Nióbio é um metal utilizado principalmente em ligas para aço para melhorar sua resistência a diversas condições físicas e químicas. A maior parte da produção mundial de nióbio vem do Brasil, especificamente de uma empresa chamada CBMM, localizada em Araxá, Minas Gerais, que responde por cerca de 75% do fornecimento global. Além disso, outra mina relevante no país é operada pela CMOC da China, desde 2016.
No contexto da produção, o nióbio é extraído e processado para uso em vários setores industriais. Além do aço, suas aplicações se estendem a indústrias de alta tecnologia, como a aeroespacial e a eletrônica, devido às suas propriedades únicas. O processo de extração e beneficiamento do nióbio é realizado seguindo normas rigorosas para garantir a qualidade do metal.
O Brasil, sendo o líder mundial na produção de nióbio, tem um papel significativo no mercado global. A gestão das minas e a regulamentação do setor são concentradas nas mãos de empresas nacionais, embora exista participação estrangeira no capital de algumas delas.
O nióbio é um elemento químico com o símbolo Nb e número atômico 41. É um metal de transição macio, cinza, dúctil e raro, muitas vezes encontrado nos minerais pirocloro e columbita. Suas propriedades incluem alta resistência ao calor e à corrosão, o que o torna valioso para a fabricação de ligas usadas em turbinas a jato, foguetes e outras aplicações que exigem materiais resistentes a temperaturas e corrosão extremas.
Ele é também muito utilizado na indústria de aço para aumentar a força e a capacidade de soldagem de aços de baixa liga. Um pequeno acréscimo de nióbio pode significativamente aumentar a resistência do aço sem torná-lo mais pesado ou comprometer outras propriedades.
Além disso, o nióbio tem aplicações em supercondutores e na indústria eletrônica. O Brasil detém uma das maiores reservas de nióbio do mundo e é o maior produtor global, com grandes jazidas localizadas principalmente em Araxá, Minas Gerais.
Esse é um metal valioso, principalmente utilizado para fortalecer ligas de aço, aumentando sua resistência à corrosão e elevando os pontos de fusão. É amplamente empregado em indústrias exigentes como a automotiva e aeroespacial, onde materiais robustos são essenciais para a construção de componentes duráveis e eficientes.
Recentemente, o potencial do nióbio começou a ser explorado em aplicações para baterias elétricas. Nesse novo uso, o nióbio pode melhorar significativamente a eficiência de carregamento e a durabilidade das baterias, prometendo revolucionar o mercado de veículos elétricos com carregamentos mais rápidos e uma gestão de energia mais eficaz, facilitando assim a transição para tecnologias mais limpas e sustentáveis.
Recentemente, o nióbio começou a ser reconhecido por seu potencial em aplicações ligadas à transição energética. Especificamente, a CBMM está explorando o uso do metal em baterias elétricas, o que poderia melhorar significativamente o desempenho de veículos elétricos, como ônibus e caminhões. Esta aplicação aproveita a capacidade do nióbio de facilitar o carregamento rápido das baterias, um desafio crítico para a adoção mais ampla de veículos elétricos.
O interesse pelo nióbio como componente de baterias reflete uma tendência mais ampla de buscar matérias-primas que possam suportar tecnologias sustentáveis. No entanto, essas novas aplicações ainda estão em fase de pesquisa e desenvolvimento, com a empresa visando expandir suas linhas de negócios para além do aço, que atualmente domina o uso do nióbio.
Além das baterias, o nióbio tem potencial para uso em outras tecnologias verdes, como vidros avançados para painéis solares e materiais magnéticos especiais. A expansão dessas aplicações pode diversificar ainda mais os mercados para o nióbio, contribuindo para sua demanda global.
A produção concentrada de nióbio no Brasil coloca o metal em uma posição estratégica no cenário geopolítico global. O Serviço Geológico dos EUA classifica o nióbio como o segundo mineral mais crítico, destacando a importância de garantir o suprimento deste recurso essencial. A maior parte das exportações brasileiras de nióbio tem a China como destino, o que ressalta a interdependência global em torno desse metal.
