Icônico ou não, há quatro décadas o Fiat Prêmio entrava em cena como uma tentativa da marca italiana de ampliar seu portfólio no Brasil com um sedã compacto. Lançado em 1985, o modelo derivava diretamente da primeira geração do Uno, com o qual compartilhava diversos componentes mecânicos e de carroceria. O desenvolvimento seguia a lógica da Fiat naquele momento: expandir a oferta com modelos práticos e fabricados no Polo Automotivo de Betim, em Minas Gerais.
Pontos Principais:
O Prêmio foi o primeiro sedã da marca fabricado no país, estreando com uma configuração de duas portas, traço comum nos carros da época. A estratégia da Fiat era atender um público que buscava um carro com mais espaço interno e porta-malas avantajado, mantendo custo acessível e mecânica conhecida. Com isso, o Prêmio logo ocupou uma posição interessante no mercado nacional, especialmente entre consumidores que valorizavam o compartimento traseiro de 530 litros.
Versões:
Mesmo com seu porte compacto, o Prêmio apresentava uma proposta que incluía mais que apenas espaço. Foi o primeiro automóvel nacional a ser equipado com computador de bordo, tecnologia inédita até então. Isso colocava o modelo como referência em inovação funcional no mercado, ainda que em um segmento popular. O painel trazia informações como consumo médio, velocidade e autonomia, substituindo o conta-giros tradicional.
O Fiat Prêmio nasceu da plataforma do Uno, projeto lançado no Brasil em 1984. Em vez de seguir a proposta de um hatch urbano, a montadora optou por explorar o formato sedã, mirando consumidores que buscavam uma configuração mais familiar. As primeiras versões oferecidas foram a S e a CS, ambas com duas portas, utilizando o motor 1.3 na opção de entrada e o 1.5 na versão mais equipada.
Com o tempo, a linha passou por mudanças importantes. Em 1987, a Fiat lançou a versão CLS com quatro portas, um diferencial significativo para a época. Essa atualização veio acompanhada de itens de conforto que até então não eram comuns em carros dessa categoria. O modelo passou a oferecer ar-condicionado, vidros elétricos e travas elétricas, aumentando sua atratividade no segmento.
A evolução continuou em 1989, quando o carro passou a receber o motor Sevel de 1,6 litro, mais moderno e eficiente. Antes disso, as versões utilizavam motores 1.3 e 1.5, que já estavam sendo superados em termos de desempenho e consumo. A Fiat também aproveitou para atualizar o painel de instrumentos, melhorando a ergonomia e a leitura das informações. Em 1991, o visual dianteiro passou por novo redesenho, preparando o carro para a última fase de sua produção no Brasil.
Durante sua vida útil, o Fiat Prêmio utilizou diferentes motorizações, com destaque para o 1.5 litro que entregava 74,1 cavalos de potência e 12,3 kgfm de torque. Esse propulsor era o mesmo usado no Uno SX, garantindo uma mecânica já consolidada no portfólio da marca. A dirigibilidade era compatível com a proposta urbana e familiar do veículo, com bom desempenho dentro do esperado para sua faixa de preço e segmento.
A versão 1.6 introduzida em 1989 ampliou a oferta de desempenho. Essa atualização era resultado da parceria da Fiat com a Sevel, responsável por modernizar a linha de motores e ampliar a eficiência do conjunto mecânico. O modelo também passou a oferecer mais conforto em viagens, com maior elasticidade em rotações médias e resposta mais suave.
Em 1992, o Fiat Prêmio passou a adotar injeção eletrônica no motor 1.5, acompanhando a transição do mercado brasileiro rumo à eletrificação da alimentação de combustível. Essa mudança melhorou o consumo e os índices de emissões, preparando o carro para os novos padrões regulatórios que se aproximavam. Com essa evolução, o Prêmio chegava à reta final de sua produção nacional com um conjunto técnico mais competitivo.
O Fiat Prêmio foi lançado com duas versões iniciais: S e CS. Ambas contavam com duas portas, sendo a S a configuração básica, enquanto a CS trazia mais itens de acabamento e conforto. A CS também foi a primeira a receber o motor 1.5. Desde o início, o modelo se destacava pelo porta-malas de 530 litros, superior ao de concorrentes diretos da época.
A chegada da versão CLS, em 1987, marcou um ponto de virada para o sedã. Com quatro portas e novos equipamentos, o Prêmio passou a oferecer:
Esses itens eram incomuns em veículos compactos naquele período, reforçando o perfil urbano e familiar do modelo. Já nos anos 1990, a Fiat passou a oferecer o Prêmio com injeção eletrônica e painel reformulado, com comandos mais acessíveis e acabamento revisado. A versão mais equipada ainda mantinha a proposta de custo-benefício, enquanto se adaptava às novas exigências do consumidor.
Depois de consolidar sua presença no Brasil, o Fiat Prêmio também foi produzido na Argentina. Por lá, o modelo passou a ser conhecido como Duna. A produção no país vizinho foi fundamental para a estratégia de exportação da Fiat na América Latina, e o Duna acabou ganhando destaque em mercados secundários e até mesmo na Europa.
O modelo foi exportado para diversos países latino-americanos, e também chegou à Itália, onde obteve volume de vendas considerável em alguns períodos. Essa movimentação reforçava a aposta da Fiat em utilizar plataformas globais adaptadas para diferentes realidades de mercado. O Duna, mesmo com suas limitações, foi um dos sedãs compactos mais vendidos na Itália durante um período específico dos anos 1990.
A adaptação internacional também exigiu ajustes na linha de montagem e padronização de componentes. Mesmo assim, o Prêmio/Duna manteve suas principais características técnicas, motorizações semelhantes e configurações de carroceria. O modelo seguiu sendo vendido em mercados emergentes até a metade dos anos 1990, quando começou a ser substituído por produtos mais modernos da própria Fiat.
Em 1986, apenas um ano após seu lançamento, o Fiat Prêmio recebeu o título de “Carro do Ano” pela revista Autoesporte. Essa premiação era reflexo do impacto inicial do modelo no mercado e da percepção de inovação que ele proporcionava em relação aos concorrentes. O destaque ficou por conta do pioneirismo do computador de bordo e da proposta de um sedã compacto com porte superior ao usual da categoria.
A produção do Prêmio foi encerrada no Brasil em 1994, após quase uma década de mercado. Mesmo com as atualizações e melhorias ao longo dos anos, o modelo já demonstrava sinais de envelhecimento diante da concorrência mais moderna. No entanto, sua trajetória influenciou projetos futuros da marca e consolidou a importância da Fiat na oferta de sedãs compactos.
Atualmente, o Fiat Prêmio é lembrado como um marco de transição tecnológica e como um experimento de design funcional que antecedeu muitos dos padrões que hoje são comuns no segmento. O impacto do modelo continua sendo revisitado por entusiastas e colecionadores, principalmente por sua representatividade histórica dentro da linha Fiat.
Fonte: Stellantis e Wikipedia.