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Honda e Nissan negociam fusão para enfrentar concorrência no mercado de elétricos; Até a Mitsubishi deve participar

Honda e Nissan planejam fusão, incluindo a Mitsubishi, para enfrentar Tesla e montadoras chinesas no mercado de elétricos. A nova holding busca aumentar sinergias em baterias, motores e software. Juntas, somam 8,2 milhões de veículos vendidos, ainda atrás da Toyota.
Publicado em Negócios dia 17/12/2024 por Alan Corrêa

Honda e Nissan estão em negociação para uma fusão que visa fortalecer suas operações no mercado de veículos elétricos e enfrentar a concorrência de fabricantes chinesas e da Tesla. A Mitsubishi Motors, parte da aliança Renault-Nissan, também deve integrar a nova estrutura, operando sob uma holding unificada.

Pontos Principais:

  • Honda e Nissan estudam operar sob uma única holding.
  • A Mitsubishi Motors será incluída na fusão.
  • Objetivo é aumentar competitividade no mercado de veículos elétricos.
  • A participação de mercado global da Honda e Nissan no setor é pequena.

A fusão entre as duas grandes fabricantes japonesas será a segunda maior da história automotiva, atrás apenas da união entre Fiat Chrysler e PSA Peugeot Citroën, que resultou na criação da Stellantis em 2021. Juntas, Honda e Nissan venderam 7,4 milhões de veículos no ano passado, sendo 4 milhões da Honda e 3,4 milhões da Nissan. Com a inclusão da Mitsubishi, que vendeu 800 mil unidades, o total chega a 8,2 milhões de veículos. Apesar disso, o número ainda fica abaixo dos 11,2 milhões de carros vendidos globalmente pela Toyota, a principal montadora japonesa.

Atualmente, o mercado de veículos elétricos é dominado pela Tesla e por fabricantes chinesas, como a BYD. Segundo dados do jornal Nikkei, a Honda possui apenas 8% de participação no segmento elétrico, enquanto a Nissan tem apenas 1,5%, destacando a necessidade de unir forças para competir em escala global.

A fusão também deve acelerar o desenvolvimento conjunto de tecnologias relacionadas a baterias, motores elétricos e software para veículos autônomos e conectados. Essa colaboração entre Honda e Nissan já havia começado em agosto deste ano, com o anúncio de uma parceria para pesquisas em plataformas de veículos inteligentes e eletrificados.

As empresas afirmaram que a área de software será o principal diferencial competitivo no futuro dos veículos, pois tecnologias de condução autônoma, conectividade e inteligência artificial estão em constante avanço. A união de conhecimento técnico e recursos humanos é vista como essencial para acompanhar essa rápida evolução.

No Japão, as montadoras também planejam cooperar em soluções de energia e na circulação sustentável de recursos. Entre os principais focos, estão o desenvolvimento de baterias mais eficientes e de novos sistemas de motorização elétrica, essenciais para o crescimento sustentável no mercado global.

Além da parceria tecnológica, as duas empresas deverão formalizar em breve um memorando de entendimento para concretizar a fusão, criando uma entidade capaz de competir diretamente com as líderes do mercado de veículos elétricos.

A iniciativa reflete o cenário atual da indústria automotiva, onde alianças estratégicas têm se tornado cada vez mais comuns para enfrentar desafios relacionados à eletrificação e à transformação digital. A expectativa é que essa união possa impulsionar a participação global das duas fabricantes e tornar seus veículos elétricos mais competitivos em diferentes mercados.

A história recente das montadoras mostra a importância dessas parcerias. A Mitsubishi, por exemplo, já faz parte da aliança Renault-Nissan desde 2016, quando a Nissan adquiriu 24% da empresa. Agora, a inclusão da Mitsubishi em uma nova holding pode fortalecer ainda mais a atuação conjunta no mercado.

Com as negociações em andamento, especialistas acreditam que a fusão trará sinergias significativas, como a otimização de custos e o compartilhamento de tecnologias avançadas. A movimentação também serve como resposta à rápida expansão de montadoras chinesas, que têm ganhado espaço com veículos elétricos acessíveis e avançados.

Fonte: Nikkei, G1, Terra e iG.