Prevista desde o final de 2019, a fusão entre a Peugeot e a Fiat foi aprovada agora em janeiro de 2021 pelos acionistas. A fusão bilionária dará origem à quarta maior montadora do mundo, e será batizada de Stellantis.
Isso evidentemente trará impacto para a economia brasileira, onde ambas marcas têm atuação muito forte. Acompanhe o artigo e entenda um pouco mais quais as consequências dessa fusão.
Os dois grupos detêm 14 diferentes marcas, as quais, juntas, venderam 8,7 milhões de unidades em 2018 ao redor do globo. Esse número, embora impressionante, é menor que os da Toyota, que sozinha vendeu 10,5 milhões de unidades. Também é menor que os da Volkswagen, com 10,6 milhões, e os do grupo Renault-Nissan-Mitsubishi, com 10,7 milhões.
No ano de 2019 os números são ainda mais baixos, somando entre PSA e FCA apenas 7,9 milhões. Enquanto isso, a Toyota aumentou para 10,7 milhões e a Volkswagen para 10,9 milhões.
A proposta de fusão das duas montadoras, Peugeot e Fiat, tem como principal propósito unir esforços no sentido de unificar os investimentos em novas linhas de montagem, mais modernas e eficientes, o que seria difícil fazer de forma independente.
Novas plataformas, novas tecnologias, como foco na eletrificação e direção autônoma dos carros. Praticamente todas as marcas já estão se empenhando nesse sentido, e tudo indica que o futuro próximo trará uma renovação gigante nesse sentido.
Segundo o presidente-executivo da FCA, Mike Manley, cerca de 40% dos 5 bilhões de euros que serão investidos nessa sinergia se destinam à convergência de plataformas no sentido de unificar motores e transmissões.
Além disso, também será empregado esforço não pequeno para otimizar os investimentos e aumentar o desenvolvimento em pesquisas.
Desde o início das negociações, o novo grupo de empresas afirmou que nenhuma fábrica seria fechada. Hoje, elas somam mais de 400 mil funcionários e uma receita líquida superior a 180 bilhões de euros.
A união também já foi aprovada sem restrições no Brasil pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
O Cade é uma autarquia federal brasileira, vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, cujo objetivo é orientar, fiscalizar, prevenir e apurar abusos do poder econômico, atuando na prevenção e na repressão.
O impacto disso no Brasil se fará sentir de forma positiva, já que o grupo se tornará o maior no país, detendo a liderança de mercado no setor automotivo. Só entre de janeiro e novembro de 2020, foram comercializadas 2.406.917 unidades.
A Fiat, sozinha, vendeu 282 mil unidades, e a Jeep (que pertence ao grupo) vendeu 95 mil unidades. Somadas, representam um número superior aos do grupo Volkswagen (299 mil unidades) que está logo atrás no ranking. E nem contamos com os 12,6 mil veículos da Citroën e os 11,5 mil da Peugeot.
Alguns outros detalhes sobre a Stellantis são interessantes:
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