Compacto com apelo visual esportivo, o Fiat Uno Sporting 1.4 Dualogic 2015 é uma opção para quem busca um hatch urbano com motor mais forte e um pouco de personalidade. Equipado com o motor 1.4 Fire EVO flex, entrega desempenho adequado para o uso cotidiano e autonomia razoável, especialmente em trajetos mistos. A carroceria com detalhes exclusivos, como para-choques diferenciados, rodas com acabamento escurecido e ponteira de escape cromada, o diferencia de outras versões do Uno e agrada quem busca estilo sem abrir mão da praticidade.
Pontos Principais:
Apesar do visual e motor atrativos, o câmbio automatizado Dualogic é o ponto mais sensível do modelo. Conhecido por trocas de marcha lentas e pouco suaves, pode apresentar trancos que incomodam em uso urbano intenso. Por isso, é essencial verificar se as manutenções do sistema de embreagem e da central de câmbio foram feitas corretamente. Outro aspecto a observar são os itens elétricos, principalmente comandos de vidros e travas, que podem apresentar falhas com o tempo. Ainda assim, o modelo oferece dirigibilidade leve, baixo custo de peças e posição de dirigir elevada, o que favorece sua condução em centros urbanos.
Antes de fechar negócio, o comprador deve observar com atenção o estado da embreagem automatizada, o funcionamento da alavanca do câmbio e possíveis vazamentos. Testar o carro em subidas e paradas repetidas é fundamental para identificar eventuais falhas no sistema Dualogic. Além disso, vale a pena procurar por unidades com histórico de revisões em dia e sem adaptações que comprometam o desempenho. O Uno Sporting é uma boa escolha para quem busca um carro compacto com visual mais ousado, mas exige um olhar técnico cuidadoso na hora da compra para evitar surpresas.
O motor 1.4 Fire EVO flex entrega até 88 cavalos com etanol e 85 cavalos com gasolina, a 5750 rpm. Seu torque é de 12,5 kgfm com etanol e 12,4 kgfm com gasolina, sempre a 3500 rpm. A relação peso/potência é de 11,63 kg/cv, com potência específica de 64,3 cv por litro, o que favorece o uso urbano e entrega retomadas razoáveis para a categoria.
A aceleração de 0 a 100 km/h ocorre em 10,8 segundos, enquanto a velocidade máxima atinge 172 km/h. O desempenho é limitado pelo câmbio automatizado de cinco marchas, com acoplamento por embreagem monodisco a seco. A tração é dianteira, o motor está instalado na dianteira com aspiração natural e disposição transversal, com alimentação por injeção multiponto.
O comando de válvulas é único no cabeçote, com tuchos mecânicos e variação apenas na admissão. A rotação máxima é de 6500 rpm. A plataforma utilizada é a 327, característica de veículos compactos com foco em economia. O código do motor é Fire e o código do câmbio é C513.
O consumo urbano com etanol é de 7,7 km/l, enquanto com gasolina sobe para 11,1 km/l. Já na estrada, o modelo registra 8,5 km/l com etanol e até 12,3 km/l com gasolina, números que evidenciam bom rendimento em viagens e rodovias.
A autonomia urbana pode alcançar até 370 km com etanol e 533 km com gasolina. Em ciclo rodoviário, esses números sobem para 408 km com etanol e até 590 km com gasolina. Esses dados são viabilizados pelo tanque de combustível com capacidade para 48 litros, o que proporciona bom alcance sem a necessidade de abastecimentos frequentes.
A eficiência energética é coerente com a proposta de uso urbano e econômico, mas o desempenho com etanol apresenta maior gasto em comparação à gasolina. O condutor deve considerar isso em regiões onde o preço entre os combustíveis não compensa a diferença de rendimento.
O espaço interno é adequado para cinco ocupantes, com quatro portas que facilitam o acesso. O porta-malas tem 280 litros de capacidade, o que atende bem ao uso cotidiano, mas pode ser limitado para viagens com bagagens maiores. A carga útil é de 400 kg, dentro da média para o segmento.
No quesito conforto, há direção assistida hidráulica, ajuste de altura do volante, banco traseiro rebatível e rodas de liga leve. Há ainda comando interno da tampa de abastecimento, destravamento remoto do porta-malas e luz no porta-luvas. Entre os itens opcionais, o modelo pode contar com ar-condicionado, ar quente e banco do motorista com ajuste de altura.
A segurança inclui airbags frontais, freios ABS, faróis de neblina, travamento central das portas e desembaçador traseiro. Há repetidores laterais de seta e limpador traseiro. Itens como sensores de estacionamento, alarme antifurto, encostos e cintos de três pontos para todos os ocupantes são opcionais e devem ser verificados antes da compra. O mesmo vale para o rádio, conexão USB/Bluetooth e volante multifuncional.
O comprimento é de 3811 mm, largura de 1673 mm, entre-eixos de 2376 mm e altura de 1487 mm. A altura mínima do solo é de 170 mm, o que garante alguma tolerância para vias esburacadas ou lombadas. A bitola dianteira mede 1430 mm e a traseira 1420 mm, com área frontal de 2,11 m² e coeficiente aerodinâmico (Cx) de 0,35.
