A história da condução no lado direito remonta à Idade Média, quando os cavaleiros preferiam manter-se no lado esquerdo da trilha para ter a mão direita livre em duelos. Essa tradição foi adotada no sistema de tráfego do Reino Unido, e permanece em vigor até hoje em 76 países ou territórios, como Austrália, Índia, Nova Zelândia e Japão. Portugal, Itália e Argentina também adotaram esse sistema no passado, mas abandonaram a prática.
Nos Estados Unidos, no entanto, a condução à esquerda foi rejeitada em favor de um sistema oposto. Alguns historiadores afirmam que a mudança foi uma maneira de reforçar a independência em relação à Inglaterra. Outro possível motivo é mais prático: nos tempos em que carroças eram o meio de transporte, o cocheiro se posicionava à esquerda para ter uma melhor visão do tráfego e controlar os cavalos.
A mudança de lado não é um processo simples, e a Suécia passou por isso em 1967. Conhecido como “H-Day” (Dagen H), o país reorganizou todo o sistema viário em um único dia. Às 11h30 da manhã de 3 de setembro, o tráfego foi interrompido e todos os motoristas trocaram de pista, começando a dirigir pela direita. Além disso, os faróis dos veículos precisaram ser ajustados para evitar ofuscar os motoristas que vinham no sentido contrário. O sucesso da operação sueca se tornou um exemplo de transição de sistemas viários, mas nem todos os países que utilizavam a mão inglesa seguiram o mesmo caminho.
Curiosamente, alguns países que mantêm a mão inglesa enfrentam desafios nas fronteiras com nações que adotam o sistema universal. Na Ponte Lótus, que conecta Macau à China continental, os engenheiros tiveram que projetar uma mudança de pista para facilitar a transição dos veículos entre os dois sistemas.
Em termos de design automotivo, a adaptação do volante à direita pode ser um desafio para os fabricantes. Embora a maioria dos controles permaneça nos mesmos lugares, como a haste de seta e a ignição, a posição da alavanca de câmbio muda para a esquerda do motorista. Nem todos os projetos de veículos podem ser simplesmente espelhados, e isso pode resultar em soluções técnicas complexas para alguns modelos.
Outro fator interessante é que, em alguns casos, os fabricantes de veículos mantêm partes do mecanismo no mesmo lado original, como o servofreio, enquanto o restante do sistema é adaptado. Isso pode gerar algumas peculiaridades nos veículos com volante à direita.
A condução com o volante à direita não interfere no desempenho do veículo ou na experiência de direção em si. O que muda é a percepção do motorista, especialmente em rodovias de países que utilizam o sistema universal. Nesses locais, dirigir com um volante à direita pode se tornar um desafio, principalmente em ultrapassagens e manobras mais complexas.
Apesar das diferenças históricas e culturais, o sistema inglês ainda é amplamente utilizado, especialmente em países que foram colônias do Reino Unido. Entretanto, em regiões de tráfego mais intenso, como grandes cidades, essa diferença pode causar confusão, especialmente para turistas que precisam se adaptar rapidamente ao novo sistema viário.
A história por trás da escolha do lado do volante vai além de questões técnicas ou práticas. Trata-se de uma combinação de tradições históricas, decisões políticas e adaptações culturais que moldaram o trânsito mundial como o conhecemos hoje.
O Japão utiliza a mão inglesa no trânsito devido à influência histórica de países que adotavam esse sistema, principalmente o Reino Unido. No final do século XIX, quando o Japão começou a se modernizar, contratou engenheiros britânicos para desenvolver sua infraestrutura ferroviária e, como consequência, adotou o padrão de circulação pela esquerda, inicialmente nas ferrovias e, posteriormente, nas estradas.
Além disso, o Japão manteve a circulação pela esquerda mesmo após a modernização e ocidentalização do país. A escolha tornou-se oficial com o crescimento da indústria automobilística e a padronização das leis de trânsito. Essa decisão foi consolidada após a Segunda Guerra Mundial, quando, apesar da influência americana, o país optou por preservar o sistema já adotado.
