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Quem passa horas parado no trânsito sabe exatamente onde um carro revela se evoluiu ou só mudou o visual. É ali, no anda e para, no ar ligado e no banco traseiro ocupado, que o novo Corolla mostra por que a Toyota decidiu mexer onde realmente incomodava. O Toyota Corolla 2026 chega à China prometendo mais fôlego, mais eficiência e mais espaço, e cumpre essas três promessas sem precisar reinventar o que já funcionava.
A primeira sensação vem antes mesmo de olhar consumo ou ficha técnica. O carro arranca com mais disposição em baixa velocidade, responde rápido ao acelerador e transmite aquela suavidade típica de híbrido bem calibrado. A Toyota adotou a quinta geração do sistema híbrido HEV, combinando o conhecido motor 1.8 Atkinson a gasolina com um elétrico mais eficiente. O ganho não é só teórico. O número que chama atenção é o consumo de até 24,2 km/l, acompanhado por uma potência combinada de 137 cv, suficiente para deslocamentos urbanos mais ágeis e silenciosos.
Para quem ainda prefere gasolina sem eletrificação, o Corolla 2026 mantém o motor 2.0 aspirado, mas agora com 171 cv. O câmbio segue sendo CVT, com simulação de 10 marchas e primeira marcha física, solução que melhora arrancadas e reduz aquela sensação de motor solto demais, algo que sempre dividiu opiniões nesse tipo de transmissão.
A Toyota também resolveu uma crítica antiga que aparecia em conversas de quem usa o carro todos os dias. O entre-eixos cresceu 5 cm, chegando a 2,75 m. Na prática, isso muda a experiência de quem vai atrás. As pernas ficam mais soltas, o banco traseiro passa a ser convidativo em viagens longas e o carro deixa de parecer apertado quando a família inteira entra. Para compensar, a suspensão recebeu novos ajustes, mantendo o equilíbrio e o conforto mesmo com a base maior.
O visual acompanha essa evolução sem exageros. A dianteira adota a nova identidade Hammerhead, com linhas mais limpas e faróis integrados, criando a impressão de um carro mais baixo e largo. Não é um desenho que grita novidade, mas entrega maturidade. É aquele tipo de mudança que envelhece bem e não cansa rápido, algo que sempre foi parte do DNA do Corolla.
Dentro da cabine, a sensação é de salto geracional. A central multimídia de 12,9 polegadas domina o painel e conversa tanto com Apple CarPlay quanto com Huawei HiCar, essencial no mercado chinês. O painel de instrumentos digital de 8,8 polegadas reforça a leitura clara das informações e passa a sensação de que o carro finalmente entrou na mesma era tecnológica dos rivais mais recentes.
A estratégia de preço ajuda a entender o papel do modelo. Na China, o Toyota Corolla parte de cerca de 99.000 yuans em vendas diretas. Para o público geral, os valores ficam entre 126.800 e 149.800 yuans, algo em torno de R$ 100 mil a R$ 118 mil em conversão direta. Curiosamente, a versão mais cara é a equipada com o motor 2.0, enquanto o híbrido se posiciona como a opção mais equilibrada entre desempenho e economia.
Mesmo desenvolvido pela joint-venture FAW-Toyota para o mercado chinês, o recado vai além da Ásia. O Corolla 2026 antecipa o caminho estético e técnico que o sedã deve seguir globalmente. No Brasil, onde o modelo ainda lidera o segmento de sedãs médios, essa atualização é aguardada como o passo necessário antes de uma nova geração. Não é uma revolução, mas é exatamente o tipo de evolução que mantém o Corolla relevante, atual e difícil de ignorar, mesmo em um mercado cada vez mais disputado.