Nos dias de temperatura mais baixa, uma cena se repete silenciosamente em muitas ruas, garagens e estacionamentos: gatos buscando abrigo em locais quentes acabam entrando ou se escondendo embaixo de veículos. O comportamento, embora frequente, pode passar despercebido até que se torne um problema sério tanto para o animal quanto para o motorista.
Felinos são naturalmente atraídos por locais aconchegantes e discretos, características comuns em regiões como rodas, capô e principalmente o compartimento do motor de um carro recém-desligado. A situação se torna mais comum no outono e inverno, quando o asfalto esfria rapidamente e os animais procuram superfícies que ainda conservam calor.
Diante desse cenário, cresce a importância de alertar motoristas e tutores sobre os riscos e a necessidade de medidas preventivas. Uma simples distração pode causar lesões graves no animal ou resultar em acidentes inesperados durante a condução do veículo.
A médica veterinária Fernanda Kerr explica que o comportamento é motivado por dois fatores principais: o instinto de proteção e a busca por temperaturas mais agradáveis. O motor de um carro recém-utilizado é especialmente atrativo por manter o calor por um longo período após o desligamento.
De acordo com a especialista, não é raro que gatos se escondam entre os pneus ou nas dobras do capô. Há também registros de felinos dormindo profundamente no interior do compartimento do motor. Essa prática oferece risco de queimaduras, ferimentos e até atropelamentos quando o veículo é ligado ou movimentado.
Outro ponto de atenção está na possibilidade de o animal ficar preso durante o trajeto e ser levado a quilômetros de distância, o que pode resultar em perda do pet, além de danos mecânicos ao veículo.
Evitar esse tipo de situação exige a adoção de hábitos simples no dia a dia, especialmente nos meses mais frios. A agilidade dos gatos e a habilidade em se esconder em pequenos espaços torna essencial a verificação prévia do veículo.
A recomendação é que os motoristas desenvolvam o hábito de observar qualquer movimentação incomum antes de entrar no carro, além de fazer barulho, como uma leve batida no capô, o que pode assustar o animal e levá-lo a sair espontaneamente.
Ao perceber um gato abrigado no carro, a primeira orientação é manter a calma. Caso o animal seja conhecido, é possível abrir a porta com cuidado e permitir que ele saia sozinho, sem pressa ou movimentos bruscos. Muitos felinos, ao perceberem a movimentação humana, deixam o local por conta própria.
Em caso de gatos desconhecidos, é necessário observar seu comportamento. A aproximação deve ser feita devagar, sem tocar diretamente no animal, especialmente se ele estiver dormindo. Se houver identificação por coleira ou plaquinha, o ideal é devolver o animal ao tutor.
A médica Fernanda Kerr orienta que, na maioria dos casos, o gato reside nas imediações e tende a retornar ao seu ponto de origem assim que se sente seguro. Intervenções só devem ocorrer se houver sinais de ferimentos ou se o animal estiver visivelmente desorientado.
Mesmo com o aumento de casos nos meses mais frios, campanhas de alerta sobre o tema ainda são limitadas. As principais iniciativas de conscientização partem de ONGs, clínicas veterinárias, grupos de adoção e tutores mais experientes.
Esses agentes atuam informando a população sobre os riscos que os gatos correm ao buscar abrigo em veículos. O compartilhamento de informações tem se mostrado uma ferramenta eficaz para evitar acidentes e proteger os animais, principalmente os que vivem nas ruas.
Segundo Fernanda Kerr, a responsabilidade também recai sobre os tutores. Garantir ambientes seguros, abrigos adequados e acesso a locais protegidos é essencial para reduzir o comportamento de busca por refúgios perigosos.
Criar o hábito de checar o carro antes de sair, mesmo que pareça desnecessário, é uma forma simples e eficaz de preservar vidas. A adaptação de rotinas ao comportamento natural dos animais domésticos é uma atitude preventiva que beneficia tanto os pets quanto os condutores.
Embora pareça um problema menor, os riscos de acidentes com gatos escondidos no carro envolvem múltiplas consequências, que vão desde danos mecânicos até traumas psicológicos para quem presencia o ocorrido. A precaução diária pode evitar situações irreversíveis.
O alerta vale para todos que estacionam seus veículos em áreas abertas, sem vigilância constante. Quanto maior a frequência de uso do carro, maior deve ser a atenção. O comportamento dos gatos não muda, mas os hábitos dos motoristas podem fazer toda a diferença.
Um filhote de gato percorreu cerca de 280 km da Chapada dos Veadeiros até Brasília escondido no motor de um carro. O animal entrou no veículo enquanto um casal do Distrito Federal estava hospedado em um chalé na região, onde havia muitos gatos. Mesmo após uma inspeção no motor antes da viagem, o filhote passou despercebido, possivelmente por estar assustado e em silêncio.
Ao chegar em casa, a cadela da família demonstrou agitação perto do carro, o que levantou suspeitas. Inicialmente, nada foi encontrado, mas após ouvir miados durante a madrugada, os tutores investigaram novamente. Na manhã seguinte, com a ajuda de sons imitando miados e um pouco de ração, conseguiram atrair e resgatar o gato sem ferimentos.
Veterinários alertam que gatos de rua costumam se esconder em motores de veículos em busca de calor e segurança. O risco de queimaduras e ferimentos graves é alto. Como medida preventiva, é recomendado bater levemente no capô do carro antes de dar a partida, para que o animal, se presente, se assuste e saia do local.
Um gato chamado Waldick Soriano percorreu quase 200 km escondido no capô de um carro e causou apreensão no dono. O animal, que pertence ao advogado Olímpio Rocha, fugiu de casa na semana passada e acabou se escondendo no motor do carro de um vizinho. Sem ser notado, foi parar no sertão da Paraíba.
Fonte: Petlove, R7, G1, Ndmais e iG.