Um novo sistema de fiscalização de velocidade, baseado na média de deslocamento dos veículos, está em fase de implementação em algumas rodovias brasileiras. O radar, que já é utilizado em países como a Itália, calcula a velocidade média entre dois pontos, em vez de medir apenas no momento em que o veículo passa por um radar fixo. A BR-050, em Uberaba (MG), é a primeira concessão federal a receber essa tecnologia, com equipamentos instalados nos quilômetros 171 e 182.
Pontos Principais:
Diferente dos radares convencionais, que medem a velocidade em um único ponto, o novo sistema registra o tempo que o veículo levou para percorrer o trecho entre dois pontos e, com base nisso, calcula a velocidade média. Se o motorista completar o trajeto em um tempo menor que o permitido pela velocidade máxima da via, ele será identificado como infrator.
Por enquanto, o sistema opera de maneira experimental e não há previsão para aplicação de multas aos motoristas que ultrapassarem os limites de velocidade. Segundo a concessionária Eco050, responsável pelo trecho da BR-050, essa fase de testes tem como foco a conscientização dos motoristas sobre a importância da direção segura.
A implementação do radar de velocidade média é vista como uma forma de promover mais segurança nas rodovias, uma vez que inibe a prática comum de frear apenas ao se aproximar dos radares fixos, e acelerar logo em seguida. Dessa forma, os motoristas serão incentivados a manter uma velocidade constante, respeitando os limites ao longo de todo o trajeto.
Estudos internacionais indicam que a introdução desse tipo de fiscalização pode reduzir significativamente o número de acidentes fatais. Em países europeus, a redução nas mortes causadas por acidentes de trânsito após a implementação de radares de velocidade média chegou a 50%. No Brasil, a expectativa é de que o novo sistema contribua para diminuir os altos índices de acidentes nas estradas.
Ainda que a fiscalização seja considerada eficiente em termos de segurança viária, há críticas quanto ao impacto financeiro das multas. Alguns motoristas brasileiros manifestam preocupações de que o objetivo seja aumentar a arrecadação com penalidades de trânsito, enquanto outros apontam a importância de se avaliar as condições das rodovias antes de adotar modelos internacionais.
No caso específico da BR-050, a velocidade máxima permitida no trecho monitorado é de 80 km/h. Essa limitação tem gerado comparações com as rodovias europeias, onde os limites de velocidade são, muitas vezes, mais altos. Além disso, questões como a qualidade da sinalização e a manutenção das vias são frequentemente mencionadas pelos motoristas como fatores a serem considerados na implementação desse tipo de fiscalização.
Apesar das dúvidas e críticas, a tecnologia está em expansão, e a expectativa é que mais rodovias federais passem a adotar esse modelo de monitoramento de velocidade. A medida é parte de um esforço maior para reduzir o número de acidentes graves nas estradas brasileiras, que ainda apresentam índices preocupantes.
Fonte: G1, OAntagonista, EM e Jornaldocarro.