Vendas de veículos aumentam 14,3% em agosto de 2024

O mercado automotivo brasileiro registrou um aumento expressivo nas vendas de veículos em agosto, atingindo o melhor desempenho do ano e superando o mesmo período de 2023.
Publicado por Alan Corrêa em Notícias dia 6/09/2024

O setor automotivo brasileiro registrou um aumento significativo nas vendas de veículos em agosto de 2024, de acordo com dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Com um crescimento de 14,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior, foram emplacadas 237,4 mil unidades, representando o melhor resultado do ano em média diária, com 10,8 mil veículos vendidos por dia.

O crescimento das vendas no mês de agosto foi acompanhado por um aumento na produção de veículos, que alcançou 259.613 unidades, marcando uma alta de 5,2% em relação a julho e de 14,4% em comparação com agosto de 2023. Esse desempenho, segundo a Anfavea, é o melhor registrado desde outubro de 2019, e reflete um cenário de recuperação para a indústria automotiva, apesar das adversidades enfrentadas ao longo do ano.

A venda de veículos no Brasil cresceu 14,3% em agosto de 2024 em relação ao mesmo período de 2023, com 237,4 mil unidades emplacadas, registrando o melhor desempenho diário do ano.
A venda de veículos no Brasil cresceu 14,3% em agosto de 2024 em relação ao mesmo período de 2023, com 237,4 mil unidades emplacadas, registrando o melhor desempenho diário do ano.

Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, destacou que a indústria conseguiu manter um ritmo constante de produção, mesmo diante das dificuldades, como a paralisação de fornecedores devido às enchentes no Rio Grande do Sul. Ele enfatizou a importância desse ritmo consistente de produção para sustentar o crescimento das vendas. Segundo Leite, o equilíbrio entre produção e vendas é um termômetro crucial para o setor.

Outro fator que contribuiu para o desempenho positivo das vendas foi o lançamento de novos modelos, que ajudaram a impulsionar as atividades nas fábricas. Embora as exportações tenham sofrido uma leve retração, com 38,2 mil unidades vendidas em agosto em comparação a 39 mil em julho, o setor continua a demonstrar força. A Anfavea atribuiu a queda às condições de mercado, uma vez que agosto teve um dia útil a menos em relação a julho.

Leite também mencionou que, apesar da diminuição das exportações, o volume embarcado para países como Argentina, Chile, Colômbia e México foi expressivo, com o segundo maior volume de exportações do ano sendo registrado em agosto. No entanto, no acumulado de 2024, as exportações apresentam uma queda de 17,9%, reflexo da retração de mercados internacionais.

As importações também seguem em alta, com 41 mil unidades sendo trazidas ao Brasil em agosto. A participação de veículos importados, especialmente de origem chinesa, continua a crescer, representando 17,2% do mercado interno. Esse aumento é impulsionado, em grande parte, pelos veículos elétricos, que têm se tornado cada vez mais populares no Brasil.

O estoque de veículos importados da China aumentou significativamente após o anúncio do governo brasileiro, no final de 2023, sobre a retomada progressiva do Imposto de Importação de veículos elétricos e híbridos. Desde então, o estoque chinês saltou de 13,2 mil unidades em dezembro de 2023 para 86,2 mil em junho de 2024. Esse movimento reflete a tentativa de aproveitar a alíquota reduzida antes que os impostos retornem ao patamar normal até 2026.

Leite expressou preocupação com o desequilíbrio que esse volume de estoque pode gerar no mercado brasileiro. O estoque total de veículos produzidos no país atingiu 268,9 mil unidades em agosto, e a Anfavea defende uma retomada das alíquotas de importação para proteger a indústria nacional. Segundo o presidente da Anfavea, a entidade solicitará à Câmara de Comércio Exterior (Camex) a retomada imediata da alíquota máxima do imposto, atualmente entre 18% e 22%, dependendo do tipo de eletrificação do veículo.

Além dos resultados de vendas e produção, a Anfavea apresentou um estudo focado na descarbonização do setor automotivo no Brasil, que será levado para a COP29, no Azerbaijão, e a COP30, que ocorrerá em Belém no próximo ano. De acordo com o estudo, o setor automotivo emite atualmente 242 milhões de toneladas de CO² por ano, representando 13% das emissões totais do Brasil. A estimativa é que, sem mudanças, essas emissões podem chegar a 256 milhões de toneladas em 2040.

Para mitigar esse impacto, a Anfavea defende o uso de tecnologias de propulsão avançadas, aliadas ao aumento do uso de biocombustíveis, como uma solução eficaz para reduzir as emissões. O uso dessas tecnologias pode contribuir para a redução de até 280 milhões de toneladas de CO² até 2040, um avanço importante para o Brasil atingir suas metas ambientais.

O mercado automotivo brasileiro, apesar de enfrentar desafios significativos, continua a mostrar resiliência e adaptação às mudanças globais. O aumento das vendas em agosto de 2024 demonstra que a demanda por veículos permanece forte, e a produção nacional tem conseguido acompanhar esse crescimento, mesmo em um cenário de incertezas e desafios logísticos.

Fonte: AgênciaBrasil.