Uma chuva intensa em São Paulo na última sexta-feira (24) provocou uma enxurrada que afetou gravemente a estação Jardim São Paulo, da Linha 1-Azul do metrô. O volume de água invadiu a estação, arrastando carros e dificultando a mobilidade na região. A circulação na linha foi interrompida entre Santana e Tucuruvi, afetando milhares de passageiros. A previsão é de que o trecho seja reaberto na segunda-feira (27).
Pontos Principais:
A prefeitura de São Paulo informou que não havia mecanismos que pudessem conter o grande volume de água em tão pouco tempo, dado o contexto climático atual. Segundo o prefeito Ricardo Nunes, a chuva acumulada foi equivalente a metade do volume esperado para todo o mês de janeiro. Ele destacou que medidas de bombeamento e melhorias no sistema de drenagem estão sendo planejadas.
Além da estação Jardim São Paulo, outras áreas da cidade enfrentaram alagamentos e dificuldades de mobilidade. Na Zona Norte, moradores relataram carros sendo levados pela força da água e alagamentos em diversas vias. O sistema Paese foi acionado para minimizar os impactos no transporte público. Já na Grande São Paulo, mais de 34 mil imóveis ficaram sem energia elétrica durante o temporal.
De acordo com o prefeito, o evento climático reflete um cenário global de mudanças climáticas, com chuvas mais intensas e concentradas em curtos períodos de tempo. Ele reforçou que a cidade tem avançado na execução de obras de drenagem e contenção de enchentes, como piscinões e canalização de córregos. Atualmente, há oito piscinões em construção e novas licitações para projetos no Rio Verde, em Itaquera.
Na região da Pompeia, na Zona Oeste, a prefeitura identificou a necessidade de ampliar galerias pluviais para lidar com o volume de água em áreas críticas. Essa medida faz parte do Plano Diretor de Drenagem, que mapeia as bacias da cidade e aponta ações prioritárias para mitigação de enchentes.
Passageiros da CPTM também enfrentaram transtornos, com interrupções em várias linhas devido ao alagamento nos trilhos. Na estação do Brás, na região central, a operação foi paralisada em razão do acúmulo de água. Imagens mostram passageiros se aglomerando em plataformas e equipes trabalhando para recuperar a circulação dos trens.
Os dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) apontam que esta foi a terceira maior chuva registrada na cidade desde o início das medições, em 1961. A prefeitura mobilizou 2.400 funcionários e mais de 350 veículos para atender a população e minimizar os impactos causados pelo temporal.
Embora os investimentos em drenagem tenham reduzido alguns danos, as áreas mais críticas da cidade continuarão recebendo atenção para adaptação à nova realidade climática. A recuperação total das operações na Linha 1-Azul do metrô e em outras áreas afetadas segue como prioridade nos próximos dias.
Fonte: G1.