A indústria automobilística tem suas voltas. As correias dentadas que foram preferidas a partir da década de 70 no lugar das correntes metálicas devido ao baixo custo e menor ruído estão saindo de moda. Esta inversão no mercado tem levantado o problema de qual a melhor opção: borracha ou metal?
Seja como for, ambas exigem cuidados próprios e tem como finalidade manter a sincronia entre o virabrequim e o comando de válvulas, algo essencial para o bom funcionamento do motor.
Um dos fatores que contribuíram para a inversão do mercado foi a superação do mito de que as correias dentadas eram mais silenciosas. Ora, se fosse assim, não haveria razão para que veículos de luxo, como BMW ou Mercedes, com baixos níveis de decibéis optassem por correntes metálicas.
Mesmo o argumento do baixo custo da correia dentada não se sustém, pois em longo prazo para os proprietários de veículos a manutenção periódica acaba tem um custo mais alto, sem falar do risco dela arrebentar e acarretar um enorme prejuízo.
Como as correntes metálicas tem durabilidade muito maior são mais econômicas para frotistas, uma vez que elimina a necessidade de troca constante e do deslocamento até as concessionárias.
Enquanto a vida útil da correia dentada, em geral, é de 60.000 km, as peças metálicas superam os 150.000 km e, algumas vezes, tem a mesma durabilidade do motor.
Tanto é assim que modelos como o Firefly da Fiat, Hilux diesel e SCe da Renault resolveram abandonar o uso das correias dentadas. Marcas como a Toyota, Hyundai Brasil, Honda e Nissan já adotam apenas peças metálicas.
Este movimento tende a aumentar, mesmo em segmentos de entrada, o que vai diminuir os custos de investimento da opção metálica com o ganho da escala de produção.
Por ora, os preços podem assustar um pouco. A corrente metálica do Golf TSI, por exemplo, está acima de R$ 1.100, enquanto o modelo Up! TSI da Volkswagen tem um custo médio de R$ 180,00.
Os sinais que a correia dentada precisa ser trocada são rachaduras na borracha, ressecamento ou algum dente danificado. A cada 15.000 km é conveniente pedir ao mecânico verificar o estado dela, mas você mesmo pode conferir retirando a capa protetora.
É claro que a corrente metálica também precisa ser verificada o seu estado. Em realidade, tanto uma como a outra podem arrebentar e afetar diretamente o rendimento do motor. A diferença é que a peça metálica dificilmente danifica, pois todos os roletinhos são tratados termicamente.
Independente da escolha, não é recomendável trocar qualquer uma delas sem um especialista. Mas se você tem ferramentas adequadas, conhecimento e prática suficiente não é tão complexo fazer a correta regulagem, ou seja, nem esticada demais e nem frouxa.
Enquanto essa inversão de mercado não se completa, o número de correias dentadas ainda será superior. Mesmo porque outras soluções de borracha também estão sendo desenvolvidas, como a correia dentada imersa em óleo do Ford Ka que lubrifica o motor e tem durabilidade de 240.000 km.
Deste modo, para maioria dos veículos cabe fazer a revisão preventiva da correia e tomar alguns cuidados básicos como:
Na hora de fazer a troca da correia procure uma oficina de confiança, pois alguns mecânicos tem o costume de forçar a reposição do rolamento/tensor sem haver necessidade.
Para quem já adotou as correntes metálicas ou pretendem adquirir as dicas para preservá-las são:
Se for necessário trocar a parte de metálica – o que é bem raro – aconselha-se trocar também a guia de plástico rígido.