Cada vez mais os carros duram cada vez menos. O tempo médio de vida de um carro hoje não passa muito dos 7 ou 8 anos, pelo menos na maioria dos casos, sobretudo no que diz respeito ao design. Depois de uns anos aquele efeito de “novidade” se perde e a impressão é de um carro velho e ultrapassado.
Para contornar essa situação muitos proprietários que não querem trocar de carro, seja por gostar muito do modelo ou por não querer desembolsar um valor alto, fazem algumas alterações no visual que deixam o carro com características que lhe conferem um ar mais descolado e atualizado.
O facelift é um termo em inglês utilizado para indicar um procedimento estético feito pelos cirurgiões plásticos, indicando que algumas alterações visuais foram feitas em determinado paciente, seja para corrigir um defeito ou apenas para “rejuvenescer”.
A mesma expressão passou a ser utilizada nas alterações visuais dos carros, indicando que um novo visual foi aplicado para deixar o veículo mais “jovem”. Na maior parte dos casos são mudanças simples e baratas, mas que têm um grande impacto visual.
O facelift é feito pelas próprias fabricantes, quando um modelo já está começando a ficar ultrapassado, mas querem mantê-lo no mercado por mais algum tempo. Assim, pequenas alterações nos para-choques dianteiros ou traseiros, um aerofólio, um adesivo esportivo ou aventureiro nas laterais, tudo pode contribuir para essa renovação.
Neste caso não se trata de uma nova geração, nem mesmo de uma nova linha, apenas um toque especial no visual. Não há mudanças mecânicas também, apenas estéticas e, de alguma forma, superficiais.
Em alguns casos as mudanças podem chegar a ser um pouco mais profundas, envolvendo o departamento de tecnologia, como por exemplo quando os faróis são substituídos por outros com design atualizado, mas que trazem também benefícios tecnológicos que ajudam no desempenho de sua função, como um novo sistema de lâmpadas.
O facelift também admite mudanças visuais no interior do veículo, como um revestimento mais atualizado, novos detalhes de acabamento, ou ainda um novo painel. Mas aqui também as mudanças são apenas visuais, não há uma grande alteração no sistema do carro.
Essas alterações incentivam os consumidores a comprar o modelo reestilizado, aumentando significativamente o número de vendas do modelo. Mas é preciso saber que quando a montadora decide fazer isso, uma nova geração está sendo projetada ou o modelo vai sair de linha.
Um clássico exemplo de facelift é o da Chevrolet Spin. A minivan tinha um design um tanto controverso, alguns a identificavam com uma capivara por sua dianteira, e a traseira não era muito mais impressionante.
Percebendo essa reação do público a montadora decidiu renovar a cara do modelo, já que seu sucesso de vendas era impressionante. Assim, em 2018 a Spin recebeu uma cara nova, que agradou muito mais os consumidores.
Com a mudança, a Spin recebeu faróis e lanternas novos, grade redesenhada, para-choques reformulados, capô e pára-lamas também com novo desenho, tampa traseira melhorada, além de alterações no painel, como um novo console central e um novo painel de instrumentos.
Temos diversos exemplos de facelift. O Volkswagen Gol é um deles, e que foge um pouco à regra dos 6 ou 8 anos. Sua primeira reestilização aconteceu 4 anos após o lançamento, a segunda mudança também em 4 anos, e a terceira com apenas 2 anos de intervalo. Mas é uma exceção.
Outro exemplo que podemos trazer é o Ford Ka, que chegou ao mercado nacional em 2014 e passou pelo facelift em 2018, recebendo uma nova grade frontal com tomadas de ar mais modernas e rodas de liga-leve com desenho exclusivo.
Numa outra categoria, temos o Jeep Renegade, que começou a ser vendido em 2015 e já em 2018 recebia mudanças significativas, entre elas os faróis em LED, a grade com sete fendas, para-choques redesenhados, novas rodas de liga-leve e uma nova maçaneta na tampa do porta-malas. Por dentro recebeu ainda uma nova central multimídia e detalhes cromados nas saídas do ar-condicionado.