Seu carro tem um sistema de segurança que você provavelmente não conhece. Fica instalado no cinto de segurança e é acionado sem a necessidade de energia nem de controles elétricos, sendo totalmente mecânico.
O sistema é acionado quando um movimento é feito de forma muito rápida, seja para frente, para trás ou para as laterais. Entenda o que é, como funciona e qual o motivo de ter sido projetado dessa forma.
Todos sabemos que o cinto de segurança serve para proteger os passageiros em caso de acidente. O que não sabemos é como funciona esse mecanismo – sim, o sistema é mecânico – capaz de salvar vidas, além de ser um requisito legal.
Você certamente já se deparou com essa situação: numa subida, ou numa descida, com um movimento um pouco mais brusco no freio o cinto de segurança fica travado. Isso não é por acaso, o sistema foi projetado para funcionar dessa maneira.
O sistema é composto por travas, molas e algumas esferas que ficam embutidas no mecanismo de retração do cinto, normalmente posicionado na coluna do veículo. Quando a cinta é puxada de forma muito rápida, o sistema identifica a atividade “incomum” e aciona a trava.
Apesar de toda a tecnologia que vemos hoje no mundo automobilístico, o sistema do cinto de segurança ainda é totalmente mecânico, não dependendo de energia ou de controles eletrônicos, mesmo nos carros mais caros e modernos.
Existe mais de um motivo para o sistema ter sido projetado dessa maneira. Em primeiro lugar, quando se fala de cinto de segurança em atividade, devemos logo pensar num acidente ocorrido.
Não tem como prever quais serão as consequências de um acidente, e deixar a função do cinto de segurança por conta de um sistema eletrônico que poderá entrar em pane com o choque, não é uma boa ideia.
O sistema está projetado de forma que o passageiro continuará preso ao cinto mesmo em caso de capotamento. Mas assim que o veículo pára, o passageiro consegue se desvencilhar rapidamente do cinto, o que poderia não acontecer se o sistema fosse eletrônico.
Na pressa de sair com o carro, muitas vezes colocamos o veículo em movimento enquanto colocamos o cinto. Quando fazemos isso, a chance de ele travar é grande, já que nessas circunstâncias costumamos puxar a cinta mais rápido do que se estivéssemos parados. Por isso, o recomendado é colocar o cinto antes de pôr o carro em movimento.
Outra situação é ao estacionar o carro numa ladeira. Com a inclinação, seja ela para frente, para trás ou para as laterais, pode acontecer do cinto travar. Puxar não vai adiantar nada, ele só vai ficar mais tempo travado.
“Se isto acontecer, basta aguardar o veículo ficar em uma posição menos inclinada: o cinto irá destravar automaticamente”, explica Oliver Schulze, da Comissão Técnica de Segurança Veicular. Ou então, mais fácil ainda, afaste-se um pouco, encostando completamente no banco, e puxe a cinta devagar.
Mas cuidado, você não deve confundir esse sistema mecânico cinto de segurança com o pré-tensionador. Esse, por sua vez, conta com um sistema pirotécnico que, quase sempre, está vinculado com os airbags.
Em caso de colisão, esse sistema vai disparar um projétil – como se fosse um revólver – preso a um cabo, para retrair o cinto de segurança no momento da colisão, para reduzir a folga que pode haver entre a fita e o corpo do passageiro.