Mobilidade

Projeto propõe faixas de pedestres adaptadas para pessoas com autismo

Proposta no Senado busca garantir a inclusão de pessoas com autismo, instalando faixas de pedestres com sinalização especial e pictogramas que facilitam a travessia.
Publicado em Mobilidade dia 11/12/2024 por Alan Corrêa

O Senado está analisando o Projeto de Lei 5.045/2023, apresentado pela senadora Ivete da Silveira (MDB-SC), que propõe a adaptação de faixas de pedestres com sinalizações específicas para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A proposta aguarda relator na Comissão de Direitos Humanos (CDH). A ideia é aplicar pictogramas que indiquem ações claras como “pare”, “olhe” e “atravesse”, auxiliando essas pessoas a interpretar e interagir com o trânsito de maneira mais segura.

Pontos Principais:

  • O PL 5.045/2023 sugere alterações no Código de Trânsito Brasileiro.
  • Prevê a instalação de pictogramas em faixas localizadas em áreas de grande fluxo de pessoas com TEA.
  • A iniciativa foi inspirada em experiências internacionais, como as da cidade de Valência, na Espanha.
  • Se aprovado, as mudanças entrarão em vigor um ano após a sanção da lei.

A proposta modifica o Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/1997), que já prevê que faixas de pedestres devem ter boa visibilidade, segurança e sinalização. O texto do projeto adiciona uma norma específica para locais onde há maior circulação de pessoas com autismo. As faixas adaptadas utilizariam símbolos pictográficos para facilitar a compreensão das regras.

A senadora mencionou projetos semelhantes realizados na Espanha, como na cidade de Valência, onde faixas de pedestres adaptadas foram implementadas no bairro de La Torre, próximo a um centro ocupacional para pessoas com TEA. Esses símbolos foram desenvolvidos pela Universidade de Sevilha em parceria com a Associação TeaVial, que fornece materiais gratuitos às cidades interessadas.

No Brasil, a implementação dessas faixas será regulamentada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Os órgãos estaduais terão a responsabilidade de aplicar e supervisionar as mudanças, caso a lei seja sancionada.

Segundo a justificativa da autora, o TEA não é uma doença, mas uma condição que apresenta diferentes níveis de dificuldade em comunicação e interpretação. Essa adaptação busca atender diretamente essas necessidades, promovendo mais segurança e autonomia para os usuários.

A matéria ainda precisa passar por análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) após a CDH. A expectativa é que a medida abra espaço para futuras iniciativas voltadas à mobilidade inclusiva.

Fonte: Camara, Senado e Estadão.