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Tudo que já sabemos sobre a fusão entre Nissan, Honda e Mitsubishi

Nissan e Honda iniciam discussões para fusão via holding conjunta, com possível inclusão da Mitsubishi. Objetivo é criar sinergias em pesquisa, produção e vendas, enfrentando desafios globais e consolidando posição como a terceira maior montadora do mundo até 2026.
Publicado em Negócios dia 23/12/2024 por Alan Corrêa

A Nissan Motor Co., Ltd. e a Honda Motor Co., Ltd. anunciaram a assinatura de um memorando de entendimento (MOU) para explorar a fusão de suas operações por meio de uma holding conjunta. Esse movimento visa enfrentar os desafios do setor automotivo global e acelerar inovações em inteligência e eletrificação. A Mitsubishi Motors Corporation, que já tem uma aliança com a Nissan, avalia integrar o negócio e deve anunciar sua decisão até o final de janeiro de 2025.

Pontos Principais:

  • A possível fusão pode unir Nissan, Honda e possivelmente Mitsubishi, criando sinergias em desenvolvimento, produção e vendas.
  • Mitsubishi está considerando se juntar à parceria, expandindo o alcance e a competitividade da aliança.
  • Discussões envolvem padronização de plataformas, pesquisa conjunta em SDVs e fortalecimento da cadeia de suprimentos.
  • A nova entidade, se formada, será listada na Bolsa de Valores de Tóquio em 2026.

O processo foi iniciado em março de 2024, quando Nissan e Honda firmaram um MOU para uma parceria estratégica. Em agosto, foi assinado um novo acordo com foco em pesquisa conjunta para plataformas de veículos definidos por software (SDVs) de próxima geração. A Mitsubishi, que faz parte da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, agora avalia como se integrar ao plano para fortalecer sua posição no mercado.

A potencial fusão deve consolidar recursos das três empresas em áreas estratégicas, como pesquisa e desenvolvimento, produção e funções de financiamento de vendas. Além disso, será avaliada a padronização de plataformas de veículos, otimizando custos e aumentando a eficiência na criação de produtos.

As empresas destacam que, caso a integração aconteça, haverá um impacto significativo no setor automotivo global. A holding conjunta terá uma receita potencial superior a 30 trilhões de ienes e um lucro operacional acima de 3 trilhões de ienes. Essa fusão posicionaria a nova entidade como a terceira maior montadora do mundo, atrás apenas da Toyota e do grupo Volkswagen.

A Mitsubishi deve contribuir com sua experiência em veículos de pequeno porte e mercados emergentes, fortalecendo ainda mais a presença global da aliança. Isso ampliará a capacidade do grupo de atender à diversidade de demandas, incluindo veículos elétricos, híbridos e de combustão interna.

A governança da holding conjunta, liderada majoritariamente pela Honda, será estabelecida após as aprovações regulatórias e assembleias de acionistas em 2026. A estrutura detalhada e os papéis de cada empresa serão definidos pelo comitê de integração, que também avaliará como maximizar as sinergias entre Nissan, Honda e Mitsubishi.

A inclusão da Mitsubishi reforça o compromisso da aliança em permanecer competitiva diante das rápidas mudanças tecnológicas e do aumento da concorrência de fabricantes chineses. A parceria deve permitir avanços em eletrificação, inteligência veicular e novos modelos de negócios.

O cronograma prevê a conclusão do acordo definitivo em junho de 2025, seguido de votação em assembleias de acionistas e listagem da holding conjunta no mercado de ações no segundo semestre de 2026. A Mitsubishi deve anunciar sua decisão final sobre participação até o final de janeiro de 2025, com ajustes sendo feitos conforme necessário ao longo do processo.

Nissan, Honda e Mitsubishi buscam não apenas consolidar suas operações, mas também contribuir para o desenvolvimento da base industrial japonesa. A fusão deve proporcionar aos clientes uma ampla gama de soluções inovadoras e atender às exigências de um mercado automotivo em constante transformação.

Fonte: Nissan.