Marcas no vermelho: Stellantis ameaça encerrar operações não lucrativas

Carlos Tavares, CEO da Stellantis, afirmou que as marcas do grupo automotivo que não forem lucrativas poderão ser encerradas. A empresa, que registrou uma queda significativa no desempenho no primeiro semestre de 2024, busca recuperar sua posição no mercado, especialmente nos EUA.
Publicado por Alan Corrêa em Notícias dia 28/07/2024

Nenhuma empresa quer operar no vermelho. O CEO da Stellantis, Carlos Tavares, afirmou em entrevista à Reuters que as marcas do grupo automotivo que não forem lucrativas estarão com os dias contados. “Se não fizerem dinheiro, vamos encerrá-las. Não podemos nos dar ao luxo de ter marcas que não têm lucros”, disse o executivo.

A Stellantis, criada em 2021 após a fusão entre a FCA e a PSA, é o quarto maior grupo automotivo do mundo e possui 14 marcas em seu portfólio, com a Leapmotor pronta para se tornar a 15ª. Marcas grandes como Fiat, Jeep e Peugeot não geram tanta preocupação. No entanto, as menores precisam mostrar resultados positivos para evitar serem encerradas.

A Stellantis, criada em 2021 após a fusão entre a FCA e a PSA, enfrenta desafios com algumas de suas marcas menores, que precisam mostrar resultados positivos para evitar serem encerradas pelo grupo.
A Stellantis, criada em 2021 após a fusão entre a FCA e a PSA, enfrenta desafios com algumas de suas marcas menores, que precisam mostrar resultados positivos para evitar serem encerradas pelo grupo.

A empresa entregou um resultado abaixo do esperado no primeiro semestre de 2024, fazendo com que suas ações caíssem 10%. No mercado europeu, o tombo foi ainda maior, totalizando 22% de queda. A Stellantis não divulga resultados individuais das marcas, exceto pela Maserati, que registrou um prejuízo operacional de 82 milhões de euros no período. A fabricante de esportivos de luxo italiana pode ser uma das marcas a serem vendidas, além de outras como DS e Lancia, que têm contribuição irrisória nas vendas gerais do grupo.

O desempenho da Stellantis é ainda mais problemático no mercado norte-americano, onde as vendas caíram 18% na comparação com o primeiro semestre de 2023. O lucro líquido da empresa caiu 48% nos primeiros seis meses deste ano, totalizando 5,6 bilhões de euros. Tavares está sob enorme pressão para aumentar as margens e as vendas, além de reduzir os estoques nos EUA. A Stellantis planeja lançar 20 carros no país ainda neste ano com o objetivo de reverter esse cenário, aumentando a rentabilidade.

Apesar das dificuldades, a Stellantis está determinada a consolidar sua posição no mercado global. A decisão de encerrar marcas não lucrativas é um passo drástico, mas necessário para garantir a sustentabilidade do grupo no longo prazo. Marcas tradicionais e com forte apelo popular, como Fiat e Jeep, têm um futuro mais seguro, mas aquelas que não conseguem se destacar nas vendas e gerar lucro estão sob escrutínio.

Essa postura agressiva pode ter implicações significativas no mercado automotivo global. A Stellantis, ao focar em marcas rentáveis e lançar novos modelos, busca não apenas recuperar o terreno perdido, mas também redefinir sua estratégia de mercado. A competição entre os gigantes automotivos se intensifica, e a pressão por inovação e eficiência nunca foi tão grande.

Marcas da Stellantis:

  1. Fiat
  2. Jeep
  3. Peugeot
  4. Citroën
  5. Opel
  6. Vauxhall
  7. Alfa Romeo
  8. Maserati
  9. Dodge
  10. Ram
  11. Chrysler
  12. Lancia
  13. DS Automobiles
  14. Abarth
  15. Leapmotor (em breve)

Fonte: Wikipedia, Motor1, Estadão, Noticiasautomotivas e AutoPapo.