Os pátios de veículos apreendidos em São Paulo estão enfrentando uma situação crítica devido à suspensão dos leilões do Detran-SP por um ano. Atualmente, há 145 mil veículos distribuídos em 245 pátios em todo o estado. O pátio do Tremembé, localizado na Zona Norte da capital, é um dos mais afetados, com mais de 5 mil automóveis.
A suspensão dos leilões ocorreu por suspeitas de irregularidades. O Detran-SP informou que os problemas foram resolvidos e que os leilões serão retomados em breve, embora ainda não haja uma data específica para a capital. Sem os leilões, que ajudavam a liberar espaço nos pátios, a situação de superlotação se agravou.
As empresas que administram os pátios estão enfrentando dificuldades financeiras devido à suspensão dos leilões. A redução de serviços e demissões de funcionários se tornaram necessárias. No pátio do Tremembé, por exemplo, o número de guinchos operacionais foi reduzido de 42 para 15, o que impacta diretamente na capacidade de gestão do espaço.
Além do impacto financeiro, a situação também representa um problema de saúde pública. Os veículos parados por longos períodos se tornam potenciais focos de dengue devido ao acúmulo de água. Os administradores dos pátios contratam empresas terceirizadas para realizar dedetizações frequentes, mas isso não tem sido suficiente para resolver o problema.
O Detran-SP destaca que, em maio, foram assinados 11 novos contratos com leiloeiros. Esses novos leilões são planejados para aliviar a lotação dos pátios. O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) informou que, atualmente, há 19.382 veículos parados em 24 pátios conveniados no estado e que, em 2023, mais de 5 mil veículos foram entregues a arrematantes.
O DER está preparando cinco novos editais de leilão, que incluirão cerca de 3 mil veículos. Esses leilões são considerados fundamentais para liberar espaço nos pátios e permitir a retomada do fluxo normal de veículos apreendidos.
A retomada dos leilões é vista como uma medida urgente para resolver a superlotação dos pátios. A expectativa é que, com a realização dos leilões, os problemas financeiros das empresas administradoras dos pátios e os riscos à saúde pública possam ser mitigados.