A Polícia Civil de São Paulo realiza uma investigação que expõe uma rede de fraudes envolvendo falsos fretes, lavagem de dinheiro e crimes relacionados ao transporte de cargas. Ao menos 19 pessoas são apontadas como integrantes de uma organização criminosa que, desde 2013, desviava grãos e outras mercadorias de transportadoras, acumulando prejuízos de cerca de R$ 10 milhões.
Pontos Principais:
Nesta terça-feira (26/11), a operação mobilizou cerca de 150 agentes para cumprir 35 mandados de busca e apreensão e 11 de prisão em diversos municípios, incluindo Assis, Iepê e a capital paulista. A ação também atingiu localidades em Mato Grosso do Sul e Paraná.
Entre os investigados estão duas advogadas residentes em Assis, interior de São Paulo, suspeitas de facilitar a lavagem de dinheiro do grupo criminoso. Elas supostamente atuavam na regularização de documentos falsos e em outras atividades relacionadas às fraudes.
A quadrilha utilizava uma plataforma online de fretes para atrair motoristas e, posteriormente, desviava as cargas sob alegação de roubo. As mercadorias, principalmente grãos como soja, eram então revendidas para empresas receptoras, também alvos da investigação.
O primeiro caso que chamou atenção da polícia ocorreu em 2023, em Iepê, quando motoristas contratados para transportar 38 toneladas de soja não entregaram a carga ao destino final. A investigação constatou que ao menos 40 cargas foram desviadas em uma década.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), os motoristas envolvidos frequentemente simulavam roubos de carga e apresentavam boletins de ocorrência falsos às empresas contratantes. O esquema contava com veículos de propriedade dos líderes da organização.
Além das prisões e buscas realizadas hoje, a operação também mira quatro empresas de grãos situadas no estado de São Paulo, que teriam recebido as mercadorias desviadas.
Esta é a segunda fase da chamada Operação Flasus, iniciada em março de 2024. A primeira etapa resultou na condenação de seis pessoas em primeira instância pela Justiça de São Paulo.
As autoridades seguem analisando documentos e materiais apreendidos durante a operação para identificar outros possíveis envolvidos e ampliar as denúncias. O foco é desarticular completamente a rede criminosa e recuperar parte do prejuízo causado às vítimas.
Fonte: Governo-SP, G1 e Metropoles.