A suspensão dianteira é independente do tipo McPherson com mola helicoidal, enquanto a traseira usa eixo de torção com molas helicoidais. Essa configuração entrega estabilidade razoável em curvas, embora o conforto possa ser comprometido em pisos irregulares, principalmente na traseira.
Os freios dianteiros são a disco sólido e os traseiros a tambor, o que é comum no segmento. A direção tem assistência hidráulica e o diâmetro de giro é de 9,8 metros. Os pneus são 185/60 R15 com altura de flanco de 111 mm, inclusive no estepe, favorecendo aderência e estabilidade.
O Fiat Uno Sporting 1.4 Dualogic é indicado para quem busca um carro compacto com visual mais ousado e desempenho razoável no uso urbano. Ele atende bem no dia a dia, principalmente em trajetos curtos, com boa dirigibilidade, economia de combustível e praticidade para estacionar. Não é o mais confortável para longas viagens em família, mas pode cumprir o papel em deslocamentos ocasionais, desde que não se espere muito espaço interno ou silêncio na cabine. Em áreas urbanas e no asfalto, se comporta bem, mas em ruas de terra ou trechos acidentados, a suspensão simples e o vão livre limitado podem incomodar.
Antes de comprar esse carro usado, é essencial testar o funcionamento do câmbio Dualogic, especialmente em subidas e situações de anda-e-para, onde costuma apresentar trancos. Avalie também o estado da embreagem, a resposta da central eletrônica de câmbio e a integridade dos componentes elétricos, como comandos de vidro, travas e iluminação interna. A inspeção do histórico de manutenção é fundamental, principalmente quanto às revisões do sistema automatizado. Ruídos internos e desgaste nos acabamentos são comuns em unidades com mais tempo de uso, por isso a vistoria cuidadosa faz diferença na escolha de uma boa unidade.
O câmbio Dualogic, criado pela Fiat, foi uma alternativa de baixo custo aos câmbios automáticos tradicionais no Brasil. Trata-se de um sistema automatizado de embreagem simples, ou seja, uma caixa de marchas manual convencional equipada com atuadores eletro-hidráulicos que fazem as trocas automaticamente. Sem pedal de embreagem, ele permite ao motorista dirigir como se estivesse num carro automático, mas com um funcionamento bastante diferente, que gera opiniões divididas entre consumidores.
Ao contrário de um câmbio automático convencional, que usa conversor de torque para realizar trocas suaves, o Dualogic simula as passagens de marcha como num câmbio manual. Isso resulta em trancos perceptíveis, especialmente em baixa velocidade ou em retomadas. Em comparação com o câmbio CVT, que não tem engrenagens e simula marchas de forma contínua, o Dualogic também parece antiquado e menos confortável. Por outro lado, em relação ao câmbio manual, o Dualogic tem a vantagem de dispensar o uso do pedal de embreagem, reduzindo o esforço em trajetos urbanos congestionados.
O sistema começou a ser utilizado pela Fiat no final dos anos 2000 e marcou presença em diversos modelos. Entre os carros equipados com câmbio Dualogic estão o Fiat Palio, Fiat Punto, Fiat Idea, Fiat Grand Siena, Fiat Linea, Fiat Uno, Fiat Bravo, Fiat 500, Fiat Strada, Fiat Doblò e também veículos da Iveco Daily. Em alguns casos, versões como o GSR, Dualogic Plus ou Dualogic Comfort traziam ajustes na calibração e softwares mais recentes, mas a base da tecnologia seguia a mesma.
Uma das vantagens apontadas por alguns usuários é o baixo custo de manutenção em relação aos automáticos convencionais. Como a caixa é praticamente a mesma de um manual, muitas peças são mais baratas e conhecidas dos mecânicos. Além disso, o consumo de combustível geralmente se aproxima das versões com câmbio manual, o que agrada motoristas que priorizam economia. Também há a opção de trocas manuais por toques na alavanca, o que dá algum controle ao motorista.
Entre os pontos negativos mais relatados estão a lentidão nas trocas, os trancos e a dificuldade do sistema em interpretar situações de tráfego intenso, como rampas e manobras de garagem. Quando o módulo de embreagem automatizada começa a apresentar falhas ou desgaste, as trocas se tornam imprecisas ou ocorrem com atraso. Além disso, a experiência ao volante está longe da suavidade esperada por quem busca um carro automático, especialmente se o motorista tiver familiaridade com câmbios CVT ou automáticos convencionais.
O câmbio Dualogic pode ser bom para quem entende seus limites e busca economia com praticidade, mas pode ser ruim para quem espera conforto, agilidade e trocas suaves. É importante testar bem o sistema antes da compra, verificar histórico de manutenção, especialmente do conjunto de embreagem e do módulo de atuação, e considerar que esse tipo de câmbio exige adaptação do motorista. Como opção de entrada ao mundo dos câmbios sem pedal de embreagem, ele tem seu espaço, mas exige consciência sobre suas limitações.
Fonte: Stellantis, iG, AutoEsporte, Webmotors, Icarros, Uol, Exame e Autossegredos.