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Um pneu furado de Washington Olivetto e uma carreira bem-sucedida na publicidade

Um simples pneu furado deu início à trajetória de sucesso de um dos mais importantes publicitários do Brasil. A história narra o encontro inesperado com o mundo da publicidade e os eventos que se seguiram.
Publicado em Notícias dia 13/10/2024 por Alan Corrêa

Washington Olivetto contou como um pneu furado mudou o rumo de sua vida e deu início à sua carreira na publicidade. Ele relatou que, enquanto seguia para a faculdade, teve um imprevisto com o carro e, em vez de trocar o pneu, decidiu pedir um estágio em uma agência de publicidade próxima. Esse momento casual foi o ponto de partida para uma trajetória de sucesso, onde ele se destacou no mercado publicitário, criando campanhas icônicas e conquistando prêmios internacionais.

Em 1970, um jovem universitário em São Paulo viu sua vida mudar por conta de um pneu furado. Essa situação inesperada acabou levando-o a uma agência de publicidade, onde sua jornada no mundo publicitário teve início. Filho de uma família de classe média, ele sempre teve uma inclinação para a escrita, algo que se manifestou ainda na infância, quando aprendeu a ler aos cinco anos de idade. A partir dessa paixão pela leitura, nasceu também o desejo de escrever.

Pontos Principais:

  • A descoberta da paixão pela escrita desde jovem.
  • O início da carreira publicitária após um pneu furado.
  • O desenvolvimento de campanhas publicitárias de sucesso no Brasil.
  • A conquista de prêmios internacionais e reconhecimento no Hall of Fame.

Na adolescência, ele aspirava trabalhar em algo que envolvesse a escrita e, ao mesmo tempo, tinha o desejo de seguir os passos de seu pai, que era vendedor. Essa mistura de influências o levou a descobrir a publicidade como uma possível carreira, um campo que unia a criatividade de escrever com o ato de vender. Aos 18 anos, já cursava duas faculdades, psicologia e comunicações, mas o foco era claro: ele queria trabalhar com publicidade.

Em um dia comum, enquanto ia para a faculdade, o pneu de seu carro furou. Sem muita habilidade manual para lidar com a troca do pneu, ele resolveu, antes de enfrentar a tarefa, pedir um estágio na agência de publicidade que estava localizada nas proximidades. Com uma aparência irreverente para a época — cabelo comprido, jardineira azul e tamancos — ele atravessou a rua e, com muita confiança, abordou o dono da agência.

Sua ousadia impressionou o proprietário, que acabou lhe dando a oportunidade de estagiar na agência. Apesar de ser uma pequena empresa com foco em mídia impressa, ele se destacou desde o início, criando anúncios que foram reconhecidos como os melhores da semana. Esse reconhecimento abriu novas portas, e logo ele recebeu propostas de outras agências.

Pouco tempo depois, ele foi contratado por outra agência, onde criou seu primeiro comercial para televisão, uma peça para as torneiras Deca, que acabou vencendo um Leão de Bronze em Veneza, um prestigiado prêmio internacional. Esse foi o primeiro de muitos prêmios ao longo de sua carreira.

Com o tempo, ele trabalhou em várias agências e se envolveu em campanhas memoráveis para grandes marcas, como Cofap, Itaú, Sadia, entre outras. Seu talento o levou a integrar a equipe de uma das maiores agências do país, a DPZ, onde permaneceu por quase 15 anos, criando campanhas que se tornaram parte do imaginário popular brasileiro.

Em 1986, decidiu fundar sua própria agência, a WGK, que mais tarde se transformaria na W/Brasil. A nova agência rapidamente se destacou, criando campanhas icônicas, como “O primeiro sutiã a gente nunca esquece”, para a Valisere, e o popular “Cachorro da Cofap”. A W/Brasil se tornou uma das principais agências do país, reconhecida pela criatividade e inovação.

Ao longo da carreira, ele conquistou uma série de prêmios, incluindo o primeiro Leão de Ouro do Brasil, o Clio Lifetime Achievement e, em 2015, foi o único não anglo-saxão a ser incluído no Hall of Fame de Nova York. Durante seu discurso de aceitação, ele relembrou o episódio do pneu furado que, de forma inesperada, mudou o curso de sua vida.

Essa história mostra como momentos inesperados podem abrir portas para oportunidades incríveis. A carreira que começou de forma inusitada se tornou uma trajetória de sucesso e reconhecimento mundial, sempre marcada pela criatividade e inovação.

Publicitário Washington Olivetto morre aos 73 anos

Washington Olivetto, ícone da publicidade mundial, faleceu aos 73 anos no dia 13 de outubro de 2024, no Rio de Janeiro. O publicitário estava internado há meses, tratando de complicações pulmonares. Seu falecimento foi confirmado pelo Hospital Copa Star, que não divulgou detalhes adicionais sobre a causa da morte. Olivetto foi um dos profissionais mais premiados da publicidade mundial, com mais de 50 Leões no Festival de Cannes, além de prêmios importantes como o Clio Lifetime Achievement Award e a inclusão no Creative Hall of Fame do The One Club.

Pontos Principais:

  • Washington Olivetto faleceu aos 73 anos no Rio de Janeiro.
  • Criador de campanhas como o “Garoto Bombril” e “Primeiro Sutiã”.
  • Acumulou mais de 50 Leões no Festival de Publicidade de Cannes.
  • Foi um dos poucos publicitários não anglo-saxões a integrar o Creative Hall of Fame.

Olivetto começou sua carreira aos 18 anos, quando foi contratado como redator em uma agência de publicidade. Seu talento logo foi reconhecido, e em 1973 ele ganhou seu primeiro Leão de Bronze no Festival de Cannes com o comercial “O Pingo”, da Deca. Ao longo das décadas, Olivetto criou campanhas emblemáticas que marcaram a história da publicidade no Brasil, incluindo o “Garoto Bombril”, interpretado pelo ator Carlos Moreno, que se tornou um dos rostos mais conhecidos da televisão brasileira. Outro marco de sua carreira foi o comercial “Primeiro Sutiã”, feito para a marca Valisère em 1987.

Além dessas campanhas, Olivetto também foi responsável pelo polêmico comercial “Hitler”, criado para a Folha de S. Paulo, que abordava como é possível manipular a verdade para criar falsas narrativas. Este anúncio foi considerado um dos 100 maiores comerciais de todos os tempos. Com uma trajetória recheada de sucessos, Olivetto foi um dos poucos brasileiros a ser reconhecido mundialmente no setor de publicidade.

Em 2010, a W/Brasil, agência que Olivetto fundou, se uniu à McCann, formando a W/McCann. Ele atuou como chairman até 2018, quando decidiu focar em outros projetos, como a criação de um podcast, o WCast, onde discutia suas experiências na publicidade e temas atuais. Olivetto também foi autor de oito livros que refletiam sua trajetória e impacto no mercado publicitário.

Além das campanhas e prêmios, Washington Olivetto foi sequestrado em 2001 por um grupo de chilenos e argentinos. Ele passou 53 dias em cativeiro até ser libertado, um episódio que marcou sua vida e que ele relatou em entrevistas posteriores.

Nos últimos anos, o publicitário residia em Londres, mas mantinha visitas regulares ao Brasil para participar de eventos e palestras. Seu legado na publicidade é imenso, não apenas pelas campanhas icônicas, mas pela forma como influenciou a criatividade e o desenvolvimento da publicidade no Brasil e no mundo.

Fonte: Wikipedia, G1 e FalaRegional.