A Honda lançou o New City 2025, e olha, eles acertaram no básico: design atualizado, motor confiável e duas versões bem pensadas – um sedan para quem quer conforto e espaço, e um hatch para quem busca um visual mais esportivo. Só que tem um problema. O carro chegou, está prontinho nas concessionárias, mas a Honda parece determinada a esconder isso de todos nós. Parece quase uma piada: eles fazem um carro sólido, atraente, funcional, mas quando se trata de marketing, é como se estivessem mais interessados em garantir que ninguém o veja.
Vamos começar com o sedan. Ele vem com um visual mais elegante, que combina sofisticação e praticidade. O design frontal tem uma grade mais larga e o para-choque foi redesenhado com linhas mais fluidas. Isso faz com que o carro pareça maior e mais robusto do que realmente é, o que é perfeito para o público que quer um sedan espaçoso, mas não um trambolho difícil de manobrar. O porta-malas, por sinal, é generoso. Ele oferece espaço mais do que suficiente para uma família, seja para uma viagem de fim de semana ou para as compras do mês. É o tipo de carro que, olhando assim, você sabe que daria conta de uma viagem longa, com o conforto e a elegância que se espera de um bom sedan.
O hatch, por outro lado, vai na direção oposta. Ele grita esportividade e jovialidade. O para-choque dianteiro arrojado, a grade frontal com acabamento em Black Piano e o conjunto traseiro redesenhado fazem dele um carro que não passa despercebido. É o tipo de hatch que não é apenas funcional e compacto, mas também expressa uma personalidade vibrante. Se o sedan é ideal para a família, o hatch é perfeito para quem busca um estilo mais despojado, algo que vai do trabalho para o lazer sem perder a atitude. E honestamente, a Honda acertou na receita dessas duas versões. Cada uma tem um estilo próprio, e juntas conseguem cobrir boa parte dos gostos e necessidades dos consumidores.
No entanto, a Honda parece ignorar que, em um mercado tão competitivo quanto o brasileiro, esses pontos fortes precisam ser divulgados. Ter um design atrativo não basta; o público precisa conhecer essas melhorias. Em vez disso, o New City 2025 está sendo tratado como um segredo bem guardado, quase como se a Honda estivesse com vergonha de anunciá-lo. Isso é um erro. Com o avanço de modelos concorrentes, é quase uma obrigação que a marca invista em campanhas de marketing que realmente transmitam a essência e os benefícios do carro.
E então, vamos falar do motor. O New City 2025 manteve o confiável motor 1.5 flex, que entrega uma boa combinação de desempenho e economia. Não é um motor esportivo, longe disso, mas é um motor que cumpre o que promete. Em termos de eficiência, ele dá conta do recado, seja para trajetos urbanos ou para pegar a estrada. E se a Honda não mexeu na motorização, é porque sabe que isso funciona para o público brasileiro. É o tipo de motor que aguenta o trânsito das grandes cidades e não decepciona em viagens mais longas. Mas novamente, a Honda falha em comunicar isso. Há um público grande que valoriza motorização confiável e econômica, e com o combustível cada vez mais caro, uma campanha que destaque esse aspecto do carro faria toda a diferença.
Por dentro, o New City também não decepciona. O sedan, com seu interior espaçoso e bem-acabado, oferece o tipo de conforto que se espera de um carro dessa categoria. O painel é moderno, com acabamento em materiais de boa qualidade, e a central multimídia vem com conectividade sem fio para Android Auto e Apple CarPlay. Nada de cabos espalhados pelo console, tudo muito prático e elegante, exatamente o que o motorista moderno busca. E o hatch não fica atrás. O interior é igualmente funcional, e o console central foi redesenhado para aumentar a praticidade. Os dois modelos vêm com um carregador sem fio, o que é uma adição muito bem-vinda em um mercado que ainda insiste em esconder essa funcionalidade atrás de pacotes de luxo.
Outro ponto importante que a Honda poderia estar explorando é o sistema Honda SENSING, presente em todas as versões. É um pacote de segurança completo, com recursos como controle de cruzeiro adaptativo, assistente de faixa e até um sistema de monitoramento da pressão dos pneus. Esses detalhes são um verdadeiro diferencial em termos de segurança, mas quem está sabendo disso? A Honda parece contente em deixar essa informação perdida nos materiais técnicos, em vez de destacar que o New City 2025 é um dos modelos mais seguros da sua categoria. E segurança é algo que o consumidor brasileiro valoriza cada vez mais.
Agora, vamos aos preços. A linha 2025 do New City foi posicionada para ser competitiva, com o sedan começando aproximadamente em R$ 117.500 e chegando em torno de R$ 142.400 na versão Touring. O hatchback tem uma faixa de preço que vai de R$ 117.500 a R$ 141.400. Se considerarmos o pacote de segurança, o design atualizado e as funcionalidades de conectividade, esses preços são muito atraentes. Mas o consumidor precisa enxergar o valor por trás de cada cifra, e isso só é possível com uma comunicação eficiente. A Honda, ao que parece, se esqueceu de traduzir o que esses números realmente significam em termos de valor agregado para o cliente.
A sensação é de que a Honda está desperdiçando uma grande oportunidade. Em vez de celebrar e destacar os pontos fortes do New City 2025, a marca parece disposta a deixá-lo passar despercebido, quase como se estivesse relutante em mostrar o carro ao mundo. Não basta fazer um carro bom – é preciso ter orgulho dele e comunicar isso ao público. Imagine o potencial que a Honda teria com uma campanha que destacasse o estilo do hatch e o conforto do sedan, tudo aliado à motorização confiável e ao preço competitivo.
É 2025, e no mercado automotivo, as estratégias de marketing não podem ser uma mera reflexão tardia. Se a Honda quer realmente ver o New City entre os mais vendidos, precisa ir além de atualizar o design e aprimorar o pacote de segurança. Precisa trazer o carro para o centro das atenções, investir em campanhas que conversem com o público e mostrem que este é um modelo digno de estar na garagem dos consumidores brasileiros. Afinal, de que adianta um bom carro se ninguém sabe que ele existe?
Fonte: Honda.