Juros, importação e custo Brasil: os desafios do setor automotivo em 2025

O setor automotivo enfrenta juros altos, competição com importações (229% de alta em carros chineses), custo Brasil, infraestrutura deficiente e tributação desfavorável. A Anfavea defende ajustes logísticos, harmonização regulatória e incentivos para produção local, visando maior competitividade em 2025.
Publicado por Alan Corrêa em Negócios dia 13/12/2024

O setor automotivo enfrenta desafios significativos para atingir a meta de produzir e vender mais de três milhões de veículos em 2025. Dentre os principais entraves estão as altas taxas de juros, a competição crescente com importações, o impacto do custo Brasil e questões tributárias ainda não resolvidas. A adequação desses fatores é fundamental para impulsionar a indústria nacional.

Resumo dos pontos principais:

Pontos Principais:

  • Altas taxas de juros limitam o acesso ao crédito e o crescimento do setor.
  • Entraves logísticos e regulatórios dificultam exportações e competitividade.
  • Importações de carros chineses cresceram 229% e preocupam a indústria local.
  • Imposto seletivo sobre automóveis gera debate sobre impacto ambiental e tributação.

Com o aumento das taxas de juros e a piora das contas públicas, o custo do crédito ao consumidor se tornou um dos maiores desafios para a indústria automotiva. A falta de acesso a financiamentos acessíveis limita o potencial de crescimento do mercado interno, prejudicando vendas e produção.

O setor automotivo enfrenta desafios como juros elevados, que dificultam o acesso ao crédito, impactam vendas e limitam o crescimento da produção nacional de veículos.
O setor automotivo enfrenta desafios como juros elevados, que dificultam o acesso ao crédito, impactam vendas e limitam o crescimento da produção nacional de veículos.

A competição externa também se intensificou, com o aumento expressivo de importações de veículos chineses. Esse crescimento, de 229%, levanta preocupações sobre a manutenção da competitividade da indústria nacional. Como solução, representantes do setor defendem a reintrodução da tarifa de 35% sobre os veículos importados.

A infraestrutura deficiente e as barreiras regulatórias são outro ponto crítico. A falta de eficiência nos portos e a ausência de harmonização de normas entre países parceiros, como Argentina e Colômbia, dificultam exportações e atrasam processos de adaptação de produtos para diferentes mercados. Essas questões logísticas impactam diretamente a competitividade do Brasil no cenário internacional.

Além disso, o custo Brasil permanece um entrave. Altos encargos tributários e dificuldades para atração de investimentos fazem com que muitas indústrias optem por países como México, onde o ambiente de negócios é mais favorável. Representantes do setor destacam a importância de ajustes para melhorar o ambiente de negócios e aproveitar a disponibilidade de energia limpa no país.

A reforma tributária também traz desafios específicos. O imposto seletivo sobre automóveis tem sido alvo de críticas por contrariar iniciativas voltadas para descarbonização e renovação da frota. O setor defende que a tributação de veículos impacta negativamente esforços para modernizar o mercado e reduzir emissões.

Por outro lado, algumas empresas estrangeiras estão apostando no mercado brasileiro. Montadoras chinesas anunciaram planos de produzir localmente e iniciar processos de nacionalização de peças, o que pode fortalecer a cadeia de fornecedores no país e gerar novos empregos.

Superar essas barreiras exige esforços conjuntos entre governo e indústria. A redução do custo Brasil, a adequação tributária e a melhoria da infraestrutura são medidas fundamentais para garantir a competitividade do setor automotivo brasileiro em 2025.

Fonte: CNN e R7.