Afeganistão, Åland (FIN), Albânia, Alemanha, Andorra, Angola (desde 1928), Antilhas Neerlandesas (PBS), Arábia Saudita, Argélia, Argentina (desde 1945), Armênia, Aruba (PBS), Áustria (desde 1938), Azerbaijão, Bahrein (desde 1967), Bélgica, Belize (desde 1961), Benim, Bielorrússia, Bolívia, Bósnia e Herzegovina, Brasil, Burkina Faso, Burundi, Cabo Verde, Camarões (desde 1961), Camboja, Canadá (circulação pela esquerda em algumas províncias até a década de 1920), Cazaquistão, República Centro-Africana, Chade, Chile, China (desde 1946), Colômbia, Comores, Congo, República Democrática do Congo, Coreia do Norte (?), Coreia do Sul (desde 1946), Costa do Marfim, Costa Rica, Croácia, Cuba, Curaçao (PBS), Dinamarca (desde 1793¹), Djibuti, República Dominicana, Egito, El Salvador, Emirados Árabes Unidos, Equador, Eritreia (desde 1964, então parte da Etiópia), Eslováquia (circulação pela esquerda de 1939 a 1941, então Tchecoslováquia), Eslovênia (?), Espanha (desde 1924), Estados Unidos da América (desde 1792), Estônia, Etiópia, Ilhas Faroé, Filipinas, Finlândia (desde 1858), França, Gabão, Gâmbia (desde 1965), Gana (desde 1974), Geórgia, Gibraltar (RUN) (desde 1929), Grécia, Groenlândia (DIN), Guadalupe (FRA), Guam (EUA), Guatemala, Guiné, Guiné-Bissau (desde 1928), Guiné Equatorial, Guiana Francesa (FRA), Haiti, Honduras, Hungria (desde 1941), Iêmen (desde 1977²), Irã, Iraque, Islândia (desde 1968), Israel, Itália, Jordânia, Kosovo, Kuwait, Laos, Letônia, Líbano, Libéria, Líbia, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Macedônia, Madagascar, Mali, Ilhas Marianas do Norte (EUA), Marrocos, Ilhas Marshall, Martinica (FRA), Mauritânia, Mayotte (FRA), México, Micronésia, Moldávia, Mônaco, Mongólia, Montenegro, Mianmar (desde 1970), Nicarágua, Níger, Nigéria (desde 1972), Noruega, Nova Caledônia (FRA), Omã, Uzbequistão, Países Baixos, Palau, Panamá (desde 1943), Paraguai, Peru, Filipinas (desde 1946), Polinésia Francesa (FRA), Polônia, Porto Rico, Portugal (desde 1928), Qatar, Quirguistão, República Tcheca (desde 1939, então Tchecoslováquia), Reunião (FRA), Romênia, Ruanda, Rússia, Saara ocidental, São Pedro e Miquelão (FRA), Samoa Americana (EUA), San Marino, São Tomé e Príncipe, Senegal, Sérvia, Serra Leoa (desde 1971), Síria, Somália (desde 1968), Sudão (desde 1968), Suécia (desde 1967), Suíça, Svalbard (NOR), Tajiquistão, Taiwan (desde 1946), Território Britânico do Oceano Índico (RUN), Togo, Tunísia, Turcomenistão, Turquia, Ucrânia, Uruguai (desde 1945), Vanuatu, Vaticano, Venezuela, Vietnã, Wallis e Futuna (FRA).
África do Sul, Anguilla, Antígua e Barbuda, Austrália e todas as suas possessões, Bahamas, Bangladesh, Barbados, Bermudas (RUN), Botsuana, Brunei, Butão, Ilhas Cayman (RUN), Chipre, Dominica, Essuatíni, Fiji, Granada, Guernsey (RUN), Guiana, Hong Kong, Ilha de Man (RUN), Índia, Indonésia¹, Irlanda, Jamaica, Japão (Okinawa até 1945-desde 1978), Jersey (RUN), Kiribati, Lesoto, Macau, Ilhas Malvinas (RUN), Maurícia, Malásia, Malawi, Maldivas, Malta, Moçambique, Montserrat (RUN), Namíbia (desde 1918), Nauru (desde 1918), Nepal, Nova Zelândia e todas as suas possessões, Papua-Nova Guiné, Paquistão, Ilhas Pitcairn (RUN), Quênia, Reino Unido, Ilhas Salomão, Samoa (desde 2009), Santa Helena (território) (RUN), Santa Lúcia, São Cristóvão e Névis, São Vicente e Granadinas, Seicheles, Singapura, Somalilândia (de facto independente da Somália), Sri Lanka, Suriname, Tailândia, Tanzânia, Timor-Leste (circulação pela direita de 1928 a 1975), Tonga, Trinidad e Tobago, Ilhas Turks e Caicos (RUN), Tuvalu, Uganda, Ilhas Virgens Americanas (EUA), Ilhas Virgens Britânicas (RUN), Zâmbia e Zimbábue.
Fonte: Wikipedia, Terra e QuatroRodas.