Muitas vezes a tecnologia pode ser uma faca de dois gumes. A Volkswagen está sentindo isso “na pele”, por assim dizer. A falta de chips está dificultando sua vida. A fabricante alemã precisou reduzir a sua produção por causa da escassez desse item, hoje em dia tão importante dos seus veículos.
Mas não estamos falando da sua produção no Brasil, por incrível que pareça, mas de sua maior fábrica, em Volfsburg, na Alemanha. Estando para terminar as famosas férias de verão europeias, a montadora já anunciou que vai retomar suas atividades com um quadro reduzido de funcionários.
A Volkswagen é hoje a detentora do maior grupo automotivo do mundo, incluindo em seu portfolio grandes marcas do mercado. Mas isso não foi o suficiente para livrar a fabricante de ser atingida pela crise.
A fabricante alemã vai ter que reduzir sua produção pela falta de componentes, especialmente de chips. A produção desse item, feita no Sudeste da Ásia, sofreu um grande impacto devido à crise de Covid-19, e a produção caiu drasticamente.
O impacto foi tão grande que a maior fábrica da empresa, localizada em Wolfsburg, Alemanha, que atualmente emprega mais de 60 mil funcionários, vai retomar as atividades depois das férias de verão com apenas um turno de trabalho.
Já a Audi, marca que pertence ao grupo Volkswagen, está numa situação um pouco mais complicada ainda, já planejando estender as férias de verão por mais uma ou duas semanas.
As montadoras, de uma forma geral, terão meses difíceis pela frente. Depois dos surtos de Covid-19 no Sudeste Asiático, as fábricas foram obrigadas a adotar restrições no processamento de componentes dos veículos, entre esses os chips.
A Volkswagen já havia anunciado uma produção “realmente restrita” para o terceiro trimestre de 2021, justamente por causa dessa escassez de componentes provenientes de seus fornecedores asiáticos.
A BMW também se encontra em situação semelhante, e prevê contínua incerteza. A Toyota não está em melhores condições, e já anunciou a suspensão da produção em 14 de suas fábricas no Japão. Todas com problema de fornecimento.
Embora a montadora japonesa estivesse contornando melhor a situação, já que tinha feito reservas maiores de componentes em seus estoques, a partir de setembro terá que reduzir em 40% sua produção.
Com todo esse cenário, os preços dos veículos deverão subir. A escassez do produto eleva seu preço em relação a uma demanda muito maior. Em grande parte, por causa disso a Volkswagen tem focado sua produção em modelos mais lucrativos, de forma a amenizar o golpe da crise.
Uma pesquisa mostrou que a produção deve ter um decréscimo de 5 a 7 milhões de unidades de veículos que poderiam ser fabricadas se não fosse a falta dos chips semicondutores.