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Redução de impostos na Argentina faz Porsche, BMW e Audi parecerem ofertas de supermercado

Na Argentina, a redução de impostos mudou o mercado automotivo. Carros de luxo e elétricos ficaram mais baratos, com cortes que chegam a R$ 900 mil. Modelos da Audi, BMW, Mercedes e Porsche tiveram quedas expressivas. O governo busca impulsionar as vendas, mas a inflação alta ainda preocupa consumidores e fabricantes.
Publicado em Notícias dia 15/02/2025 por Alan Corrêa

O mercado automotivo argentino está passando por mudanças significativas com a nova política tributária implementada pelo governo de Javier Milei. As alterações, anunciadas em janeiro, começaram a impactar diretamente os preços dos veículos, especialmente os modelos considerados premium e eletrificados. A principal mudança foi a redução do chamado “imposto de luxo”, que incide sobre automóveis de alto valor.

Pontos Principais:

  • Carros entre 41 e 75 milhões de pesos não pagam mais imposto.
  • Veículos acima de 75 milhões de pesos tiveram redução da alíquota para 18%.
  • Híbridos e elétricos importados de até US$ 16 mil entram sem tarifa.
  • Alguns modelos tiveram redução superior a R$ 900 mil.

Com a nova política, veículos na faixa de 41 a 75 milhões de pesos argentinos, que antes pagavam 20% de imposto, agora estão isentos da cobrança. Para modelos acima desse valor, a alíquota foi reduzida de 35% para 18%. Além disso, veículos híbridos e elétricos importados de até US$ 16 mil podem entrar no país sem tarifa de importação, com um limite anual de 50 mil unidades.

As medidas foram bem recebidas por marcas que atuam no segmento de veículos de alto valor e importados, que rapidamente ajustaram seus preços. Algumas reduções chegam a R$ 900 mil, como no caso do Porsche Taycan Turbo GT Weissach Package. O impacto no mercado ainda está sendo analisado, mas especialistas acreditam que a medida busca aumentar a demanda e corrigir distorções no setor.

Audi

A Audi ajustou os preços de diversos modelos, principalmente nos segmentos de entrada da marca. Modelos como A3, Q2 e Q3 não são mais taxados pelo “imposto de luxo”, enquanto veículos mais caros tiveram redução para 18%.

Alfa Romeo

A Alfa Romeo, marca tradicional no país, também reduziu os preços de seus três modelos comercializados localmente: Tonale, Giulia e Stelvio. A maior redução foi no Giulia Quadrifoglio, versão esportiva do sedã.

Mercedes-Benz

A Mercedes-Benz teve impacto direto nas versões mais caras de sua linha, com destaque para os modelos AMG. Apenas o Classe A ficou isento do imposto, enquanto os demais tiveram a alíquota reduzida.

BMW e Mini

A BMW ajustou os preços de seus modelos elétricos e SUVs. O maior desconto foi aplicado no iX2, o único elétrico da marca no país.

Porsche

A Porsche registrou as maiores quedas de preços entre todas as marcas impactadas. Todos os seus modelos estavam na faixa mais alta da tributação e agora são taxados com 18%.

Impacto no mercado

O governo argentino espera que as mudanças incentivem o mercado automotivo e tragam correções às distorções geradas pela alta taxação. No entanto, o impacto deve ser limitado, pois os cortes beneficiam principalmente modelos premium.

Em 2024, o mercado automotivo argentino registrou uma queda de quase 8% nas vendas, totalizando 414.041 unidades vendidas, cerca de 35.300 a menos que no ano anterior. Mesmo com a redução de impostos, o cenário econômico do país segue desafiador, com uma inflação de 117,8% no último ano.

Além disso, os modelos mais vendidos na Argentina, como o Peugeot 208 e a Toyota Hilux, não foram beneficiados pela mudança na tributação. Esses veículos continuam com os mesmos preços, pois não estavam incluídos na categoria de carros afetados pelo “imposto de luxo”.

Perspectivas

Com a nova política tributária, a expectativa é que as vendas de veículos de luxo e importados tenham um aumento. No entanto, o impacto na economia geral ainda é incerto, considerando a instabilidade econômica do país.

A longo prazo, o governo argentino pode revisar outras faixas de tributação para estimular o mercado como um todo. Até o momento, a medida favorece um segmento específico, sem impactos diretos no consumidor médio.

A demanda por veículos eletrificados também pode crescer com a isenção para modelos importados até US$ 16 mil, desde que o limite anual de 50 mil unidades seja suficiente para atender ao mercado.

Fonte; Gazetadopovo, Jornaldocarro, Reddit e AutoEsporte.