O sistema Start/Stop já está no mercado há algum tempo, mas muita gente ainda se pergunta se ele vale a pena mesmo, ou se apenas contribui para encurtar a vida útil dos motores. A questão é que todos os componentes envolvidos no sistema são feitos para suportar esse liga/desliga constante. Mas mesmo assim, existem prós e contras.
O sistema Start-Stop funciona, na prática, cortando a injeção de combustível e, assim, interrompendo o funcionamento das velas. Com isso, o consumo e as emissões de poluentes são diminuídas de modo significativo, sobretudo quando falamos em centenas de milhares de automóveis por todo o mundo.
Entretanto, para que o sistema entre em ação é preciso reunir alguns requisitos. Em primeiro lugar, o motor já deve estar suficientemente aquecido para que a retomada seja imediata e para que o religamento não gaste mais combustível do que o a economia do tempo parado.
Outro fator que pode impedir o desligamento é o ar condicionado. Quando este depender do motor do veículo – os modelos mais modernos e caros já não precisam disso – e a demanda for grande, então o motor permanecerá ligado.
O motor também não ficará desligado por muito tempo. Sensores indicarão a queda da temperatura do motor, ou o aumento da temperatura na cabine (quando o ar condicionado estiver ligado) e porá em funcionamento o motor.
Como dissemos acima, durante o funcionamento do Start/Stop o motor é desligado, mas muitos equipamentos continuam funcionando, como por exemplo todo o sistema de segurança, incluindo airbags, iluminação interna e externa, em geral a maior parte dos elementos elétricos continua ligada.
O sistema trabalha com a gestão de energia e está composto também por sensores que detectam a necessidade da geração de energia, acionando o motor mesmo que ainda esteja parado. É o mesmo que acontece com o ar condicionado.
Veículos que trazem esse sistema Start/Stop contam com baterias especiais, feitas para suportarem o liga/desliga contínuo que acontece especialmente em perímetro urbano. Então sim, elas foram projetadas para isso, não se trata da bateria convencional, a qual não poderia resistir a esse ritmo.
Essas baterias são mais caras? Sim, e muito. Elas podem chegar a custar até 4x mais que as convencionais. Por outro lado, especialistas garantem que sua vida útil é pelo menos 3x maior que daquelas outras. Isso porque o “esforço” que elas fazem para religar o motor não é tão grande quando o dos outros veículos para dar partida através da ignição na chave.
A gestão feita pela unidade de controle do motor (ECU), mais avançada em tecnologia, sabe exatamente a posição dos pistões e faz os ajustes necessários, de modo que a energia despendida é muito pequena, conservando a bateria por mais tempo. A diferença financeira é pequena a longo prazo, e o menor consumo de combustível compensa o investimento.
Não é verdade que o motor sofre mais desgaste por causa do sistema Start/Stop. É claro que os engenheiros que projetam esses sistemas preveem o impacto que terá sobre todo o conjunto dos equipamentos.
No caso do Start/Stop, os componentes do sistema de partida são reforçados justamente para aguentar o constante liga/desliga do motor. Além disso, o motor em si estará sendo preservado, pois que trabalhará menos que os convencionais que permanecem ligados por mais tempo. Então, não há que se falar em desgaste do motor, ao contrário, tudo conduz para aumentar a vida útil do motor.
Deve-se, contudo, tomar o cuidado de fazer as manutenções em dia. Tratando-se de tecnologia mais avançada e ainda em menor número que os motores convencionais, é claro que as peças serão mais caras. Mas não é preciso esperar dar problema para proceder com a manutenção. Por isso, é importante seguir as orientações do manual do proprietário e fazer as revisões de acordo com o que ele indica ou a cada 10 mil quilômetros.
Na maior parte dos casos o sistema Start/Stop pode ser desligado através de um botão no painel. Uma das únicas exceções é a Chevrolet que não dá essa opção aos seus consumidores. Em carros da marca o motorista é obrigado a utilizar o sistema.
A economia com esse sistema, segundo especialistas, chega a 10% em consumo de combustível. Pode parecer pouco, mas não é. Supondo que um veículo consiga fazer 600 km por tanque, com esse sistema sua autonomia aumentaria em 60 km (é a distância de São Paulo a Jundiaí).
Tudo o que se falou até aqui é teoria. Mas e na prática, tudo isso é verdade? Sim e não.
Sim, ele realmente diminui a emissão de poluentes e o consumo de combustível, além de manter em funcionamento todo sistema de segurança do veículo. Quanto a isso não cabe dúvida.
Não, porque em alguns pontos como o conforto o sistema pode atrapalhar um pouco (às vezes bastante). Isso não estamos dizendo por nossa conta, mas com base na opinião de pessoas especializadas e também na reclamação de quanta gente que usa o sistema e preferia que ele não existisse.
Vamos aos casos concretos que ficará mais claro ao leitor. Em relação ao ar condicionado o sistema não funciona tão bem quanto as montadores sugerem. Muitas vezes, em dias de muito calor, o sistema dá preferência ao desligamento do motor em detrimento da temperatura da cabine. Isso acontece em modelos como Jeep Renegade e outros da Chevrolet, que não mantém a temperatura desejada na cabine.
Além disso, em alguns casos o motor apagou quando o motorista ia entrar numa avenida, pondo em risco sua integridade física e a do veículo. Sem falar no transtorno que geraria um acidente por motivo alheio ao domínio do condutor.
O fato concreto é que esse sistema tem como principal objetivo ganhar pontos nos programas de controle ambiental dos governos e obter benefícios fiscais.