábitos de consumo de combustíveis. A gasolina caiu 4%, enquanto o etanol hidratado cresceu 33,4%. A ANP apresentou os dados no Seminário de Avaliação do Mercado de Combustíveis. A produção nacional abasteceu a maior parte da demanda, mas as importações ainda tiveram papel relevante no fornecimento.
Publicado por Alan Corrêa em Notícias dia 17/02/2025

O mercado de combustíveis no Brasil apresentou mudanças significativas em 2024. Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) indicam que o consumo de etanol hidratado aumentou 33,4%, enquanto a gasolina registrou uma queda de 4% em relação ao ano anterior. Ao todo, foram comercializados 133,1 bilhões de litros de combustíveis líquidos automotivos no país.

Pontos Principais:

  • Consumo de etanol hidratado subiu 33,4% em 2024.
  • Gasolina C teve queda de 4% no mesmo período.
  • Foram comercializados 133,1 bilhões de litros de combustíveis.
  • Diesel B e GLP também apresentaram crescimento nas vendas.

A pesquisa foi divulgada durante o Seminário de Avaliação do Mercado de Combustíveis 2025, realizado no Rio de Janeiro. O evento, promovido pela ANP, contou com a participação de agentes do setor e foi transmitido ao vivo. A apresentação destacou não apenas o consumo de gasolina e etanol, mas também o crescimento nas vendas de diesel, GLP e biodiesel, além de informações sobre a regulamentação do mercado de combustíveis.

O consumo de combustíveis no Brasil mudou em 2024, com a gasolina em queda de 4% e o etanol hidratado crescendo 33,4%. A ANP divulgou os dados em um seminário no Rio de Janeiro - Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
O consumo de combustíveis no Brasil mudou em 2024, com a gasolina em queda de 4% e o etanol hidratado crescendo 33,4%. A ANP divulgou os dados em um seminário no Rio de Janeiro – Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

O etanol hidratado teve um crescimento expressivo, enquanto a gasolina C, já misturada ao etanol anidro, teve redução no consumo. Especialistas apontam que a mudança no comportamento do consumidor pode estar relacionada a fatores econômicos e ambientais. A ANP também apresentou dados sobre produção, importação e regulamentação do setor.

Consumo de combustíveis no Brasil em 2024

No ano de 2024, o Brasil comercializou 133,1 bilhões de litros de combustíveis líquidos automotivos. A gasolina C, que já contém etanol anidro em sua composição, somou 44,19 bilhões de litros, representando uma queda de 4% em relação ao ano anterior.

Por outro lado, o etanol hidratado teve um aumento de 33,4% nas vendas, atingindo 21,66 bilhões de litros. O diesel B, que já contém biodiesel, alcançou um total de 67,25 bilhões de litros comercializados, registrando um crescimento de 2,6% em comparação com 2023.

O GLP, gás liquefeito de petróleo, apresentou aumento de 2,2% no consumo, totalizando 7,57 milhões de metros cúbicos comercializados ao longo do ano. As importações desse combustível representaram 25% das vendas no país.

Produção e importação de combustíveis

A produção nacional de gasolina A, que ainda não possui a adição de etanol anidro, representou 90% da oferta interna do produto. Os 10% restantes foram supridos por importações. Já no caso do diesel A, que ainda não contém biodiesel, as importações corresponderam a aproximadamente 25% do volume comercializado no país.

O biodiesel registrou um crescimento na comercialização devido ao aumento do percentual de mistura desse biocombustível ao diesel de origem fóssil. Em 2024, o teor de biodiesel no diesel subiu de 12% para 14%, contribuindo para a venda de 8,96 bilhões de litros no período, em comparação com os 7,34 bilhões de litros registrados no ano anterior.

A ANP também destacou que as importações desempenham um papel essencial na composição do mercado de combustíveis, garantindo o abastecimento e equilibrando a oferta diante da demanda nacional.

Regulação e fiscalização do setor

O setor de abastecimento no Brasil encerrou 2024 com um total de 131.278 agentes regulados pela ANP. Entre esses agentes, estão distribuídos diversos segmentos do mercado, incluindo postos de combustíveis, revendedores de GLP e distribuidores.

  • 44.678 postos de combustíveis
  • 58.283 revendas de GLP
  • 384 distribuidores de combustíveis líquidos, GLP, combustíveis de aviação, solventes e asfaltos
  • 152 produtores de lubrificantes

Além desses agentes, o mercado conta com rerrefinadores de lubrificantes, agentes de comércio exterior, transportadores-revendedores-retalhistas (TRR), transportadores-revendedores-retalhistas na navegação interior (TRR-NI), coletores de lubrificantes, pontos de abastecimento e consumidores industriais de solventes.

Durante o Seminário de Avaliação do Mercado de Combustíveis, a ANP também apresentou estatísticas sobre as ações de fiscalização realizadas no setor. Foram abordados temas relacionados à concorrência, preços e regulamentação, além de orientações sobre os sistemas utilizados pelos agentes regulados para o envio de dados e pedidos de autorização.

Tendências para o mercado de combustíveis

O crescimento no consumo de etanol hidratado indica uma tendência no comportamento do consumidor brasileiro. Fatores como variações no preço da gasolina, incentivos à utilização de biocombustíveis e preocupações ambientais podem ter contribuído para esse movimento.

A ANP continua monitorando o mercado para garantir a transparência e a qualidade dos combustíveis comercializados no país. A fiscalização e a regulamentação desempenham um papel essencial na manutenção da competitividade do setor e no fornecimento seguro de combustíveis aos consumidores.

A expectativa para os próximos anos é que o mercado continue se adaptando às mudanças na demanda e às novas políticas de transição energética. A evolução do teor de biocombustíveis nos combustíveis fósseis e o avanço da tecnologia dos motores devem impactar diretamente o consumo e a oferta de combustíveis no Brasil.

Fonte: Agenciagov e ANP.