Quem poderia dizer há 25 anos que os carros teriam computadores que controlariam os movimentos do veículo, ou ainda que as ligações mecânicas seriam substituídas pelos sistemas eletrônicos? A Mercedes poderia dizer isso.
Sabe porque? Porque ela criou o F 200 Imagination há 25 anos, um carro-conceito que já contava com essas e muitas outras tecnologias que só veríamos disponíveis para o público depois de muito tempo.
O carro-conceito que a Mercedes apresentou no Salão do Automóvel de Paris no ano de 1996 causou grande sensação entre o um público boquiaberto. Joysticks, drive-by-wire, cockpit widescreen, conexão com a internet, faróis com distribuição de luz variável eram algumas eram apenas alguns dos itens desse “carro do futuro”.
O que para nós hoje é muito comum, há 25 anos era inimaginável. Quem era moleque em 1996, como é o meu caso, vai se lembrar que a maioria dos carros nem tinham ainda vidros elétricos. Pensar em um veículo que pudesse substituir comandos mecânicos por eletrônicos era inimaginável.
Mas foi exatamente isso que a Mercedes apresentou como possibilidade não tão distante. A promessa era que aquelas pessoas veriam essas realizações ainda em sua própria geração. Dito e feito, aqui estamos vendo do que a tecnologia é capaz hoje.
O Mercedes F 200 Imagination contava com “Os computadores controlam os movimentos de um carro, os sistemas eletrônicos substituem as ligações mecânicas, a segurança de condução ideal em todas as situações”, diziam na sua apresentação.
O carro-conceito original está ainda hoje em exibição na seção “Fascinação da Tecnologia” do Museu Mercedes-Benz em Stuttgart. Quem tiver oportunidade, vale a pena ver pessoalmente o prodígio da tecnologia contido num carro de 25 anos atrás.
Ainda não temos veículos com joysticks no lugar do volante, como era o caso do Mercedes F 200 Imagination. O motorista tinha à sua disposição dois joysticks, um à sua esquerda e outro à direita. Assim, as pessoas poderiam escolher com qual mão iriam dirigir o veículo.
Mas ainda tinha um terceiro joysticks na porta da direita, permitindo que o passageiro da frente tomasse o controle do veículo a qualquer momento em caso de necessidade. Isso pode parecer estranho e até mesmo uma falha de segurança, mas era na época uma grande demonstração do avanço da tecnologia.
Para que tudo funcionasse corretamente no “carro do futuro”, era preciso como pré-condição o “drive-by-wire”, sistema que controlava os conjuntos principais do veículo, como a direção, e que não eram operados por conexões mecânicas, mas por meio de atuadores eletrônicos, elétricos e mecânicos.
Com isso, os comandos do motorista eram reconhecidos pelo sistema eletrônico como um desejo por um determinado estado de condução – aceleração, frenagem, direção, ré – e o próprio sistema decidia a melhor maneira de cumprir tais comandos.
Para isso, contava com vários sensores instalados no veículo, oferecendo informações sobre a velocidade, condições da estrada, movimento da carroceria, rotações do motor, e muitas outras.
Outro aspecto interessante de se notar era o cockpit widescreen do F 200 Imagination em pleno 1996, embora não tivesse recebido esse nome na ocasião. Mas se compararmos com o interior de um modelo da Mercedes-Benz de hoje com o seu moderno MBUX podemos constatar diversas semelhanças.
Monitores coloridos montados em toda a largura do cockpit, exibindo os instrumentos do veículo e todas as informações deste, bem como o computador de bordo. Até os sinais das câmeras de vídeo que foram instaladas no lugar dos espelhos retrovisores internos eram apresentados no painel.
Além disso, eram exibidos telefone, sistema de navegação, rádio, aparelhos de CD e DVD. O som podia ser transmitido para fones de ouvido sem fio para o passageiro da frente. Até conexão com a Internet ele possuía, incluindo o telebanco e a reservas digitais de hotel. Coisas que só se veriam muitos anos mais tarde.
As tecnologias do passado ajudaram no desenvolvimento de tecnologias do futuro, e o Mercedes F 200 Imagination faz patê dessa linda história. Graças ao drive-by-wire, por exemplo, que hoje existem sistemas como o Mercedes-Benz DRIVE PILOT, que em determinadas situações permite que o condutor relaxe enquanto o automóvel continua a conduzir de forma automatizada.
Com isso queremos dizer que o esforço empregado por nossos antecessores para desenvolver tecnologias que hoje parecem ultrapassadas na verdade foi a origem onde tudo começou. Devemos prestar nossos mais sinceros respeitos a essa geração de bravos homens e mulheres que lutaram por um futuro melhor.