Relatórios recentes de think tanks, como o Center for Strategic and International Studies (CSIS) de Washington DC, apontam para o envolvimento crescente da China na produção e aquisição de minas de nióbio, o que poderia ter implicações para a segurança nacional de outros países, especialmente os Estados Unidos. O relatório sugere que o nióbio é vital não apenas para aplicações civis, mas também militares, como em componentes para mísseis hipersônicos.
A dependência de um único país para a maior parte do nióbio mundial gera preocupações sobre possíveis interrupções no fornecimento. No entanto, a CBMM afirma que sua capacidade de produção é suficiente para atender à demanda global, mitigando preocupações imediatas de escassez.
O nióbio, embora historicamente utilizado em aço, está no limiar de uma transformação significativa em termos de suas aplicações. A transição para a energia limpa e as tecnologias sustentáveis oferece uma nova avenida para a expansão do uso do nióbio, alinhando o Brasil com os objetivos globais de sustentabilidade.
Enquanto a indústria do aço continuará sendo um cliente importante, o potencial para novos mercados e aplicações do nióbio é vasto. Com investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento, espera-se que o nióbio desempenhe um papel cada vez mais crítico na indústria global, especialmente nas áreas de energia limpa e tecnologia avançada.
O papel do Brasil como líder na produção de nióbio também coloca o país em uma posição estratégica para influenciar o mercado global. A gestão dessa posição será crucial para os interesses econômicos e políticos do Brasil no futuro, considerando tanto as oportunidades quanto os desafios apresentados pelo cenário geopolítico em evolução.
A CBMM, empresa sediada em Araxá, Minas Gerais, que se especializa na produção de nióbio, anunciou uma parceria inovadora com a Toshiba Corporation e a Volkswagen Caminhões e Ônibus para introduzir ao mercado o primeiro ônibus elétrico do mundo a utilizar uma nova tecnologia em baterias de lítio que incorpora óxidos mistos de nióbio e titânio. Este veículo será apresentado ao público no dia 19 de junho.
A introdução desta tecnologia visa aprimorar aspectos significativos das baterias de íons de lítio, como a velocidade de carregamento e a durabilidade. A tecnologia também busca proporcionar maior segurança durante a operação das baterias.
O desenvolvimento dessa tecnologia é parte de um investimento maior por parte da CBMM em pesquisa e desenvolvimento, que alcança o montante de R$ 270 milhões em 2024, sendo que R$ 80 milhões estão direcionados especificamente para a divisão de baterias. Este foco em inovação é sustentado pelo plano da empresa de expandir sua capacidade produtiva. Atualmente, a CBMM produz 150 mil toneladas de produtos de nióbio por ano e, com a nova planta em construção dentro de seu complexo industrial, a empresa aumentará sua capacidade produtiva de óxido de nióbio para baterias para 3.000 toneladas.
Além de suas operações internas, a CBMM também tem investido em parcerias estratégicas com startups e empresas tecnológicas que estão na vanguarda do desenvolvimento de baterias de íons de lítio. Nos últimos cinco anos, a empresa realizou investimentos significativos em companhias como a Battery Streak, Echion Technologies e Skeleton Technologies. Estes investimentos são parte do esforço da CBMM para acelerar a adoção do nióbio no mercado de baterias de íons de lítio.
No ano de 2023, a frente de Novos Negócios da CBMM destinou cerca de R$ 100 milhões para aportes em tecnologias promissoras e empresas inovadoras. Este esforço demonstra o compromisso da empresa em liderar no setor de materiais avançados, buscando soluções que possam melhorar a eficiência e a segurança das baterias utilizadas em veículos elétricos.
Com o lançamento previsto para junho, o novo ônibus elétrico equipado com baterias de última geração representa um marco potencial para o transporte público. A iniciativa não apenas destaca o papel do nióbio e do titânio em aplicações avançadas, mas também pode servir como um modelo para futuras implementações de tecnologias de bateria em larga escala no setor de transportes. A apresentação do veículo será uma oportunidade para avaliar o impacto prático dessa tecnologia em um cenário de operação real.
*Com informações do Wikipedia, OlharDigital, Folha, CBMM, FalaRegional e OTempo.