Neste domingo (9), um incidente envolvendo uma viatura do Departamento de Trânsito do Pará (Detran) foi registrado em Ananindeua, na Grande Belém, que gerou indignação entre os moradores da região. A situação ocorreu quando uma motorista foi abordada pelos agentes, que teriam solicitado o pagamento de R$ 400 para não guinchar o seu veículo, que estava com o licenciamento vencido. Após a motorista se recusar a pagar o valor solicitado, a viatura do Detran foi filmada batendo de forma deliberada na parte frontal do carro, causando danos visíveis.
Pontos Principais:
O caso gerou ampla repercussão nas redes sociais, após vídeos e relatos de testemunhas que presenciaram a situação. A motorista, que preferiu não se identificar, declarou em entrevista que foi abordada por uma viatura do Detran enquanto estava na BR-316. Durante a abordagem, os agentes alegaram que o veículo estava com o licenciamento vencido e, em seguida, teriam solicitado o pagamento de R$ 400 para evitar que o carro fosse guinchado. A motorista se recusou a pagar o valor e, como consequência, o incidente foi filmado.
Após a recusa ao pagamento, a situação se agravou e o agente responsável pela viatura foi filmado batendo intencionalmente no carro da condutora. Em uma gravação feita pela própria motorista, é possível ver o momento em que a viatura recua e bate na dianteira do carro. O impacto causou danos no para-choque do veículo, que ficou caído no chão após a colisão. A motorista relatou que não recebeu ajuda durante a situação e que seu carro acabou sendo guinchado.
O vídeo gravado pelos moradores da área mostra claramente o momento em que a viatura do Detran bate de forma intencional na frente do carro da motorista. O impacto foi o suficiente para danificar o para-choque do veículo, que ficou caído após a colisão. A condutora, visivelmente abalada, registrou a situação, enquanto o agente de trânsito que conduzia a viatura continuou com a abordagem.
Segundo a motorista, o primeiro contato foi feito por uma das agentes, que informou sobre o licenciamento vencido e sugeriu que ela pagasse R$ 400 como condição para evitar o guinchamento. A motorista se recusou a pagar o valor exigido e relatou que, em seguida, a agente ofereceu uma carona, mas essa oferta não foi concretizada. A motorista, sem alternativas, disse que seguiria até sua casa e que o guincho poderia pegar o carro na frente de sua residência, mas foi seguida de perto pela viatura.
A situação piorou quando a motorista, ao tentar dar ré para continuar até sua casa, foi seguida agressivamente pela viatura. O agente que conduzia o veículo aumentou a velocidade e se posicionou para bater no carro da motorista, causando danos. A motorista descreveu que, antes da colisão, a viatura já havia se aproximado de forma ameaçadora.
O Detran do Pará se manifestou oficialmente após o incidente, afirmando que iniciou uma investigação interna para apurar os detalhes da abordagem e a conduta dos agentes envolvidos. A autarquia informou que acionou sua corregedoria para investigar a possível irregularidade na atuação dos servidores e tomar as medidas cabíveis. A nota do Detran ressaltou que a instituição não compactua com práticas que violem os protocolos e procedimentos de fiscalização de trânsito.
A autoridade de trânsito também afirmou que está comprometida em garantir que qualquer conduta inadequada seja responsabilizada e que o comportamento dos agentes será analisado de acordo com os padrões legais. No entanto, o Detran não se pronunciou sobre a participação da outra agente que estava na viatura e que também participou da abordagem. A identidade do agente responsável pela colisão ainda não foi divulgada.
Até o momento, a investigação está em andamento, e as autoridades esperam apurar todos os fatos relacionados ao incidente para adotar as medidas necessárias. A população aguarda mais detalhes sobre a apuração e a responsabilização dos envolvidos no caso.
O caso gerou uma grande repercussão nas redes sociais e nas comunidades locais, onde o comportamento dos agentes foi amplamente discutido. A suspeita de cobrança de suborno e o comportamento agressivo do agente, que deliberadamente bateu na viatura durante a fiscalização, geraram indignação entre os cidadãos. A abordagem foi vista como uma violação dos direitos da motorista e uma ação desproporcional diante da situação.
Embora a cobrança de suborno não tenha sido confirmada, o caso levanta questões sobre a transparência nas abordagens de fiscalização de trânsito e sobre a atuação dos agentes públicos. A falta de um pronunciamento completo sobre o papel da outra agente envolvida na abordagem também é um ponto de questionamento, com muitos pedindo mais clareza sobre a participação de ambos os agentes.
O episódio gerou discussões sobre a necessidade de melhorar o controle sobre as ações dos servidores públicos, especialmente aqueles responsáveis pela fiscalização do trânsito. A população exige mais transparência e medidas rigorosas para prevenir abusos de poder e práticas de corrupção, além de uma abordagem mais respeitosa e dentro dos limites da lei.
Fonte: G1.