O presidente do sindicato, Sérgio Butka, anunciou que os trabalhadores da Renault decidiram entrar em greve e realizar um protesto devido à interrupção das negociações com a empresa. Ele declarou que, após retornarem ao trabalho conforme a exigência da empresa, as conversas foram suspensas. Butka explicou que a decisão de paralisar as atividades foi tomada para pressionar a empresa a retomar as negociações ou demonstrar intenção de diálogo.
A Renault informou que, após um período de 29 dias de greve, considerada ilegal pelo Tribunal Regional do Trabalho, retomou as negociações com o sindicato. Segundo a empresa, houve avanços significativos nas discussões sobre a pauta social, reajuste salarial e vale-mercado. A montadora também mencionou que mantém o melhor Programa de Participação nos Resultados (PPR) entre os fabricantes de veículos de passeio e comerciais leves do país.
Com a nova paralisação dos trabalhadores sem aviso prévio, a Renault decidiu retomar o processo de dissídio coletivo na Justiça do Trabalho. O objetivo é que a justiça determine as condições do acordo coletivo de trabalho. A empresa justificou essa decisão com base no resultado da assembleia e na posição do sindicato em promover uma nova paralisação.
O sindicato informou que a oferta da Renault não sofreu mudanças significativas em relação às propostas anteriores. A Participação nos Lucros e Resultados (PLR) foi mantida em R$ 25 mil, com antecipação de R$ 18 mil. Foi acrescentado que a PLR de 2025 seria corrigida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Os trabalhadores, no entanto, pedem um abono de R$ 30 mil.
Sobre o reajuste salarial, a proposta da Renault inclui um aumento real de 0,5% além da inflação. No próximo ano, a correção salarial levaria em conta apenas o INPC. O sindicato, por sua vez, solicita um aumento real de 3,02%, baseado no Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos atrás.
Em relação ao vale-mercado, a proposta é aumentar o valor para R$ 1,3 mil, em comparação aos atuais R$ 1 mil e 40. A Renault também se comprometeu a contratar 70 novos empregados para lidar com a questão dos absenteístas. Inicialmente, a empresa havia oferecido a contratação de 50 trabalhadores, enquanto o sindicato pleiteava a contratação de 300 profissionais.
Como parte do protesto, não houve atividades no segundo turno da fábrica na terça-feira, 11, e no primeiro turno na quarta-feira, 12. Uma nova assembleia foi marcada para as 14h00 no portão da fábrica do Complexo Industrial Ayrton Senna.
*SIMEC.