Após a retomada gradual do imposto de importação sobre veículos híbridos e elétricos, o governo analisa um novo aumento, desta vez sobre carros montados em kits CKD (Completely Knocked Down) e SKD (Semi Knocked Down). A medida, proposta pela Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), busca elevar a alíquota atual de 18% para até 35%. A pauta foi apresentada no Congresso AutoData Perspectivas 2025 e está em análise na Câmara de Comércio Exterior (Camex).
Pontos Principais:
O aumento na tributação sobre veículos CKD e SKD representaria uma reviravolta para marcas que dependem desse formato de montagem no Brasil. Esse modelo, que consiste na importação de componentes fabricados em outros países para posterior montagem no território nacional, tem sido utilizado por marcas como BYD, GWM e Caoa Chery. Desde 2018, por exemplo, a Caoa Chery opera em Anápolis (GO) utilizando esse sistema.
Atualmente, a alíquota de 18% para CKDs e 16% para SKDs está prevista para vigorar até 2028, mas a Camex pode decidir antecipar o aumento. Além disso, há discussões para que o imposto ultrapasse os 35%, conforme sugerido pelo Sindipeças, entidade representante dos fabricantes de autopeças.
O principal argumento da Anfavea é a necessidade de estimular a nacionalização da produção. O formato CKD e SKD é menos oneroso para as montadoras, pois dispensa a criação de uma cadeia local de fornecedores e exige menos investimentos em maquinário. No entanto, associações como a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) questionam a medida, apontando para o risco de quebra de regras comerciais previamente estabelecidas.
A indústria automotiva nacional também enfrenta desafios com a expansão de marcas chinesas, que têm investido em fábricas no Brasil, como BYD em Camaçari (BA) e GWM em Iracemápolis (SP). Empresas menores, como a Comexport, que adquiriu a antiga fábrica da Troller no Ceará, também seriam impactadas pela mudança.
Enquanto isso, a retomada do imposto sobre carros híbridos e elétricos segue o cronograma estabelecido em 2024, com alíquotas aumentando progressivamente até atingir 35% em 2026. Segundo a Anfavea, essa medida é parte de uma estratégia mais ampla para fortalecer a cadeia produtiva local.
Apesar das possíveis vantagens para fabricantes nacionais, a alteração no imposto pode gerar custos adicionais para os consumidores, além de afetar o planejamento de marcas que começaram a operar no Brasil recentemente. O mercado aguarda um posicionamento final do governo sobre a proposta.
A indústria automotiva utiliza diferentes processos para produção e importação de veículos, classificados como CBU, CKD e SKD. Cada método define o nível de montagem e integração local, influenciando custos, impostos e estratégias. Descubra como esses processos moldam o mercado e a fabricação de carros.
Fonte: Wikipedia, AutoEsporte e Motor1.